Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive
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l<strong>em</strong>brar também. Os centros acadêmicos tinham pilhas de revistas<br />
produzidas no Brasil pelo Instituto Brasileiro de Ação D<strong>em</strong>ocrática –<br />
IBAD. Recordam-se do IBAD? Tudo financiado pelos Estados Unidos<br />
para dizer o que queriam e criticar o governo. Isso era distribuído nas<br />
salas de aulas, nos centros acadêmicos para criar, na universidade, uma<br />
direita mais orgânica, mais fundamentada teórica e programaticamente.<br />
O golpe de 1964 não é uma ação espontânea de meia dúzia de militares.<br />
Não. A maioria nos quartéis vai na base da ord<strong>em</strong>, da disciplina, como é<br />
uma estrutura verticalizada militar. Há, no entanto, um comando, uma<br />
visão que se casa entre esses grupos ligados à Sorbonne e à direita civil.<br />
Não dá para dizer: Ah, não! Probl<strong>em</strong>a dos militares. Qu<strong>em</strong> foi bater à<br />
porta dos quartéis, qu<strong>em</strong> organizou foi a UDN, uma boa parte do velho<br />
PSD. Quer dizer, os partidos mais conservadores apoiaram, sustentaram,<br />
justificaram o golpe. Deixaram de resistir quando fecharam o Congresso.<br />
Onde estavam os juízes, os magistrados, o Supr<strong>em</strong>o Tribunal Federal na<br />
hora <strong>em</strong> que o golpe começou a acabar com o habeas corpus? Por que não<br />
reagiram, não falaram, não defenderam a Constituição?<br />
Um golpe militar não é uma aventura de meia dúzia. É um<br />
interesse de classe social, real, concreto, que se organiza através de ação<br />
partidária, das instituições da sociedade civil, das Forças Armadas e da<br />
capacidade de heg<strong>em</strong>onizar, inclusive outros setores da sociedade.<br />
Quando começamos a resistir a isso, perguntávamos: E agora?<br />
Que golpe foi esse?<br />
Uma parte da direita que deu o golpe confiava, inclusive, que<br />
ele era curtinho. Prometia, desde as declarações do general Humberto<br />
Castelo Branco, que rapidamente o poder seria devolvido aos civis.<br />
O raciocínio de um dos principais golpistas, Carlos Lacerda, era este.<br />
Chamam-se os militares, muda o governo e, logo <strong>em</strong> seguida, ter<strong>em</strong>os<br />
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