Execuções Sumárias, Relatório do Rio de Janeiro sobre - DHnet

I. Identidade da pessoa envolvida:
1. Nome de família: Gonçalves Silote
2. Prenome: Everson
3. Sexo: Masculino
4. Data de nascimento ou idade: 26 anos
5. Nacionalidade(s): Brasileira
6. Estado civil:
7. Documento de identidade:
8. Profissão e/ou ocupação: Motorista de táxi
9. Endereço de domicílio conhecido:
10. Há ligação com outros casos/pessoas? Por favor, explicar:
II. Informação a respeito do ocorrido:
1. Data: 17 de abril de 2003
2. Local: Morro do Borel
3. Hora:
4. Natureza do ocorrido:
(a) N/A
(b) N/A
(c) outros (morte sob custódia, morte durante conflito com armas, morte devido ao uso
excessivo de força pela Polícia, morte devido ao ataque por parte dos agentes de segurança
do estado, paramilitares ou força de segurança privada, quebra da obrigação de investigar).
No dia 17 de abril de 2003, uma incursão com 16 policiais no Morro do Borel resultou na
morte de quatro residentes. Os policiais militares eram do 6 o. Batalhão da Polícia Militar. Apesar
da versão policial 85 afirmar que os quatro mortos eram membros de um grupo de traficantes de
drogas, nenhum deles tinha passagem pela Polícia. Além disso, dois deles eram trabalhadores e
um outro estudante.
Carlos Magno de Oliveira Nascimento, 18 anos, morava e estudava na Suíça. Ele estava
de férias, visitando a avó que vive no Morro do Borel. Na noite de 17 de abril, Carlos foi com o
seu amigo de infância Tiago da Costa Correia, 19 anos, um técnico em reparos de aspiradores de
pó, a uma barbearia. Policiais atiraram em Carlos e Tiago quando eles estavam deixando a
barbearia. Carlos morreu na hora. Tiago, contudo, ficou deitado no chão, gemendo e gritando que
era um trabalhador e que precisava de ajuda. Os policiais não o socorreram 86 , o que o levou à
morte. Carlos levou seis tiros e Tiago cinco. 87 .
Carlos Alberto da Silva Ferreira, 21 anos, tinha três empregos e foi outra vítima. Ele
estava de folga no dia em questão e decidiu jogar futebol em um campo do Borel. Em seu
caminho para casa, Carlos Alberto decidiu parar na barbearia, justamente quando o tiroteio
começou. Ele correu quando ouviu os tiros. Carlos Alberto foi atingido por 12 tiros, sendo um na
85 “PMs acusados de matar 4 no Borel”, O GLOBO, 9 maio 2003. O subcomandante do 6 o Batalhão da Polícia Militar, José
Luiz Nepomuceno, disse à imprensa que os mortos eram membros de grupos de traficantes de drogas e que eles portavam
drogas.
86 “Encontro com a morte”, O DIA, 18 maio 2003.
87 Certidão de óbito nº 2659/2003 do Instituto Médico Legal.
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