03.07.2015 Views

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

ainda vive, mas está como que esquecido <strong>em</strong> algum lugar. Que bom<br />

seria se o homenageáss<strong>em</strong>os como merece, porque, <strong>em</strong> nosso país, a<br />

igreja, longe de denunciar a ditadura, apoiava-a. Em nosso país, nós<br />

não encontrávamos amparo na igreja. Ao contrário, ela se aproveitava<br />

de nossa dor quando nós, sendo católicas, íamos pedir que nos ajudasse<br />

a saber onde estavam nossos filhos, nossos netinhos; ela se aproveitava<br />

da confissão para tirar-nos informações. Além disso, salvo as honrosas<br />

exceções de uns cinco ou seis bispos dignos como Monsenhor Arns,<br />

denunciava as famílias que procuravam respostas.<br />

Junto a Monsenhor Arns estava um queridíssimo amigo – Jaime<br />

Wright –, que era de outra igreja, mas que estava ao seu lado, como se fosse<br />

secretário adjunto. Ele foi um dos artífices desse movimento, que já não existe<br />

mais, porém que recordamos e levamos s<strong>em</strong>pre no coração: CLAMOR.<br />

CLAMOR era um grupo de pessoas que tinham como objetivo<br />

amparar os que estavam sofrendo com as ditaduras. As duas primeiras<br />

crianças, os dois primeiros netos que nós, as avós da Plaza de Mayo,<br />

encontramos, foi graças ao CLAMOR. Do Chile, o CLAMOR recebeu<br />

a informação de que duas crianças que haviam sido abandonadas <strong>em</strong><br />

uma praça de Valparaíso tinham sido adotadas por pessoas de boa-fé.<br />

Essas crianças foram dadas para adoção, mas, por suas<br />

características culturais e pela forma de falar, pareciam ser argentinas<br />

e vítimas da ditadura. Com esse contato e essa informação, nos<br />

comunicamos com os pais adotivos. Presumimos que eram os<br />

pequeninos – um menino e uma menina, quatro e dois anos – que<br />

haviam sido levados, logo após seus pais ter<strong>em</strong> sido sequestrados, através<br />

da Cordilheira dos Andes e abandonados <strong>em</strong> uma praça.<br />

Sua avó era uruguaia, seus pais também. Conseguimos contatá-la e,<br />

então, ela viajou, vendo novamente seus netos – os irmãos Julien Grisonas,<br />

202

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!