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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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mulheres de um pequeno povoado nas margens de um rio as quais<br />

lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram ou<br />

foram mortos pela ditadura civil-militar que se instalou <strong>em</strong> seu país. É<br />

uma alegoria sobre os regimes de força e a necessidade de manter viva a<br />

m<strong>em</strong>ória deste t<strong>em</strong>po de horror para que não volte mais a acontecer.<br />

A Tribo escolheu como palco a Ilha das Pedras Brancas,<br />

também conhecida como Ilha do Presídio, no Rio Guaíba. A Ilha é<br />

patrimônio histórico, ambiental e cultural do Estado do Rio Grande do<br />

Sul. Ali estão localizadas as ruínas de um presídio de segurança máxima<br />

que, durante o regime militar, além de presos considerados perigosos,<br />

abrigou também presos políticos. Denúncias de tortura e maus-tratos<br />

aos presos levaram o governo a desativá-lo <strong>em</strong> 1983. A utilização deste<br />

espaço não convencional para a encenação pretende estabelecer uma<br />

relação entre a história recente da América Latina e seu imaginário e as<br />

referências simbólicas, o registro <strong>em</strong>ocional, os el<strong>em</strong>entos de m<strong>em</strong>ória e<br />

o caráter institucional da Ilha do Presídio.<br />

O texto permite reflexão acerca das preocupações, angústias e<br />

perdas de toda uma geração que insistiu <strong>em</strong> insurgir-se contra o sist<strong>em</strong>a<br />

de castração pelo abuso de poder de governos ditatoriais e oferece à<br />

Tribo uma oportunidade para um mergulho na história, nos mitos e<br />

na consciência coletiva. Tecnicamente, segue sua linha do trabalho<br />

investigativo sobre o teatro ritual (de Antonin Artaud) e performance<br />

cont<strong>em</strong>porânea. Rompendo com a sujeição intelectual da palavra,<br />

a encenação busca uma linguag<strong>em</strong> de cena que, consistindo de tudo<br />

aquilo que pode se manifestar e exprimir materialmente e dirigindo-se,<br />

antes de mais nada, aos sentidos, é capaz de transmitir uma <strong>em</strong>oção<br />

poética. Esta “poesia no espaço” é descrita por Artaud como “ativa e<br />

anárquica <strong>em</strong> sua ação dissociadora e vibratória sobre a sensibilidade”. 4<br />

4 TRIBO, op. cit.<br />

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