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Baixe o livro em pdf (1.926 KB) - Marxists Internet Archive

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Depois veio 1964. Aí foi a quarta tentativa. Quando o presidente<br />

João Goulart chegou – a história é muito comprida, complicada –, o Dr.<br />

Tancredo Neves, com a sua velha habilidade, já havia esperado Jango <strong>em</strong><br />

Montevidéu, já levava daqui a fórmula do parlamentarismo no bolsinho<br />

do casaco, enfim. Na segunda noite aqui, o presidente João Goulart<br />

recebeu as bancadas da Ass<strong>em</strong>bleia no salão nobre do palácio, e todas<br />

elas elogiaram o seu comportamento.<br />

Achei que resolvia a situação política, mas a situação econômica...<br />

A inflação era alta, e ele s<strong>em</strong> poderes. Aí ele me disse: Olha, respeito o teu<br />

ponto de vista, mas primeiro é necessário pacificar a família brasileira. Não<br />

permitirei, de forma alguma, que corra sangue entre irmãos. Jango tinha essa<br />

preocupação de evitar conflitos a qualquer preço. E <strong>em</strong> parte ele tinha<br />

razão, pois depois ele conseguiu, com o plebiscito, recuperar os poderes.<br />

Mas aí a inflação já havia se agravado ainda mais. E eu vivi um<br />

pouco na carne isso, porque 1961 foi uma coisa. Quando veio 1964 – e eu<br />

estava na prefeitura –, o povo estava cansado da inflação, daquela luta.<br />

Aliás, algo de que nosso país precisa desde aquela época é de<br />

uma reforma eleitoral. Uma pessoa ganha uma eleição, chega lá – como<br />

era o caso –, quer fazer reformas, mas um Congresso conservador não<br />

permite. Qu<strong>em</strong> ganha uma eleição, que é a expressão da vontade popular,<br />

deve automaticamente ter condições de executar o seu programa formal.<br />

Em quatro anos, o povo, o eleitor tira e dá outra solução.<br />

Hoje, neste país, viv<strong>em</strong>os assim. Parece aquela figura dos dois<br />

burros brigando, s<strong>em</strong> que nenhum avance para nenhum lado.<br />

Hoje, os parlamentos estão melhorando aos poucos. Não sou pessimista,<br />

não. Em outros países, d<strong>em</strong>ocracias modernas, atuantes, também<br />

passaram por fases difíceis. Vamos andando.<br />

Para encerrar, coloco-me à disposição para responder a qualquer<br />

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