Execuções Sumárias, Relatório do Rio de Janeiro sobre - DHnet

A ação foi realizada em represália à morte de quatro policiais militares ocorrida no dia anterior.
Horas antes do massacre, o policial militar Cláudio Fialho, conhecido em Vigário Geral por ameaçar e
extorquir os moradores, havia aparecido e prometido vingança pela morte dos policiais.
Passados quase dez anos, apenas cinco policiais foram condenados. Outros sete aguardam
julgamento e 19 foram julgados e absolvidos.
c) Caso da Candelária
No dia 23 de julho de 1993, em frente à Igreja da Candelária, enquanto um grupo de
aproximadamente 40 menores de rua dormiam debaixo das marquises dos prédios, seis policiais
militares, divididos em dois Chevettes, saltaram dos carros e atiraram contra os jovens, matando oito
deles. Todas as vítimas tinham entre 11 e 22 anos. Dos seis acusados, três foram condenados e três,
absolvidos.
O único sobrevivente da chacina, Wagner dos Santos, testemunha chave do processo contra os
policiais, foi novamente vítima de um atentado, alguns anos depois, quando já se encontrava sob
custódia do estado. Ele teve de sair do Brasil (fora-lhe concedido apenas a passagem de ida e nada
mais!) e se encontra, até a presente data, na Suíça, onde recentemente recebeu o diagnóstico de
saturnismo, (presença de chumbo no organismo em níveis excessivos). Essa doença é resultado das
duas balas de chumbo que Wagner ainda tem em seu corpo, uma na nuca e outra abaixo do ouvido
direito. O caso de Wagner foi denunciado para a CIDH, mas, apesar de ter aceitado entrar em uma
solução amistosa no caso. O estado brasileiro se recusa a pagar uma indenização justa a Wagner,
alegando que já lhe dá pensão de dois salários mínimos, valor que é irrisório para o tratamento das
seqüelas.
3.1.2 Casos recentes de grupo de extermínio
a) Jacarepaguá 21
Hugo Leonardo Brito Veiga, 18 anos
Wanderson Santos de Andrade, 17 anos
21 Ver “Famílias denunciam grupo de extermínio”, Jornal do Brasil, de 16 de julho de 2002.
34