Execuções Sumárias, Relatório do Rio de Janeiro sobre - DHnet

3.1 Casos de grupos de extermínio
3.1.1 Casos paradigmáticos
Foram selecionados três casos emblemáticos para exemplificar a atuação de grupos de
extermínio por agentes do estado no início da década de 1990
a) Caso de Acari
Em julho de 1990, 11 jovens (homens e mulheres) foram seqüestrados de um sítio em Magé
(município da Baixada Fluminense) e executados por policiais militares. Até hoje não foram achados
os corpos dos jovens. Ressalte-se que eram todos pobres, de etnia negra e alguns envolvidos com a
vida marginalizada, o que leva a entender que havia um estereótipo em relação aos seus grupos e
especificamente dos escolhidos como alvos.
Destaque-se o fato de que, no dia anterior à chacina, havia sido feito um reconhecimento de
policiais acusados de extorsão: os mesmos que foram acusados de participar da chacina.
As mães dos jovens executados se uniram por justiça e formaram o grupo conhecido como
Mães de Acari. Edméia da Silva Euzébio assumiu o comando do grupo. Em represália, foi assassinada
em 15 de janeiro de 1993, com 47 anos de idade, depois de ter saído de um presídio onde havia ido
visitar um parente.
Após a morte de Edméia, Vera Lúcia Flores Leite assumiu a liderança do grupo que luta por
justiça e por encontrar os restos mortais dos filhos.
b) Caso de Vigário Geral
Na madrugada do dia 30 de agosto de 1993, cerca de 40 policiais militares, armados com
metralhadoras, escopetas, pistolas e granadas saíram de vários carros, encapuzados e invadiram a
favela de Vigário Geral. Divididos em três grupos, atiraram nas pessoas que encontraram pelo
caminho, incendiaram trailers e motocicletas. Ao final da ação, 21 pessoas, homens e mulheres,
haviam sido executadas.
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