Execuções Sumárias, Relatório do Rio de Janeiro sobre - DHnet

QUESTIONÁRIO MODELO DA RELATORA ESPECIAL PARA EXECUÇÕES
EXTRAJUDICIAIS, SUMÁRIAS E ARBITRÁRIAS
I. Identidade da pessoa envolvida:
1. Nome de família: do Nascimento
2. Prenome: Sandro
3. Sexo: Masculino
4. Data de nascimento ou idade: 21 anos
5. Nacionalidade(s): Brasileira
6. Estado civil: Solteiro
7. Documento de identidade: Não encontrado
8. Profissão e/ou ocupação:
9. Endereço de domicílio conhecido:
10. Há ligação com outros casos/pessoas? Por favor, explicar:
Não. Este caso é conhecido com o “Ônibus 174”, ver anexos.
II. Informação a respeito do ocorrido:
1. Data: 12 de junho de 2000.
2. Local: Jardim Botânico, Zona Sul, Rio de Janeiro.
3. Hora: 20h.
4. Natureza do ocorrido:
(a) N/A
(b) N/A
(c) outros (morte sob custódia, morte durante conflito com armas, morte devido ao uso
excessivo de força pela Polícia, morte devido ao ataque por parte dos agentes de segurança
do estado, paramilitares ou força de segurança privada, quebra da obrigação de investigar).
No dia 12 de junho de 2000, Sandro do Nascimento, um dos sobreviventes do Massacre da
Candelária, entrou no ônibus 174 com um revólver calibre 38 e pulou a roleta. Vinte minutos
depois, dois policiais militares − alertados por um dos passageiros – interceptaram o ônibus. O
motorista e alguns passageiros conseguiram sair do ônibus mas dez passageiros permaneceram no
ônibus como reféns de Sandro.
As negociações para libertar os reféns começaram quando 18 homens do Batalhão de
Operações Especiais (BOPE) chegaram ao local.
Depois de quatro horas de tensão e depois de Sandro ter apontado a arma para os reféns e ter
atirado em policiais e jornalistas, decidiu entregar-se. Então deixou o ônibus, usando uma
professora de escola fundamental, Geísa Gonçalves, como escudo humano. Um policial militar
atirou em Sandro sem atingi-lo. Sandro reagiu e atirou duas vezes na refém a matando-a. 74 .
74 A investigação interna aberta para encontrar o responsável foi concluída em 7 de julho de 2003 e publicada no boletim
da Polícia Militar. O documento, assinado pelo Coronel Paulo Siston, Diretor- Geral de finanças da corporação, concluiu
que o policial que atirou duas vezes em Sandro o fez com a intenção apenas de “neutralizá-lo”. Outro tiro acertou a
bochecha de Geísa. Contudo, foi provado que o tiro que matou Geísa foi desferido por Sandro.
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