Execuções Sumárias, Relatório do Rio de Janeiro sobre - DHnet

QUESTIONÁRIO MODELO DA RELATORA ESPECIAL PARA EXECUÇÕES
EXTRAJUDICIAIS, SUMÁRIAS E ARBITRÁRIAS
I. Identidade da pessoa envolvida:
1. Nome de família: Pereira de Lima
2. Prenome: Erivelton
3. Sexo: Masculino
4. Data de nascimento ou idade: 20 anos
5. Nacionalidade(s): Brasileira
6. Estado civil: Desconhecido
7. Documento de identidade: Não encontrado
8. Profissão e/ou ocupação: Estudante
9. Endereço de domicílio conhecido: Desconhecido
10. Há ligação com outros casos/pessoas? Por favor, explicar:
Sim. Erivelton Pereira de Lima estava com Gil Alves Soares, quando a Polícia, em uma
operação oficial, executou-o em Senador Camará.
II. Informação a respeito do ocorrido:
1. Data: 10 de janeiro de 2003.
2. Local: Favelas Rebu e Coréia em Senador Camará, Rio de Janeiro.
3. Hora:
4. Natureza do ocorrido:
(a) N/A
(b) N/A
(c) outros (morte sob custódia, morte durante conflito com armas, morte devido ao uso
excessivo de força pela Polícia, morte devido ao ataque por parte dos agentes de segurança
do estado, paramilitares ou força de segurança privada, quebra da obrigação de investigar).
No dia 10 de janeiro de 2003, uma operação policial ocorreu nas favelas do Rebu e Coréia,
em Senador Camará. O objetivo da operação era prender quatro traficantes de entorpecentes. A
operação envolveu 250 policiais da 34 a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas e do 14 o Batalhão
da Polícia Militar. Essa operação foi comandada pelos Oficiais Lenilson Ribeiro, da 34 ª Delegacia
de Roubos e Furtos de Cargas e Alan Turnowisk, Coordenador da Força Tarefa Especial.
De acordo com o pai de Erivelton 48 , Gil e seu filho – embora não estando na posse de
qualquer arma ou substância entorpecente – foram levados de suas casas e severamente surrados
pelos policiais, antes de serem arrastados para o carro da Polícia. Eles foram deixados no interior
do veículo por quatro horas sob um calor de 40 ºC. Tanto Gil quanto Erivelton acabaram morrendo
no carro. Na Polícia, há registro de que a morte teria sido causada por uma overdose de cocaína.
No entanto, não há nenhuma evidência que apóie essa alegação. Do Instituto de Medicina Legal
48 Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro entrevistou o pai de
Erivelton no dia 12 de fevereiro de 2003.
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