29.06.2015 Views

A promoção da igualdade. Avaliação dos postos de trabalho sem ...

A promoção da igualdade. Avaliação dos postos de trabalho sem ...

A promoção da igualdade. Avaliação dos postos de trabalho sem ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

A PROMOÇÃO DA<br />

IGUALDADE<br />

Bureau<br />

Internacional<br />

do Trabalho<br />

AVALIAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO<br />

SEM ENVIESAMENTO DE GÉNERO:<br />

GUIA PRÁTICO<br />

Programa para<br />

a Promoção<br />

<strong>da</strong> Declaração<br />

relativa aos<br />

Princípios<br />

e Direitos<br />

Fun<strong>da</strong>mentais<br />

no Trabalho


A PROMOÇÃO<br />

DA IGUALDADE<br />

AVALIAÇÃO DOS POSTOS DE TRABALHO<br />

SEM ENVIESAMENTO DE GÉNERO:<br />

GUIA PRÁTICO<br />

Bureau


Copyright © Organização Internacional do Trabalho 2011<br />

Publicado em 2011<br />

As publicações do Bureau Internacional do Trabalho gozam <strong>da</strong> protecção <strong>dos</strong> direitos <strong>de</strong> autor em virtu<strong>de</strong> do Protocolo 2<br />

anexo à Convenção Universal sobre Direito <strong>de</strong> Autor. No entanto, breves extractos <strong>de</strong>ssas publicações po<strong>de</strong>m ser reproduzi<strong>dos</strong><br />

<strong>sem</strong> autorização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que menciona<strong>da</strong> a fonte. Os pedi<strong>dos</strong> para obtenção <strong>dos</strong> direitos <strong>de</strong> reprodução ou tradução <strong>de</strong>vem<br />

<br />

Switzerland, ou por email: pubdroit@ilo.org. Os pedi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> autorização serão <strong>sem</strong>pre bem vin<strong>dos</strong>.<br />

<br />

A promoção <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>. Avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género: guia prático, <br />

Internacional do Trabalho 2010<br />

<br />

<br />

Promoting Equity. Gen<strong>de</strong>r-neutral job evaluation for equal pay: a step-by-step gui<strong>de</strong> (ISBN<br />

, ; : Promouvoir l’équité salariale au moyen <strong>de</strong> l’évaluation non sexiste <strong>de</strong>s<br />

emplois: Gui<strong>de</strong> <strong>de</strong> mise en oeuvre Promoción <strong>de</strong> la igual<strong>da</strong>d salarial<br />

por medio <strong>de</strong> la evaluación no sexista <strong>de</strong> los empleos: guía <strong>de</strong>talla<strong>da</strong><br />

<br />

<br />

<br />

<br />

As <strong>de</strong>signações constantes <strong>da</strong>s publicações <strong>da</strong> OIT, que estão em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong> com as normas <strong>da</strong>s Nações Uni<strong>da</strong>s, bem como a<br />

<br />

<br />

<strong>de</strong>limitação <strong>da</strong>s respectivas fronteiras.<br />

As opiniões expressas em estu<strong>dos</strong>, artigos e outros documentos são <strong>da</strong> exclusiva responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> seus autores, e a<br />

publicação <strong>dos</strong> mesmos não vincula a Organização Internacional do Trabalho às opiniões neles expressas.<br />

<br />

<br />

Informação adicional sobre as publicações e recursos electrónicos do BIT po<strong>de</strong> ser obti<strong>da</strong> directamente <strong>de</strong> ILO Publications,<br />

<br />

<br />

<br />

Impresso em Portugal


ÍNDICE<br />

PREFÁCIO<br />

v<br />

Contexto e objectivos do guia 1<br />

A Comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial 7<br />

CAPÍTULO 3 Selecção <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar 17<br />

CAPÍTULO 4 Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 25<br />

CAPÍTULO 5 Recolha <strong>da</strong>s informações relativas aos <strong>postos</strong> 43<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

CAPÍTULO 6 Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> 57<br />

CAPÍTULO 7 Determinação do valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 69<br />

CAPÍTULO 8 Estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais entre <strong>postos</strong> 83<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo valor e pagamento <strong>dos</strong> ajustamentos<br />

92<br />

ÍNDICE DOS QUADROS 95<br />

LÉXICO 97<br />

iii


Agra<strong>de</strong>cimentos<br />

Exprimo o meu gran<strong>de</strong> reconhecimento a Manuela Tomei que esteve na origem <strong>de</strong>ste projecto e que o acompanhou<br />

e encorajou ao longo do seu <strong>de</strong>senvolvimento. Os seus comentários, <strong>sem</strong>pre muito oportunos, permitiram<br />

melhorar consi<strong>de</strong>ravelmente este Guia. Agra<strong>de</strong>ço, igualmente,a Zafar Shaheed pelo seu apoio, assim como pelas<br />

-<br />

<br />

Agra<strong>de</strong>ço a to<strong>da</strong>s as pessoas que participaram nas várias reuniões <strong>de</strong> discussão sobre o Guia que tiveram lugar<br />

em Genebra no BIT, assim como aquelas que participaram nas sessões <strong>de</strong> formação que ministrei no Centro<br />

Internacional <strong>de</strong> Formação <strong>da</strong> OIT, em Turim. As suas questões, críticas e comentários foram muito estimulantes<br />

e construtivos. Finalmente, agra<strong>de</strong>ço ao Éric André Charest, estagiário no BIT em 2006, que contribuiu com o seu<br />

valioso <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> investigação.<br />

Marie-Thérèse Chicha<br />

Autora


PREFÁCIO<br />

Prefácio<br />

cterísticas<br />

<strong>dos</strong> merca<strong>dos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> um pouco por todo o mundo. Apesar <strong>da</strong> diferença salarial ter registado algumas<br />

reduções, as mulheres, em média, continuam a receber salários inferiores aos <strong>dos</strong> homens. Esta tendência<br />

periência<br />

laboral.<br />

A diferença salarial entre homens e mulheres tem inúmeras causas e a discriminação na remuneração em razão<br />

do sexo é uma <strong>de</strong>las. A Convenção (nº. 100) <strong>da</strong> OIT relativa à Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> Remuneração, <strong>de</strong> 1951, uma <strong>da</strong>s oito<br />

normas fun<strong>da</strong>mentais <strong>da</strong> OIT, procura abor<strong>da</strong>r a questão <strong>da</strong> discriminação salarial assegurando que mulheres<br />

e homens recebam uma remuneração igual não apenas por um <strong>trabalho</strong> igual ou similar, mas por um <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> valor igual. Este princípio é extremamente importante para que a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> género se concretize, já que é<br />

eleva<strong>da</strong> a proporção <strong>de</strong> mulheres que executam <strong>trabalho</strong>s diferentes <strong>dos</strong> homens. Avaliar o valor, e os correspon<strong>de</strong>ntes<br />

requisitos, <strong>de</strong> diferentes <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> tendo por base critérios objectivos e comuns constitui, também,<br />

<br />

procedimentos <strong>de</strong> recrutamento e <strong>de</strong> selecção.<br />

Determinar se dois <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> conteúdo diferente são iguais em valor exige um método que os compare.<br />

<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> seja objectiva e justa, os respectivos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>vem estar isentos <strong>de</strong> qualquer enviesamento<br />

<strong>de</strong> género, caso contrário corre-se o risco <strong>de</strong> ignorar ou subvalorizar aspectos fun<strong>da</strong>mentais <strong>de</strong> <strong>postos</strong><br />

normalmente ocupa<strong>dos</strong> por mulheres em comparação com outros normalmente preenchi<strong>dos</strong> por homens. Daqui<br />

resulta a perpetuação <strong>da</strong> subvalorização <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s <strong>da</strong>s mulheres e o reforço <strong>da</strong> diferença salarial.<br />

O processo pelo qual os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> são <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e aplica<strong>dos</strong> é, no mínimo,<br />

tão importante como o conteúdo técnico <strong>dos</strong> referi<strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong>, <strong>da</strong><strong>da</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> surgirem enviesamentos<br />

<strong>de</strong> género involuntários em qualquer fase <strong>da</strong> sua concepção e utilização. O objectivo <strong>de</strong>sta publicação é evitar<br />

que estes problemas ocorram, constituindo um guia sistemático sobre a melhor forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolver e aplicar<br />

um método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género.<br />

O presente Guia foi elaborado no âmbito do Acompanhamento do Plano <strong>de</strong> Acção relativo à Eliminação <strong>da</strong><br />

Discriminação (2004-2007), <strong>da</strong> OIT, <strong>de</strong> que resultou o primeiro Relatório global sobre o assunto intitulado Time<br />

for Equality at work. Preten<strong>de</strong> <strong>da</strong>r resposta a um número crescente <strong>de</strong> pedi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> apoio técnico neste domínio<br />

formula<strong>dos</strong> por enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s governamentais, organizações <strong>de</strong> trabalhadores e enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s triparti<strong>da</strong>s que li<strong>da</strong>m com<br />

questões laborais e <strong>de</strong> género. O Guia dirige-se a organizações <strong>de</strong> empregadores e <strong>de</strong> trabalhadores, pessoal<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>partamentos para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> oportuni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, gestores <strong>de</strong> recursos humanos, especialistas <strong>de</strong> género e<br />

<br />

O Guia foi escrito pela Professora Marie-Thérèse Chicha, <strong>da</strong> École <strong>de</strong>s Relations Industrielles <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

tem por base uma análise comparativa <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, guias e outros materiais<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e utiliza<strong>dos</strong> em vários países, bem como estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> caso e investigação académica na área <strong>dos</strong><br />

estu<strong>dos</strong> <strong>de</strong> género e <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> recursos humanos. O Guia foi testado e vali<strong>da</strong>do no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong><br />

formação organiza<strong>da</strong>s pelo Centro Internacional <strong>de</strong> Formação <strong>da</strong> OIT, em Turim, para as organizações triparti<strong>da</strong>s.<br />

-<br />

<br />

meus agra<strong>de</strong>cimentos vão, também, para Lisa Wong por ter concluído esta publicação.<br />

Zafar Shaheed<br />

Director<br />

Programa para a Promoção <strong>da</strong> Declaração<br />

relativa aos Princípios et Direitos Fun<strong>da</strong>mentais no Trabalho<br />

v


SUMÁRIO - CAPÍTULO 1<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Vantagens <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial 3


CAPÍTULO<br />

1<br />

Contexto<br />

e objectivos<br />

do guia<br />

OBJECTIVOS<br />

O presente guia <strong>de</strong> aplicação do princípio <strong>de</strong> salário igual por<br />

um <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> valor igual <strong>sem</strong> discriminação em razão do sexo,<br />

consagrado pela Convenção (n.º 100) <strong>da</strong> OIT, inscreve-se no<br />

quadro do Acompanhamento <strong>da</strong> Declaração relativa aos Princípios<br />

e Direitos Fun<strong>da</strong>mentais no Trabalho, e nomea<strong>da</strong>mente do<br />

Relatório Global <strong>de</strong> 2003 e <strong>da</strong> edição <strong>de</strong> 2007, consagra<strong>dos</strong> à<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> no <strong>trabalho</strong>. O Guia constitui uma ferramenta <strong>de</strong>stina<strong>da</strong><br />

à promoção <strong>de</strong>ste princípio em diversos meios laborais.<br />

Contexto e objectivos do guia<br />

A Convenção (nº. 100) <strong>da</strong> OIT, adopta<strong>da</strong> em 1951, foi até hoje<br />

<br />

em redor <strong>de</strong>ste princípio, a diferença salarial entre mulheres e<br />

homens mantém-se <strong>de</strong> uma forma persistente e universal no<br />

mercado <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Os inquéritos estatísticos mais recentes<br />

mostram que esta diferença existe em países com uma estrutura<br />

económica muito diversa e que, mesmo que na maior<br />

parte <strong>de</strong>stes países a tendência seja para uma diminuição, tal<br />

evolução <strong>de</strong>corre a um ritmo muito lento. A diferença persiste<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

dois conjuntos <strong>de</strong> factores. O primeiro abrange características <strong>da</strong>s pessoas e <strong>da</strong>s empresas nas<br />

quais elas trabalham. Entre os factores mais importantes contam-se:<br />

o nível <strong>de</strong> escolari<strong>da</strong><strong>de</strong> e a área <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong>;<br />

<br />

ocupado;<br />

o número <strong>de</strong> horas <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

a dimensão <strong>da</strong> empresa e o sector <strong>de</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Uma parte <strong>da</strong> diferença salarial po<strong>de</strong>ria, pois, ser reabsorvi<strong>da</strong> por políticas que incidis<strong>sem</strong><br />

directamente sobre os factores supra menciona<strong>dos</strong>, como por exemplo, a adopção <strong>de</strong> horários<br />

<br />

1


espectivas obrigações familiares, o que possibilitaria às mães não interromperem as suas carreiras<br />

e acumularem experiência e antigui<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Uma vez levado em conta este primeiro conjunto <strong>de</strong> factores, os estu<strong>dos</strong> econométricos constatam,<br />

<strong>de</strong> forma recorrente, a existência <strong>de</strong> uma diferença residual inexplicável entre o salário médio <strong>dos</strong><br />

homens e o <strong>da</strong>s mulheres. Segundo Gun<strong>de</strong>rson (2006), a diferença residual varia, regra geral, entre<br />

5% e 15%. Por outras palavras, a discriminação salarial que a Convenção (n.º 100) preten<strong>de</strong> corrigir<br />

não correspon<strong>de</strong> à totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> diferença salarial observa<strong>da</strong> mas apenas a uma fracção <strong>de</strong>sta.<br />

<br />

conjunto <strong>de</strong> factores, aos quais regressaremos em pormenor nos vários capítulos que integram o<br />

Guia. De momento, basta apenas mencioná-los:<br />

os estereótipos e os preconceitos relativamente ao <strong>trabalho</strong> feminino;<br />

os méto<strong>dos</strong> tradicionais <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, concebi<strong>dos</strong> à medi<strong>da</strong> <strong>da</strong>s<br />

exigências <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> masculinos;<br />

o menor po<strong>de</strong>r negocial <strong>da</strong>s trabalhadoras, menos sindicaliza<strong>da</strong>s e ocupando <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>sproporciona<strong>da</strong> empregos precários.<br />

Simultaneamente, parte <strong>de</strong>sta diferença residual é atribuível a uma discriminação directa entre<br />

um homem e uma mulher que efectuem o mesmo <strong>trabalho</strong>, por exemplo, um informático e uma<br />

informática, ou um enfermeiro e uma enfermeira. Esta discriminação encontra-se igualmente<br />

abrangi<strong>da</strong> pela Convenção (n.º 100) mas, sendo <strong>de</strong> uma forma geral simples <strong>de</strong> estabelecer, não é<br />

<br />

a prática ca<strong>da</strong> vez mais generaliza<strong>da</strong>, utilizaremos a expressão igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial para <strong>de</strong>signar o<br />

princípio <strong>de</strong> uma remuneração igual por um <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> valor igual e que constitui o objecto <strong>de</strong>ste<br />

Guia.<br />

<br />

Uma <strong>da</strong>s razões pelas quais se progrediu pouco até à <strong>da</strong>ta em matéria <strong>de</strong> respeito pelo direito<br />

fun<strong>da</strong>mental <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial foi <strong>de</strong>staca<strong>da</strong> pela Comissão <strong>de</strong> Peritos para a Aplicação <strong>de</strong><br />

Convenções e Recomen<strong>da</strong>ções (2007):<br />

(…) as dificul<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> aplicação <strong>da</strong> Convenção, na legislação como na prática,<br />

resultam sobretudo do facto <strong>de</strong> o alcance e as incidências do conceito «<strong>trabalho</strong> <strong>de</strong><br />

valor igual» serem mal compreendi<strong>dos</strong>. Contudo, este conceito é a pedra angular<br />

<strong>da</strong> Convenção. Encontra-se na própria essência do direito fun<strong>da</strong>mental <strong>dos</strong> homens<br />

e <strong>da</strong>s mulheres à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial por um <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> valor igual, na própria<br />

essência <strong>da</strong> promoção <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Efectivamente, temos <strong>de</strong> admitir que o princípio <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial po<strong>de</strong>, à primeira vista,<br />

parecer muito exigente e complexo. Exige que se consi<strong>de</strong>rem sob uma nova perspectiva as<br />

<br />

mulheres em comparação com o <strong>dos</strong> homens, que se revejam os sistemas <strong>de</strong> remuneração em<br />

<br />

predominância feminina. Estas várias etapas foram frequentemente <strong>de</strong>scritas como longas, caras e<br />

<br />

<br />

não é necessariamente ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira.<br />

2<br />

<br />

sessenta e nos anos setenta, nos serviços públicos <strong>de</strong> alguns Esta<strong>dos</strong> ou municípios. Foram postas<br />

em prática iniciativas conjuntas por parte <strong>de</strong> enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s patronais e sindicais, muitas vezes sob<br />

ameaça <strong>de</strong> acções judiciais. Estas iniciativas abrangiam um leque muito amplo <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

e um número elevado <strong>de</strong> trabalhadores. Os processos <strong>de</strong> aplicação foram longos e onerosos, por<br />

<br />

do tema. Com efeito, foi nessa época que foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>dos</strong> e testa<strong>dos</strong> os primeiros méto<strong>dos</strong>


<strong>de</strong> avaliação <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género. Segui<strong>da</strong>mente, a aplicação alargou-se a outros países,<br />

<strong>sem</strong>pre num contexto essencialmente litigioso. Devido a este histórico, a impressão resultante,<br />

e ain<strong>da</strong> hoje prevalecente, é que a concretização <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial exige muitos recursos e<br />

<strong>de</strong>corre num contexto <strong>de</strong> relações laborais tensas.<br />

<br />

<strong>dos</strong> sindicatos com o objectivo <strong>de</strong> promover a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial. Fe<strong>de</strong>rações sindicais nacionais<br />

e internacionais adoptaram diversas medi<strong>da</strong>s com o objectivo <strong>de</strong> alargar a aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

salarial nos meios laborais em que intervêm. A Internacional <strong>dos</strong> Serviços Públicos (ISP),<br />

nomea<strong>da</strong>mente, elaborou uma estratégia com diversas vertentes, centra<strong>da</strong>s tanto na sensibilização<br />

e na formação, como na aplicação <strong>da</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> no sector público em vários<br />

países.<br />

Observa-se igualmente o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> iniciativas em matéria <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial sob a<br />

<br />

entre a Comissão Europeia, instituições governamentais, associações sindicais e especialistas <strong>de</strong><br />

diversos países no quadro do projecto BETSY. Criaram-se e aplicaram-se instrumentos <strong>de</strong> avaliação<br />

num <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> empresas. Em Portugal, graças a uma parceria entre as associações<br />

sindicais, os representantes <strong>da</strong>s enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s patronais, o BIT (Bureau Internacional do Trabalho) e a<br />

Comissão Europeia foi possível elaborar e colocar em prática um programa <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

no sector <strong>da</strong> restauração .<br />

Titre Contexto <strong>de</strong> chapitre e objectivos do guia<br />

<br />

por via <strong>de</strong> legislação <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> “proactiva”. O mo<strong>de</strong>lo proactivo torna obrigatória a aplicação<br />

<strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial nas organizações públicas e priva<strong>da</strong>s e foi adoptado na Suécia, no Canadá<br />

(Ontário e Quebeque) e na Finlândia. De uma forma geral, apresenta as seguintes características:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

aplica-se a to<strong>da</strong>s as enti<strong>da</strong><strong>de</strong>s patronais que obe<strong>de</strong>çam a <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> critérios<br />

(dimensão em termos <strong>de</strong> números <strong>de</strong> efectivos, por exemplo);<br />

<br />

indica-lhes os principais critérios metodológicos que <strong>de</strong>vem ser observa<strong>dos</strong> para que<br />

estes resulta<strong>dos</strong> sejam alcança<strong>dos</strong>;<br />

é concretizado conjuntamente pela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal e pelos representantes <strong>dos</strong><br />

trabalhadores.<br />

<br />

<br />

houve organismos públicos que <strong>de</strong>senvolveram uma vasta gama <strong>de</strong> documentos informativos,<br />

sessões <strong>de</strong> formação e outros tipos <strong>de</strong> apoio aos intervenientes neste domínio. Ao mesmo tempo,<br />

<br />

<br />

Deste modo, po<strong>de</strong>mos promover hoje a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial afastando-nos consi<strong>de</strong>ravelmente do<br />

mo<strong>de</strong>lo judicial, pesado e caro, substituindo-o por um novo mo<strong>de</strong>lo que associa igual<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<br />

<br />

O principal benefício <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial é a ver<strong>da</strong><strong>de</strong>ira consagração do direito à<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s trabalhadoras, que vêem as suas competências reconheci<strong>da</strong>s e as suas funções<br />

valoriza<strong>da</strong>s, não apenas <strong>de</strong> um ponto <strong>de</strong> vista simbólico mas <strong>de</strong> forma muito concreta através <strong>de</strong> um<br />

ajustamento <strong>da</strong> sua remuneração. Trata-se, pois, <strong>de</strong> uma questão <strong>de</strong> digni<strong>da</strong><strong>de</strong> e reconhecimento<br />

por parte <strong>dos</strong> seus superiores e colegas, cujos efeitos positivos foram sublinha<strong>dos</strong> por várias<br />

trabalhadoras. Os ajustamentos salariais po<strong>de</strong>m igualmente exercer um efeito a ter em conta sobre<br />

<br />

portugal_equal_pt.htm<br />

3


a capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s trabalhadoras proporcionarem às suas famílias um nível <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> a<strong>de</strong>quado e uma<br />

segurança económica acresci<strong>da</strong> no momento <strong>da</strong> reforma.<br />

Para além <strong>dos</strong> impactos positivos sobre as trabalhadoras, as iniciativas postas em prática sob a<br />

forma <strong>de</strong> parceria, bem como as leis proactivas, permitiram perceber que a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial tinha<br />

efeitos positivos substanciais nas próprias empresas. Estes são <strong>de</strong> vários tipos: gestão <strong>dos</strong> recursos<br />

<br />

quadro seguinte reúne os benefícios observa<strong>dos</strong> nas diversas experiências <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial 1 .<br />

Quadro 1.1. Síntese <strong>da</strong>s vantagens <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

<br />

Melhoria <strong>da</strong>s práticas em matéria <strong>de</strong> gestão <strong>dos</strong> recursos humanos<br />

<br />

<br />

Redução do tempo <strong>de</strong>dicado ao recrutamento por parte<br />

<strong>dos</strong> funcionários e <strong>da</strong>s funcionárias responsáveis<br />

Maior produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> e quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do <strong>trabalho</strong><br />

Maior manutenção no posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>dos</strong> novos<br />

funcionários e <strong>da</strong>s novas funcionárias no termo do<br />

respectivo período experimental e<br />

Coerência <strong>da</strong> política <strong>de</strong> remuneração e harmonização<br />

<strong>da</strong> estrutura salarial em função do valor <strong>dos</strong><br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

As competências subavalia<strong>da</strong>s <strong>da</strong>s trabalhadoras são postas em evidência<br />

Melhoria <strong>da</strong> quali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> produtos e serviços<br />

Redução consecutiva <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> recrutamento e <strong>de</strong><br />

formação.<br />

Melhor gestão <strong>da</strong> remuneração: economias <strong>de</strong> tempo por<br />

parte do pessoal afecto à gestão do sistema <strong>de</strong> remunerações<br />

sas<br />

funções<br />

Diminuição <strong>da</strong>s taxas <strong>de</strong> erros ou <strong>de</strong> reclamações <strong>dos</strong><br />

clientes e <strong>da</strong>s clientes<br />

Melhor percepção <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> na organização e melhoria <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Maior satisfação e reforço <strong>da</strong> ligação à organização<br />

<br />

Diminuição <strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> efectivos, do absentismo<br />

e <strong>dos</strong> respectivos custos<br />

<br />

<br />

<br />

Efeitos sobre a reputação e a atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> organização<br />

Diminuição <strong>dos</strong> custos <strong>de</strong> recrutamento <strong>de</strong> pessoal<br />

<br />

Redução <strong>da</strong> duração <strong>da</strong>s vagas em <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong><br />

lugares<br />

% <strong>de</strong> tempo consagrado à procura <strong>de</strong> candi<strong>da</strong>tos<br />

<br />

Valor <strong>dos</strong> atrasos na produção ou <strong>dos</strong> contratos perdi<strong>dos</strong><br />

Estas vantagens são, pois, <strong>de</strong> vária or<strong>de</strong>m e entre as condições favoráveis à sua obtenção contamse,<br />

nomea<strong>da</strong>mente, a concertação entre as partes, uma formação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> <strong>da</strong>s pessoas responsáveis,<br />

bem como a transparência <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s nas várias fases.<br />

4<br />

1 Para mais pormenores ver Chicha (2006)


O Guia que elaborámos baseia-se em inúmeros estu<strong>dos</strong> oriun<strong>dos</strong> <strong>de</strong> vários países, na experiência<br />

<br />

investigadora e formadora, não só no Canadá como no estrangeiro. O Guia analisa o processo<br />

no seu conjunto, partindo <strong>da</strong> escolha <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar até à igualização <strong>da</strong>s<br />

remunerações, passando pelas diferentes fases <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> mesmos. O seu objectivo é expor<br />

os varia<strong>dos</strong> aspectos metodológicos <strong>da</strong> iniciativa e explicar os critérios que <strong>de</strong>vem ser observa<strong>dos</strong><br />

para evitar as práticas discriminatórias.<br />

O Guia dirige-se tanto a responsáveis patronais e sindicais envolvi<strong>dos</strong> na aplicação <strong>de</strong> um<br />

<br />

po<strong>de</strong> ser a<strong>da</strong>ptado a diferentes contextos económicos e organizacionais, bem como a pequenas<br />

e gran<strong>de</strong>s empresas. Ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s etapas apresenta<strong>da</strong>s levará as pessoas responsáveis pela<br />

aplicação, tanto patronais como sindicais, a aprofun<strong>da</strong>r conjuntamente o conhecimento que <strong>de</strong>têm<br />

sobre o respectivo ambiente <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, a um olhar crítico sobre <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> elementos que se<br />

tornaram obsoletos ou ina<strong>de</strong>qua<strong>dos</strong> na sequência <strong>de</strong> mu<strong>da</strong>nças tecnológicas ou organizacionais e,<br />

sobretudo, a <strong>de</strong>scobrir aspectos ignora<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>signa<strong>da</strong>mente aqueles que<br />

são ocupa<strong>dos</strong> por mulheres.<br />

Titre Contexto <strong>de</strong> chapitre e objectivos do guia<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

género. O Guia será especialmente útil e <strong>de</strong> mais fácil utilização se for acompanhado por uma<br />

formação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>.<br />

<br />

frequentemente <strong>de</strong>nomina<strong>da</strong> programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, que compreen<strong>de</strong> as seguintes<br />

etapas:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

masculina para efeitos <strong>de</strong> comparação;<br />

escolha do método <strong>de</strong> avaliação;<br />

elaboração <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> relativos aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e<br />

recolha <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong>;<br />

análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>;<br />

<strong>de</strong>terminação do valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> com o mesmo valor;<br />

pagamento <strong>dos</strong> ajustamentos para atingir a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

A 6 primeiras etapas representam um diagnóstico <strong>da</strong> situação que conduziu à constatação <strong>da</strong><br />

existência ou ausência <strong>de</strong> diferenças salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> com o mesmo valor; no<br />

primeiro caso, será então necessário passar à 7ª etapa, isto é, ao pagamento <strong>dos</strong> ajustamentos; no<br />

segundo, não haverá lugar a qualquer acerto salarial.<br />

Ca<strong>da</strong> capítulo apresenta uma ou duas etapas <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial numa empresa.<br />

Apresentam-se os objectivos, as diversas operações a efectuar, os critérios <strong>de</strong> não enviesamento<br />

<strong>de</strong> género, bem como as boas práticas a adoptar. E também listas <strong>de</strong> controlo que funcionam como<br />

auxiliares <strong>de</strong> memória para as pessoas responsáveis 2 , por este processo. Finalmente, a maior parte<br />

<strong>dos</strong> capítulos termina com uma breve exposição <strong>da</strong>s vantagens que po<strong>de</strong>m ser obti<strong>da</strong>s.<br />

2 A re<strong>da</strong>cção do Guia apoiou-se num elevado número <strong>de</strong> fontes provenientes <strong>de</strong> vários países com uma gran<strong>de</strong> convergência em vários pontos e que<br />

<br />

<br />

a<strong>da</strong>ptámos.<br />

5


SUMÁRIO - CAPÍTULO 2<br />

Objectivos 7<br />

A logística <strong>da</strong> aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

numa empresa 7<br />

A comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial 9<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

6


CAPÍTULO<br />

2<br />

A comissão para a<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

OBJECTIVOS<br />

A aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial compreen<strong>de</strong> um conjunto <strong>de</strong><br />

tarefas que <strong>de</strong>vem ser executa<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma rigorosa com o ob-<br />

tema<br />

<strong>de</strong> remuneração. O presente capítulo expõe as gran<strong>de</strong>s<br />

etapas <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s a executar, os elementos <strong>de</strong> logística a<br />

ter em consi<strong>de</strong>ração e as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> participação <strong>dos</strong> trabalhadores<br />

e <strong>da</strong>s trabalhadoras.<br />

A comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

A LOGÍSTICA DA APLICAÇÃO DA IGUALDADE SALARIAL<br />

<br />

A elaboração <strong>de</strong> um programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, bem como a sua<br />

<br />

<br />

<strong>de</strong> tais programas em vários países, <strong>de</strong>vem ser ti<strong>dos</strong> em conta os seguintes<br />

elementos na fase que prece<strong>de</strong> os <strong>trabalho</strong>s:<br />

Prever os necessários recursos <br />

<br />

projecto, com o orçamento que será consagrado às diversas activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s:<br />

questionários, consultoria, comunicação interna, etc; neste caso, não se trata<br />

<strong>de</strong> montantes atribuí<strong>dos</strong> aos ajustamentos, que po<strong>de</strong>riam <strong>sem</strong> dúvi<strong>da</strong> ser<br />

objecto <strong>de</strong> uma provisão mas cujo montante não po<strong>de</strong> ser antecipa<strong>da</strong>mente<br />

<br />

serão afectas à execução <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s e à frequência <strong>da</strong> sua participação:<br />

número <strong>de</strong> horas por <strong>sem</strong>ana ou por mês, etc.;<br />

Determinar as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> formação que será ministra<strong>da</strong>. A igual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

salarial assenta quer sobre conhecimentos técnicos em matéria <strong>de</strong> avaliação<br />

e <strong>de</strong> remuneração, quer sobre conhecimentos relativos à discriminação, aos<br />

estereótipos e preconceitos para com o <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong>s mulheres, às causas<br />

<strong>da</strong>s <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong>s em razão do sexo. É necessária uma formação anterior<br />

ao início <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s para quem tiver funções <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. Há,<br />

pois, que <strong>de</strong>cidir quem vai ministrar a formação bem como as respectivas<br />

mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

7


ecrutamento. Se a formação recebi<strong>da</strong> pelas pessoas responsáveis for a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>, o papel <strong>de</strong> um<br />

<br />

<br />

estratégia <strong>de</strong> comunicação. Uma vez que o programa <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

trata um tema muito <strong>de</strong>licado, como é o <strong>dos</strong> salários relativos <strong>de</strong>ntro <strong>da</strong> organização, é<br />

importante procurar atenuar o mais possível os receios <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras.<br />

Frequentemente, é recomendável dispor, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início, <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> comunicação<br />

no sentido <strong>de</strong> evitar o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> rumores; esta estratégia po<strong>de</strong> assumir diferentes<br />

formas, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong> organização e <strong>dos</strong> meios <strong>de</strong> que esta dispõe (Saba 2000);<br />

calendário <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s. Será necessário <strong>de</strong>cidir em que momento terá lugar ca<strong>da</strong><br />

uma <strong>da</strong>s etapas, a <strong>da</strong>ta em que os <strong>trabalho</strong>s serão concluí<strong>dos</strong> e os ajustamentos salariais<br />

começarão a ser efectua<strong>dos</strong>;<br />

Decidir que tipo <strong>de</strong> participação conjunta <br />

As inúmeras experiências realiza<strong>da</strong>s até à <strong>da</strong>ta indicam que a aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

<br />

<br />

proporciona uma nova visão <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, confrontando pontos <strong>de</strong> vista varia<strong>dos</strong><br />

apresenta<strong>dos</strong> tanto por responsáveis <strong>de</strong> recursos humanos, como por trabalhadores e<br />

trabalhadoras,<br />

garante a legitimi<strong>da</strong><strong>de</strong> do processo e <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> aos olhos <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s<br />

trabalhadoras,<br />

reparte a carga <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> entre várias pessoas.<br />

Estes objectivos po<strong>de</strong>rão ser alcança<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma mais segura se a participação se traduzir pela<br />

constituição <strong>de</strong> uma comissão cuja composição, funções e condições <strong>de</strong> exercício estejam bem<br />

<br />

A COMISSÃO PARA A IGUALDADE SALARIAL<br />

8


A COMISSÃO PARA A IGUALDADE SALARIAL<br />

A participação conjunta empregador – trabalhadores po<strong>de</strong> ser informal numa pequena empresa ou,<br />

pelo contrário, numa gran<strong>de</strong> empresa, assumir um formato muito estruturado, com responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<br />

assumir a forma <strong>de</strong> uma comissão muito reduzi<strong>da</strong> composta, por exemplo, por um representante<br />

do empregador e dois representantes <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras; o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong>stes<br />

elementos será facilitado se eles po<strong>de</strong>rem recorrer à experiência e aos documentos informativos<br />

<br />

<strong>de</strong> Quebeque e Ontário), nomea<strong>da</strong>mente, vários organismos públicos elaboraram documentos<br />

<br />

<br />

e médias empresas, os benefícios resultantes <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial são apreciáveis. 3 É possível<br />

estimar que, no caso <strong>de</strong> uma pequena empresa com uma <strong>de</strong>zena <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 4 para<br />

avaliar, o programa po<strong>de</strong>ria realizar-se em muito pouco tempo – cerca <strong>de</strong> uma <strong>sem</strong>ana – se as<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

elevado, o conjunto <strong>da</strong>s etapas 1 a 5 po<strong>de</strong>rá prolongar-se por um período que po<strong>de</strong> ir até dois<br />

anos, nomea<strong>da</strong>mente se as pessoas responsáveis <strong>da</strong> iniciativa não lhe <strong>de</strong>dicarem mais do que um<br />

<br />

número <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> diferentes é muito elevado, 150 ou mais, a iniciativa po<strong>de</strong>ria <strong>de</strong>morar<br />

mais tempo – até 3 anos – mas são casos excepcionais.<br />

Titre A comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

As funções <strong>da</strong> comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

As funções <strong>da</strong> comissão <strong>de</strong>vem ser bastante amplas, na medi<strong>da</strong> em que as diferentes etapas <strong>de</strong> um<br />

programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial <strong>de</strong>scritas anteriormente estão estreitamente inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes.<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância permite, logo <strong>de</strong>s<strong>de</strong> início, uma<br />

familiarização com os diversos lugares <strong>da</strong> empresa e com as suas principais características; a<br />

escolha ou a a<strong>da</strong>ptação do método <strong>de</strong> avaliação obriga os participantes a compreen<strong>de</strong>rem em<br />

que é que consistem os enviesamentos <strong>de</strong> género em matéria <strong>de</strong> avaliação e a dominarem bem<br />

esta ferramenta essencial <strong>da</strong> iniciativa; a recolha <strong>da</strong> informação resulta em linha recta do método<br />

uma vez que o questionário é elaborado em função <strong>dos</strong> factores e subfactores, e assim por diante.<br />

<br />

conjunto <strong>da</strong>s várias etapas do programa. Em certa medi<strong>da</strong>, há um saber e competências que se vão<br />

construindo gradualmente e que seria pena não utilizar ao longo <strong>de</strong> todo o exercício. Uma comissão<br />

para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial encarrega<strong>da</strong> <strong>da</strong>s várias etapas do programa no seu conjunto, ou pelo<br />

menos <strong>da</strong>s 5 primeiras, e cuja composição seja tão estável quanto possível 5 , constitui uma opção<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

assegura a coerência <strong>da</strong> iniciativa;<br />

<strong>de</strong>senvolve um bom conhecimento interno relativo à problemática <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> e <strong>da</strong><br />

avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

reduz os atrasos causa<strong>dos</strong> pela mu<strong>da</strong>nça <strong>de</strong> pessoal <strong>de</strong> uma etapa para outra.<br />

3 Ver Chicha (2006)<br />

4 Preci<strong>sem</strong>os que se trata <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e não <strong>de</strong> trabalhadores ou trabalhadoras. Po<strong>de</strong>m existir 10 <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e uma vintena <strong>de</strong> trabalhadores<br />

ou trabalhadoras.<br />

<br />

9


Composição <strong>da</strong> comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

A composição <strong>da</strong> comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial <strong>de</strong>verá ter em conta os seguintes aspectos:<br />

<br />

<br />

<br />

incluir elementos que possuam um conhecimento tão directo quanto possível <strong>dos</strong><br />

principais <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar;<br />

<br />

género que possam afectar a iniciativa ou os instrumentos <strong>de</strong> avaliação;<br />

<br />

que lhes diz respeito em primeiro lugar.<br />

Para isso, <strong>de</strong>vem ser respeita<strong>dos</strong> <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> critérios:<br />

<br />

A presença <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras na Comissão <strong>de</strong>verá ser relativamente<br />

<br />

<br />

facilita a aceitação <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>. Para <strong>da</strong>r resposta a estas preocupações, seria indicado que<br />

constituís<strong>sem</strong> pelo menos meta<strong>de</strong> <strong>dos</strong> elementos <strong>da</strong> comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

<br />

As mulheres <strong>de</strong>verão estar representa<strong>da</strong>s entre os elementos <strong>dos</strong> trabalhadores, nomea<strong>da</strong>mente<br />

para:<br />

<br />

<br />

<br />

femininos;<br />

<br />

Esta representação po<strong>de</strong>rá ultrapassar os 50%, consoante a importância <strong>dos</strong> efectivos femininos<br />

na organização e o número <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina a avaliar.<br />

Seria bom que as trabalhadoras escolhi<strong>da</strong>s para participar na iniciativa ocupas<strong>sem</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

em conta o que está em causa neste exercício, <strong>de</strong>veria ser <strong>da</strong><strong>da</strong> priori<strong>da</strong><strong>de</strong> aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

Por exemplo, num banco, on<strong>de</strong> as emprega<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa representam o <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina enquanto as emprega<strong>da</strong>s administrativas são em número<br />

reduzido, seria indicado solicitar a uma emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa que ocupasse um<br />

lugar na comissão.<br />

Finalmente, se as trabalhadoras pertencentes a minorias étnicas estiverem concentra<strong>da</strong>s em<br />

<strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s, será necessário igualmente assegurar-lhes uma representação, uma vez<br />

que têm gran<strong>de</strong>s probabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>de</strong> ser particularmente <strong>de</strong>sfavoreci<strong>da</strong>s ao nível salarial.<br />

Por exemplo, se numa fábrica <strong>de</strong> vestuário se constatar que as costureiras são em<br />

gran<strong>de</strong> parte mulheres oriun<strong>da</strong>s <strong>de</strong> minorias étnicas, será recomendável que participem<br />

na comissão.<br />

trabalhadores ou trabalhadoras<br />

pertencentes a níveis hierárquicos diferencia<strong>dos</strong>. Estando normalmente as mulheres mais<br />

concentra<strong>da</strong>s em <strong>trabalho</strong>s subalternos, é <strong>de</strong> supor, por vezes, que não sejam capazes <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r<br />

bem o processo <strong>de</strong> avaliação. Ora, a experiência mostra que, com uma formação a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong> e<br />

integra<strong>da</strong>s num grupo <strong>sem</strong> preconceitos, elas po<strong>de</strong>m executar um excelente <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> avaliação.<br />

10


Os elementos que participam na iniciativa conjunta, quer esta se <strong>de</strong>senvolva ou não pela via <strong>de</strong><br />

uma comissão, <strong>de</strong>verão ser indica<strong>dos</strong> pelas partes que representam:<br />

<br />

<br />

a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal, para os representantes <strong>da</strong> direcção;<br />

o executivo sindical, para os elementos sindicaliza<strong>dos</strong>.<br />

É importante que tanto representantes patronais, como sindicais distingam claramente o processo<br />

<strong>de</strong> realização <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial do processo <strong>de</strong> negociação <strong>de</strong> uma convenção colectiva.<br />

A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial é um direito fun<strong>da</strong>mental, que não <strong>de</strong>ve estar sujeito às concessões ou<br />

compromissos que caracterizam a negociação <strong>de</strong> uma convenção colectiva. A distinção entre<br />

os interesses <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial e os <strong>da</strong>s convenções colectivas permite igualmente limitar os<br />

<br />

<br />

trabalhadoras <strong>de</strong>vem igualmente participar na aplicação <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial. Tendo<br />

em conta o facto <strong>de</strong>, em geral, não possuírem estruturas colectivas, <strong>de</strong>verá a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal<br />

conce<strong>de</strong>r-lhes tempo para que possam eleger a sua representação na comissão.<br />

Titre A comissão <strong>de</strong> chapitre<br />

para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

FORMAÇÃO<br />

<br />

<strong>da</strong>s duas partes <strong>de</strong>vem receber uma formação <strong>de</strong> base orienta<strong>da</strong> para duas vertentes: dinâmica <strong>da</strong><br />

<strong>de</strong>scriminação salarial e aspectos metodológicos <strong>da</strong> aplicação.<br />

<br />

que po<strong>de</strong>m manifestar-se nas diferentes fases do programa e <strong>de</strong>verá abor<strong>da</strong>r os seguintes pontos:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

os factores explicativos <strong>da</strong> discriminação salarial;<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

conduzam os <strong>trabalho</strong>s com rigor e compreen<strong>da</strong>m as propostas apresenta<strong>da</strong>s por especialistas<br />

internos ou externos. Deverá abranger, nomea<strong>da</strong>mente :<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

o método <strong>de</strong> avaliação;<br />

os procedimentos <strong>de</strong> pesquisa <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong>;<br />

os procedimentos <strong>de</strong> avaliação;<br />

os componentes <strong>da</strong> remuneração global;<br />

os valores e a missão <strong>da</strong> organização.<br />

11


A formação nestas áreas po<strong>de</strong>rá ser <strong>da</strong><strong>da</strong>, entre outras, <strong>de</strong> acordo com uma <strong>da</strong>s seguintes<br />

abor<strong>da</strong>gens:<br />

<br />

<br />

<br />

grupos <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate,<br />

exercícios práticos,<br />

estudo <strong>de</strong> casos.<br />

Algumas experiências mostram que, também, é útil <strong>da</strong>r uma formação sobre o funcionamento em<br />

grupo, no sentido <strong>de</strong> facilitar as interacções entre os elementos <strong>da</strong> comissão.<br />

<br />

Uma informação completa e transparente é condição essencial para que o processo se <strong>de</strong>senvolva<br />

correctamente e os trabalhadores e as trabalhadoras não tenham reservas relativamente aos<br />

resulta<strong>dos</strong>. Devem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> dois tipos <strong>de</strong> informação:<br />

<br />

Para que os elementos <strong>da</strong> comissão possam executar as suas funções, é necessário que a enti<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

patronal lhes forneça as informações <strong>de</strong> que necessitam, nomea<strong>da</strong>mente as que se relacionam<br />

com o quadro <strong>de</strong> pessoal, o seu estatuto, as componentes <strong>da</strong> remuneração global, as alterações<br />

ocorri<strong>da</strong>s na empresa uma vez instaura<strong>da</strong> a igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, etc.<br />

Tendo em conta o carácter sensível <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s informações, as pessoas responsáveis <strong>de</strong>vem<br />

<br />

<strong>de</strong>verão ser utiliza<strong>da</strong>s no âmbito <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s relativos à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

<br />

É importante que os trabalhadores e as trabalhadoras sejam periodicamente informa<strong>dos</strong> à medi<strong>da</strong><br />

que as principais fases vão sendo concretiza<strong>da</strong>s, por exemplo:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

a criação e a composição <strong>da</strong> comissão;<br />

o calendário <strong>dos</strong> <strong>trabalho</strong>s;<br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que serão avalia<strong>dos</strong>;<br />

a recolha <strong>de</strong> informações sobre os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

os resulta<strong>dos</strong> <strong>da</strong> avaliação;<br />

os ajustamentos salariais.<br />

Quer se trate do valor atribuído aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ou <strong>de</strong> acertos salariais, nenhuma <strong>de</strong>stas<br />

informações <strong>de</strong>verá ser nominativa: os <strong>da</strong><strong>dos</strong> <strong>de</strong>vem ser comunica<strong>dos</strong> por posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e não<br />

por pessoa que ocupa o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

12


O recurso ao consenso mais do que ao voto, embora leve mais tempo sobretudo na fase <strong>de</strong> <strong>de</strong>bate,<br />

apresenta vários benefícios:<br />

<br />

<br />

<br />

permite ouvir diferentes pontos <strong>de</strong> vista;<br />

leva a um aprofun<strong>da</strong>mento <strong>dos</strong> diferentes interesses <strong>de</strong> uma questão;<br />

as <strong>de</strong>cisões são mais susceptíveis <strong>de</strong> congregar o conjunto <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s<br />

trabalhadoras.<br />

Para que os elementos <strong>da</strong> comissão possam executar integralmente as suas funções, <strong>de</strong>vem estar<br />

previstas garantias <strong>de</strong> vária or<strong>de</strong>m:<br />

PROTECÇÃO CONTRA REPRESÁLIAS. Para que possam executar as suas tarefas com inteira liber<strong>da</strong><strong>de</strong>, os<br />

elementos <strong>da</strong> comissão <strong>de</strong>verão estar protegi<strong>dos</strong> contra represálias eventualmente resultantes <strong>de</strong> posições<br />

ou opiniões assumi<strong>da</strong>s no seio <strong>da</strong> comissão.<br />

Titre A comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

MANUTENÇÃO DO SALÁRIO. O tempo <strong>de</strong>dicado aos <strong>trabalho</strong>s <strong>da</strong> comissão bem como à formação <strong>de</strong>verá<br />

ser consi<strong>de</strong>rado como tempo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e remunerado em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

HORÁRIO DAS REUNIÕES. Os horários previstos para as reuniões não <strong>de</strong>verão impedir a participação<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras com obrigações familiares, o que prejudicaria particularmente as<br />

mulheres.<br />

<br />

A participação conjunta <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras, particularmente numa comissão<br />

estrutura<strong>da</strong>, contribui para:<br />

legitimar a iniciativa e os resulta<strong>dos</strong> aos olhos do pessoal, principalmente se os elementos <strong>da</strong><br />

comissão gozarem <strong>de</strong> uma reputação <strong>de</strong> imparciali<strong>da</strong><strong>de</strong> e integri<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

assegurar um melhor conhecimento <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e reduzir o risco <strong>de</strong> erros e<br />

discriminação, na condição <strong>de</strong> os elementos <strong>da</strong> comissão terem recebido uma formação que<br />

abranja as vertentes anteriormente menciona<strong>da</strong>s, e <strong>de</strong> ter sido coloca<strong>da</strong> à sua disposição uma<br />

informação transparente e completa;<br />

evitar o recurso alargado a consultoria externa e os custos associa<strong>dos</strong>;<br />

melhorar as relações <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> se os elementos <strong>da</strong> comissão adquirirem o hábito <strong>de</strong> trabalhar<br />

tendo em vista a prossecução <strong>de</strong> um objectivo comum e actuarem por consenso.<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> muito diferentes (uma centena ou mais), é possível prever um período <strong>de</strong> dois anos se as<br />

pessoas encarrega<strong>da</strong>s <strong>da</strong> avaliação <strong>de</strong>dicarem a esta tarefa poucas horas por <strong>sem</strong>ana.<br />

13


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Foi constituí<strong>da</strong> uma comissão para a<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início <strong>da</strong> iniciativa?<br />

Esta comissão dispõe <strong>de</strong> um<br />

man<strong>da</strong>to claramente <strong>de</strong>finido?<br />

Este man<strong>da</strong>do foi difundido junto <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras?<br />

A comissão representa pelo menos<br />

<br />

As mulheres estão em maioria<br />

entre os trabalhadores?<br />

Estão representa<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina que contam<br />

<br />

As trabalhadoras pertencentes a minorias<br />

étnicas fazem parte <strong>da</strong> comissão?<br />

<br />

trabalhadoraes não sindicaliza<strong>dos</strong>, os seus<br />

interesses estão representa<strong>dos</strong> na comissão?<br />

<br />

os interesses <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s<br />

trabalhadoras não sindicaliza<strong>dos</strong> foram<br />

equitativamente ti<strong>dos</strong> em conta?<br />

Os elementos <strong>da</strong> comissão receberam<br />

uma formação conjunta?<br />

Esta formação abrange tanto os<br />

enviesamentos <strong>de</strong> género como<br />

os aspectos metodológicos?<br />

14


A enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal colocou à disposição<br />

<strong>dos</strong> elementos <strong>da</strong> comissão to<strong>da</strong>s as<br />

informações necessárias para que estes<br />

possam realizar as suas tarefas?<br />

Os elementos <strong>da</strong> comissão<br />

comprometeram-se a preservar a<br />

confi<strong>de</strong>nciali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>stas informações?<br />

As regras <strong>de</strong> funcionamento <strong>da</strong> comissão<br />

encontram-se <strong>de</strong>fini<strong>da</strong>s <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início?<br />

Titre A comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

<br />

<br />

<br />

A toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong>corre, na medi<strong>da</strong><br />

do possível, tendo por base o consenso?<br />

Os elementos <strong>da</strong> comissão encontramse<br />

ao abrigo <strong>de</strong> qualquer represália<br />

associa<strong>da</strong> à sua participação?<br />

O tempo consagrado às activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />

comissão é consi<strong>de</strong>rado como tempo <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> e remunerado em conformi<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

<br />

O horário <strong>da</strong>s reuniões <strong>da</strong> comissão<br />

tem em conta as exigências <strong>de</strong><br />

conciliação <strong>da</strong> activi<strong>da</strong><strong>de</strong> profissional<br />

e <strong>da</strong>s obrigações familiares?<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário avaliar as razões, e na<br />

ausência <strong>de</strong> uma explicação satisfatória é<br />

preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

15


SUMÁRIO - CAPÍTULO 3<br />

Objectivo e sequência<br />

<br />

16<br />

<br />

<strong>da</strong> empresa<br />

Predominância <strong>de</strong> género nos <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> e discriminação salarial<br />

Ausência do elemento masculino<br />

<strong>de</strong> comparação<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo


CAPÍTULO<br />

<br />

Selecção <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> a comparar<br />

<br />

<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que serão compara<strong>dos</strong> no interior <strong>da</strong><br />

empresa com o objectivo <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminar a diferença salarial por<br />

motivo <strong>de</strong> discriminação. O critério <strong>de</strong> comparação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é aquele que está ligado ao motivo <strong>da</strong> discriminação<br />

que se preten<strong>de</strong> combater. Por exemplo, se o objectivo<br />

é corrigir a discriminação em razão do sexo, será necessário<br />

comparar as remunerações <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

com as <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina. Se o<br />

objectivo é a discriminação em razão <strong>da</strong> origem étnica, será<br />

necessário comparar os <strong>postos</strong> ocupa<strong>dos</strong> por pessoas com<br />

uma origem étnica ou estrangeira com os ocupa<strong>dos</strong> por pes-<br />

<br />

sobretudo no sexo como motivo <strong>de</strong> discriminação.<br />

Selecção <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar<br />

<br />

Determinar a lista <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> empresa<br />

Determinar a respectiva predominância masculina ou feminina<br />

<br />

<br />

Eventualmente, <strong>de</strong>terminar a estratégia a adoptar na ausência <strong>de</strong> elementos masculinos <strong>de</strong> comparação<br />

17


é recomendável, <strong>de</strong> uma forma geral, incluir to<strong>dos</strong><br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> empresa. Hoje, há méto<strong>dos</strong> que permitem avaliar simultaneamente<br />

<br />

pelo engenheiro. Só avaliando to<strong>da</strong>s com o mesmo método é que é possível compará-las. Se for utilizado<br />

um método A para as activi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> indústria, geralmente masculinas, e um método B para<br />

as <strong>dos</strong> serviços, geralmente femininas, isso obriga a comparar os trabalhadores e as trabalhadoras<br />

<strong>da</strong> indústria entre si e, também, <strong>dos</strong> serviços também entre si. Assim, uma parte <strong>da</strong> discriminação<br />

salarial em razão do sexo não po<strong>de</strong>rá ser corrigi<strong>da</strong> nem avalia<strong>da</strong>.<br />

é frequente encontrar incluí<strong>dos</strong> numa mesma <strong>de</strong>nominação <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> que requerem competências, funções ou responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s parcialmente diferentes<br />

<br />

Exemplo: numa empresa <strong>de</strong> ven<strong>da</strong> por grosso, agrupa-se sob o título <strong>de</strong> ven<strong>de</strong>dor trabalhadores<br />

ou trabalhadoras que se ocupam <strong>da</strong> ven<strong>da</strong> a outras empresas <strong>de</strong> material informático <strong>de</strong> ponta<br />

<br />

<br />

para a primeira do que para a segun<strong>da</strong>. Será necessário separá-las e atribuir-lhes <strong>de</strong>signações<br />

distintos.<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, também é possível, encontrar sob <strong>de</strong>signações diferentes <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong>elhantes. É possível que, historicamente, estas <strong>de</strong>signações abranges<strong>sem</strong> real-<br />

<br />

<br />

simplici<strong>da</strong><strong>de</strong>, será melhor reagrupá-las, caso contrário corre-se o risco <strong>de</strong> sobrecarregar inutilmente<br />

o processo.<br />

presa<br />

tendo em vista a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial são as seguintes:<br />

Os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> têm responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou características <strong>sem</strong>elhantes?<br />

Se tal suce<strong>de</strong>r, mesmo que os <strong>postos</strong> tenham a mesma <strong>de</strong>signação, será necessário<br />

<br />

<br />

Por exemplo,<br />

<br />

cozinha é utiliza<strong>da</strong> tanto para gran<strong>de</strong>s como para pequenos restaurantes. Ora, analisando em por-<br />

<br />

-<br />

<br />

necessário que a comissão sectorial distinga os dois lugares atribuindo-lhes <strong>de</strong>signações diferentes<br />

e, segui<strong>da</strong>mente, avaliando-os separa<strong>da</strong>mente.<br />

18


A predominância <strong>de</strong> género nos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é um <strong>da</strong>do crucial porque se sabe que o enviesamento<br />

e os estereótipos a propósito do <strong>trabalho</strong> feminino são uma causa importante <strong>da</strong> sua<br />

subavaliação e subremuneração.<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> que são <strong>de</strong> predominância feminina, porque estes são mais susceptíveis <strong>de</strong> serem<br />

objecto <strong>de</strong> uma discriminação no plano salarial. <br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância masculina com os quais os anteriores serão compara<strong>dos</strong> para<br />

avaliar a diferença em termos <strong>de</strong> remuneração.<br />

Po<strong>de</strong>r-se-ia, como se faz em alguns países, nomea<strong>da</strong>mente na Suécia, comparar os <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

<br />

<br />

mulheres nem aos homens sendo, por conseguinte, indiferentes à problemática <strong>da</strong> discriminação.<br />

Corre-se então o risco <strong>de</strong> obter um resultado menos correcto <strong>da</strong> medi<strong>da</strong> <strong>da</strong> diferença salarial discriminatória.<br />

Titre Selecção <strong>de</strong> chapitre <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar<br />

Critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> predominância<br />

Po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>dos</strong> diversos critérios <strong>de</strong> <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> predominância, em conjunto ou isola<strong>da</strong>mente.<br />

Estes critérios foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> na medi<strong>da</strong> em que inúmeros <strong>trabalho</strong>s <strong>de</strong> investigação<br />

<strong>de</strong>monstraram o seu impacto na <strong>de</strong>svalorização do <strong>trabalho</strong> feminino e na respectiva subremune-<br />

tualmente<br />

sujeitos a discriminação salarial.<br />

A percentagem <strong>de</strong> mulheres ou <strong>de</strong> homens<br />

Com efeito, os <strong>da</strong><strong>dos</strong> estatísticos mostram que quanto mais eleva<strong>da</strong> for a proporção <strong>de</strong> mulheres<br />

balho<br />

é consi<strong>de</strong>rado como sendo <strong>de</strong> predominância feminina ou masculina se as mulheres ou<br />

os homens representarem pelo menos 60% <strong>dos</strong> efectivos; noutros países, o limite é <strong>de</strong> 70%. É<br />

<br />

<br />

um <strong>de</strong>terminado limite.<br />

19


Um primeiro critério que permite <strong>de</strong>cidir se um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é <strong>de</strong> predominância<br />

feminina ou masculina é a percentagem <strong>de</strong> mulheres ou <strong>de</strong> homens que<br />

o ocupam.<br />

Para o cálculo <strong>de</strong>sta percentagem, é importante consi<strong>de</strong>rar to<strong>dos</strong> os trabalhadores e to<strong>da</strong>s as<br />

trabalhadoras, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do seu estatuto, porque é frequente que sejam os <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> on<strong>de</strong> há mais precarie<strong>da</strong><strong>de</strong> que se concentrem os efectivos femininos. O exemplo se-<br />

<br />

<br />

usufruírem <strong>dos</strong> benefícios <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

Exemplo: num posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, contabilizam-se 20 trabalhadores:<br />

4 homens e 1 mulher têm um estatuto permanente,<br />

4 homens e 11 mulheres têm um estatuto temporário.<br />

A predominância calcula<strong>da</strong> excluindo os empregos temporários é masculina em<br />

80% (4/5). Por conseguinte, o conjunto <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras não<br />

po<strong>de</strong> beneficiar <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

A predominância calcula<strong>da</strong> com inclusão <strong>dos</strong> empregos temporários é feminina em<br />

60% (12/20). O conjunto <strong>dos</strong> trabalhadores, nomea<strong>da</strong>mente as trabalhadoras com<br />

estatuto temporário, po<strong>de</strong>rá eventualmente beneficiar <strong>de</strong> ajustamentos tendo em vista<br />

a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

Será necessário incluir to<strong>dos</strong> os trabalhadores e to<strong>da</strong>s as trabalhadoras <strong>da</strong><br />

organização, quer estejam a tempo completo ou a tempo parcial, numa situação <strong>de</strong><br />

contrato <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong> prazo ou a termo.<br />

O histórico recente do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<br />

Exemplo: uma empresa conta, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o ano 2000, com 10 <strong>de</strong>senhadores, entre os<br />

quais apenas uma mulher. Em 2005, alguns <strong>de</strong>stes efectivos passaram à reforma<br />

tendo sido contrata<strong>dos</strong>/as outros/as <strong>de</strong> tal modo que a proporção em 2006 é <strong>de</strong> 7<br />

mulheres para 3 homens. Seria absurdo consi<strong>de</strong>rar então que esta profissão se tornou<br />

feminina e susceptível <strong>de</strong> discriminação salarial pelo facto <strong>de</strong>, num ano, as mulheres<br />

terem passado <strong>de</strong> 20% para 70%. É por este motivo que em algumas províncias do<br />

Canadá como Ontário e Quebeque 6 , se sugere analisar a evolução histórica, o que<br />

levaria a consi<strong>de</strong>rar esta profissão, em 2006, como sendo <strong>de</strong> predominância masculina.<br />

20<br />

6 Jurisdições canadianas que adoptaram legislação proactiva em matéria <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.


Até on<strong>de</strong> é que <strong>de</strong>veríamos recuar no tempo? Em princípio, seria necessário recuar até ao momento<br />

<br />

característica <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> ao efectuar o exercício. O exercício é mais evi<strong>de</strong>nte no caso<br />

<strong>de</strong> trabalhadores e trabalhadoras sindicaliza<strong>dos</strong>, uma vez que se po<strong>de</strong>rá recuar até à <strong>da</strong>ta <strong>da</strong> assinatura<br />

do contrato colectivo. Caso contrário, na prática, um período retroactivo <strong>de</strong> 5 a 6 anos <strong>de</strong>verá<br />

<br />

<br />

O estereótipo<br />

<br />

como feminina – enfermeira, professora do ensino primário, recepcionista, emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa –<br />

<br />

po<strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r que o único lugar <strong>de</strong> recepcionista-telefonista seja ocupado por um homem. Tratando-se<br />

<strong>de</strong> um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> catalogado como feminino, o seu salário é provavelmente afectado<br />

<br />

entre os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

<br />

as estatísticas globais do mercado <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>,<br />

<br />

restaurantes são homens, ao passo que os chefes <strong>dos</strong> pequenos restaurantes são mulheres; o<br />

mesmo suce<strong>de</strong> com os emprega<strong>dos</strong> <strong>de</strong> mesa),<br />

<br />

enfermeira e um electricista).<br />

Titre Selecção <strong>de</strong> chapitre <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar<br />

Na prática, as pessoas responsáveis por esta etapa <strong>de</strong>verão <strong>de</strong>cidir sobre a predominância<br />

<strong>de</strong> género em ca<strong>da</strong> posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> comparando os resulta<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> 3<br />

indicadores e, se estes não forem do mesmo sentido, escolhendo a opção que lhes<br />

parecer mais a<strong>de</strong>quado.<br />

<br />

posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é neutro. Num tal caso, não será consi<strong>de</strong>rado para efeito <strong>de</strong> comparações<br />

salariais.<br />

<br />

Em alguns sectores <strong>de</strong> conotação muito feminina, não se encontra qualquer posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ocupado<br />

por homens entre o pessoal <strong>de</strong> várias organizações. Consi<strong>de</strong>rando que, tradicionalmente, as<br />

comparações se fazem no interior <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> organização, po<strong>de</strong> parecer impossível medir e corrigir a<br />

discriminação salarial. Ora, os sectores <strong>de</strong> conotação mais feminina, como a indústria do vestuário,<br />

são frequentemente aqueles on<strong>de</strong> se encontram baixos salários, empregos precários e concentração<br />

<strong>de</strong> trabalhadoras imigrantes.<br />

Os elementos <strong>de</strong> uma solução para sair <strong>de</strong>ste impasse po<strong>de</strong>m ser procura<strong>dos</strong> do lado <strong>da</strong>s iniciativas<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s por <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> sectores ou <strong>da</strong>s comissões sectoriais. Com efeito, seria<br />

possível encontrar <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância masculina noutras empresas do sector<br />

utilizá-los como referência.<br />

21


Esta etapa, frequentemente ignora<strong>da</strong> nos programas para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, traduz-se num conjunto<br />

<strong>de</strong> benefícios, nomea<strong>da</strong>mente:<br />

permite tornar mais coerentes as <strong>de</strong>signações e o conteúdo <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, o que<br />

facilita a posterior gestão do pessoal;<br />

permite aos elementos <strong>da</strong> comissão para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial familiarizarem-se com a noção<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

22


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

Foram incluí<strong>dos</strong> no programa to<strong>dos</strong><br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> empresa?<br />

Foi verificado se uma mesma <strong>de</strong>signação<br />

não reúne lugares cujas funções ou<br />

qualificações são diferentes?<br />

Foi verificado se <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong>elhantes não se<br />

encontram classifica<strong>dos</strong> com duas<br />

<strong>de</strong>nominações distintas?<br />

Titre Selecção <strong>de</strong> chapitre <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar<br />

Foram i<strong>de</strong>ntifica<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina e <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Os critérios utiliza<strong>dos</strong> para <strong>de</strong>terminar a<br />

predominância são multidimensionais?<br />

Os efectivos <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

incluem to<strong>dos</strong> os trabalhadores e to<strong>da</strong>s<br />

as trabalhadoras <strong>da</strong> empresa, quer<br />

estejam a tempo completo ou a tempo<br />

parcial, numa situação <strong>de</strong> contrato <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong> termo ou a termo?<br />

<br />

elemento masculino <strong>de</strong> comparação,<br />

analisaram-se as opções possíveis para<br />

colocar em prática a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial?<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário analisar as respectivas razões<br />

e, na ausência <strong>de</strong> uma explicação satisfatória, é<br />

preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

23


SUMÁRIO - CAPÍTULO 4<br />

Objectivo e sequência<br />

Escolha do método<br />

Os factores <strong>de</strong> avaliação<br />

Os subfactores<br />

Competências: subfactores<br />

Esforços: subfactores<br />

Responsibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s: subfactores<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>: subfactores<br />

Os níveis <strong>dos</strong> subfactores<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

34<br />

36<br />

39<br />

<br />

24


CAPÍTULO<br />

<br />

Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

medir, com recurso a critérios comuns, as características<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> uma organização com o objectivo <strong>de</strong><br />

-<br />

<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina <strong>de</strong> igual valor são objecto <strong>da</strong> mesma remuneração.<br />

Titre Contexto <strong>de</strong> chapitre e objectivos do guia<br />

Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Regra geral, o documento ou manual que apresenta o método<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong>ve conter duas partes:<br />

A primeira apresenta os factores e subfactores consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong><br />

no método;<br />

A segun<strong>da</strong> explica como interpretar estes factores e subfac-<br />

<br />

à empresa ou ao sector em causa.<br />

A SEQUÊNCIA DAS OPERAÇÕES A DESENVOLVER NESTA ETAPA É A<br />

<br />

Escolher o método<br />

Escolher ou a<strong>da</strong>ptar os subfactores <strong>de</strong> avaliação<br />

<br />

Assegurar o seu rigor<br />

Determinar as dimensões que permitem medir os subfactores<br />

<br />

Assegurar o rigor e o não enviesamento <strong>de</strong> género <strong>dos</strong> níveis<br />

Assegurar que o método foi integralmente registado por escrito <strong>de</strong> forma clara e precisa<br />

25


ESCOLHA DO MÉTODO<br />

Tipo <strong>de</strong> método<br />

Os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação divi<strong>de</strong>m-se em méto<strong>dos</strong> globais e méto<strong>dos</strong> analíticos. Os primeiros,<br />

-<br />

talha<strong>da</strong><br />

do respectivo conteúdo. A abor<strong>da</strong>gem global tem como principal inconveniente não permitir<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância feminina. Por tal motivo, este método é muitas vezes <strong>de</strong>saconselhado<br />

num contexto <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

Os méto<strong>dos</strong> analíticos permitem examinar to<strong>da</strong>s as exigências <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> uma<br />

organização, avaliá-los e compará-los com recurso a critérios comuns, claros e <strong>de</strong>talha<strong>dos</strong>. O método<br />

por pontos e factores, correntemente <strong>de</strong>nominado método por pontos, é aquele que é hoje<br />

reconhecido como o mais a<strong>de</strong>quado à avaliação num contexto <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>. É este método que<br />

fun<strong>da</strong>menta a metodologia apresenta<strong>da</strong> no Guia.<br />

Elaboração do método<br />

São possíveis diversas opções tendo em vista <strong>de</strong>terminar um método <strong>de</strong> avaliação <strong>sem</strong> enviesamento<br />

<strong>de</strong> género a<strong>da</strong>ptado às características <strong>da</strong> empresa:<br />

<br />

7 ;<br />

Se tiverem sido postas em prática iniciativas sectoriais, a<strong>da</strong>ptar o método <strong>de</strong> avaliação elaborado<br />

para as organizações do sector;<br />

<br />

mercado uma gran<strong>de</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> méto<strong>dos</strong>; alguns <strong>dos</strong> quais não consi<strong>de</strong>ram, ou consi<strong>de</strong>ram<br />

<br />

um <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> elabora<strong>dos</strong> por empresas, é importante levantar um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong><br />

questões. Antes <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rar um método elaborado por uma empresa <strong>de</strong> consultoria,<br />

é importante assegurar que ele respon<strong>de</strong> bem aos critérios <strong>de</strong> não enviesamento <strong>de</strong><br />

género.<br />

26


O método po<strong>de</strong> ser a<strong>da</strong>ptado às categorias <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> predominantemente<br />

masculinos ou femininos <strong>da</strong> sua empresa<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

A origem do método. Quando é que foi elaborado? Para que tipo <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ou <strong>de</strong><br />

sectores?<br />

On<strong>de</strong> é que é utilizado com mais frequência?<br />

Que alterações foram introduzi<strong>da</strong>s para o a<strong>da</strong>ptar aos objectivos <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial?<br />

O método po<strong>de</strong> ser a<strong>da</strong>ptado às categorias <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina o feminina na empresa em causa?<br />

O consultor ou consultora está em condições <strong>de</strong> fazer participar integralmente os elementos<br />

<strong>da</strong> comissão responsável pelo programa, nos casos em que exista? Po<strong>de</strong>, nomea<strong>da</strong>mente,<br />

explicar o seu método aos elementos <strong>da</strong> comissão <strong>de</strong> uma forma clara e pormenoriza<strong>da</strong>?<br />

O método contempla os 4 factores <strong>de</strong> avaliação: competências, esforços,<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>? Foram in<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente acrescenta<strong>dos</strong><br />

outros factores que não têm ligação com qualquer um <strong>de</strong>stes 4 factores?<br />

<br />

os elementos <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> femininos frequentemente ignora<strong>dos</strong>?<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<br />

<br />

As ferramentas <strong>de</strong> avaliação, tais como o questionário, estão isentas <strong>de</strong> enviesamentos<br />

discriminatórios?<br />

A iniciativa <strong>de</strong> aplicação preconiza<strong>da</strong> é susceptível <strong>de</strong> criar preconceitos discriminatórios?<br />

Como é que o consultor ou consultora garante que o método, as ferramentas e a iniciativa estão<br />

<br />

FACTORES DE AVALIAÇÃO<br />

A maior parte <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação por pontos compreen<strong>de</strong>m quatro factores <strong>de</strong> base:<br />

<br />

<br />

<br />

as competências;<br />

os esforços;<br />

as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e<br />

as condições nas quais o <strong>trabalho</strong> é executado.<br />

De acordo com especialistas em matéria <strong>de</strong> avaliação e remuneração, estes quatro factores são<br />

para avaliar to<strong>da</strong>s as tarefas executa<strong>da</strong>s nas empresas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente<br />

do sector económico a que pertençam.<br />

Ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> quatro factores <strong>de</strong>ve ser utilizado para avaliar ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Exemplo: numa <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> empresa, seria conveniente que não se avalias<strong>sem</strong> os<br />

electricistas em função <strong>de</strong> competências, responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s, esforços e condições <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>, e as secretárias apenas em função <strong>de</strong> competências, esforços e responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s,<br />

com o pretexto <strong>de</strong> que as respectivas condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> são boas. As<br />

secretárias também trabalham em condições difíceis que é importante avaliar.<br />

27


SUBFACTORES<br />

Os quatro factores <strong>de</strong> base <strong>de</strong>verão ser <strong>de</strong>com<strong>postos</strong> em subfactores que permitam levar em<br />

consi<strong>de</strong>ração características mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s e mais varia<strong>da</strong>s <strong>dos</strong> diferentes tipos <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> organização 8 . Por exemplo, o factor Competências po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>composto em Con-<br />

<br />

em Esforço mental e Esforço físico, e assim sucessivamente.<br />

A maior parte <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> compreen<strong>de</strong>m entre 10 e 16 subfactores no total, em função <strong>da</strong><br />

dimensão <strong>da</strong>s organizações e <strong>da</strong> varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar. Embora <strong>de</strong>corra <strong>dos</strong><br />

quatro factores <strong>de</strong> base, a escolha <strong>dos</strong> subfactores bem como a respectiva interpretação concreta<br />

po<strong>de</strong> variar em função do sector económico em causa. Há duas condições que <strong>de</strong>vem estar integralmente<br />

satisfeitas: o rigor metodológico e o não enviesamento <strong>de</strong> género.<br />

O rigor<br />

A<strong>da</strong>ptação à empresa<br />

A escolha <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar, efectua<strong>da</strong> na etapa anterior, permitiu às pessoas<br />

<br />

e <strong>de</strong> tarefas existentes na organização. Estes conhecimentos serão muito úteis nesta etapa para<br />

a<strong>da</strong>ptar o conteúdo do método <strong>de</strong> avaliação às características <strong>da</strong> organização.<br />

As pequenas empresas terão necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um método bastante simples, po<strong>de</strong>ndo contar-se no<br />

total 7 a 8 subfactores.<br />

Ausência <strong>de</strong> ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Um subfactor não <strong>de</strong>ve reagrupar elementos heterogéneos, porque a equipa <strong>de</strong> avaliação terá<br />

<br />

subfactor abrangesse simultaneamente<br />

Manipulação <strong>de</strong> objectos pesa<strong>dos</strong>, Posições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em situação <strong>de</strong> esforço e Atenção<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

a medição <strong>de</strong>ste subfactor será muito complica<strong>da</strong>;<br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que estives<strong>sem</strong> simultaneamente sujeitos a estas três exigências<br />

correriam o risco <strong>de</strong> ser subavalia<strong>dos</strong>.<br />

Ausência <strong>de</strong> duplicação<br />

É necessário evitar que um subfactor seja tomado em consi<strong>de</strong>ração duas vezes: por exemplo,<br />

alguns méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação elabora<strong>dos</strong> principalmente para <strong>trabalho</strong>s operários incluíam um sub-<br />

<br />

<strong>de</strong> esforço <strong>de</strong>nominado Deslocação <strong>de</strong> objectos pesa<strong>dos</strong>. Se um <strong>de</strong>terminado factor for consi<strong>de</strong>rado<br />

duas vezes, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> cujas exigências sejam particularmente eleva<strong>da</strong>s neste<br />

plano serão sobreavalia<strong>dos</strong> relativamente aos restantes.<br />

A ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina apresentam frequentemente exigências diferentes <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância masculina, seja em termos <strong>de</strong> competências, <strong>de</strong> esforços, <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

ou <strong>de</strong> condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Até há bem pouco tempo, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina eram<br />

avalia<strong>da</strong>s por méto<strong>dos</strong> elabora<strong>dos</strong> essencialmente para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina,<br />

o que explica uma parte <strong>da</strong> discriminação salarial. Por conseguinte, é necessário prestar especial<br />

atenção à escolha do método e assegurar que se o seu conteúdo está igualmente a<strong>da</strong>ptado<br />

aos dois tipos <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância masculina o feminina.<br />

<br />

rentes critérios, mas as variáveis consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s são comparáveis.<br />

28


Escolha <strong>dos</strong> subfactores<br />

A escolha <strong>dos</strong> subfactores <strong>de</strong>ixa uma ampla latitu<strong>de</strong> às pessoas responsáveis, as quais <strong>de</strong>vem<br />

procurar que aqueles correspon<strong>da</strong>m o melhor possível aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> empresa. Como<br />

veremos posteriormente, na concretização <strong>de</strong>sta tarefa é importante não esquecer a inclusão <strong>dos</strong><br />

subfactores associa<strong>dos</strong> aos <strong>postos</strong> femininos que são frequentemente ignora<strong>dos</strong> nos<br />

méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação.<br />

Exemplos <strong>de</strong> subfactores<br />

<br />

acompanha o método <strong>de</strong>vem ser ilustra<strong>da</strong>s com recurso a exemplos retira<strong>dos</strong> do meio laboral<br />

e que correspon<strong>da</strong>m tanto aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina como aos <strong>de</strong> predominância<br />

masculina. Se os exemplos pro<strong>postos</strong> para ilustrar um subfactor forem unicamente<br />

provenientes <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina, encontrar-se-á a mesma tendência tanto nas<br />

ferramentas <strong>de</strong> recolha <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> (nomea<strong>da</strong>mente o questionário) como nas <strong>de</strong>cisões <strong>da</strong> equipa<br />

<strong>de</strong> avaliação, <strong>de</strong> que resultará a manutenção <strong>da</strong> invisibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> aspectos ignora<strong>dos</strong> <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina.<br />

<br />

quatro principais factores 9 , sob a perspectiva do não enviesamento <strong>de</strong> género. Indicaremos os<br />

preconceitos e estereótipos susceptíveis <strong>de</strong> <strong>de</strong>svirtuar a avaliação e colocaremos em evidência<br />

aspectos frequentemente ignora<strong>dos</strong> <strong>de</strong> alguns <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Conhecimentos<br />

e aptidões<br />

<br />

As competências <strong>de</strong>signam as aptidões e os conhecimentos necessários para<br />

ocupar um <strong>de</strong>terminado posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, que po<strong>de</strong>m ter sido adquiri<strong>dos</strong> por diferentes<br />

vias:<br />

<br />

<br />

<br />

experiência remunera<strong>da</strong> no mercado <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

<br />

<br />

formação informal;<br />

activi<strong>da</strong><strong>de</strong> voluntária.<br />

O que é importante não é a forma como as competências foram obti<strong>da</strong>s mas sim a correspondência<br />

entre o respectivo conteúdo e as exigências do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Os preconceitos e os estereótipos relativos às competências<br />

São inúmeros os preconceitos e estereótipos que conduzem à subavaliação <strong>da</strong>s competências<br />

exigi<strong>da</strong>s para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

o facto <strong>de</strong> acreditar que as aptidões exigi<strong>da</strong>s para os <strong>postos</strong> femininos, tais como<br />

a aptidão para as relações interpessoais, a aptidão para as comunicações ou a <strong>de</strong>streza<br />

são inatas e constituem mais quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s pessoais do que competências<br />

. É necessário consi<strong>de</strong>rar to<strong>da</strong>s as competências essenciais para os <strong>postos</strong><br />

analisa<strong>dos</strong>, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> forma como foram adquiri<strong>da</strong>s.<br />

Exemplo: a profissão <strong>de</strong> enfermeira exige muita empatia, conhecimentos e paciência<br />

nas relações com os pacientes e respectiva família. Que esta aptidão seja inata ou<br />

adquiri<strong>da</strong> não é uma questão pertinente para a avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Se ela for necessária para a realização <strong>da</strong>s tarefas, <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como uma<br />

competência profissional.<br />

9 <br />

29


O facto <strong>de</strong> se consi<strong>de</strong>rar automaticamente que vários <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

<br />

que as mesmas exigem.<br />

Exemplo: o lugar <strong>de</strong> secretária é muitas vezes consi<strong>de</strong>rado como pouco qualificado.<br />

Ora, as secretárias têm <strong>de</strong> dominar bem a língua <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para, nomea<strong>da</strong>mente,<br />

redigirem textos ou actas, corrigirem cartas. Raramente esta qualificação<br />

profissional é consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> nos méto<strong>dos</strong> tradicionais <strong>de</strong> avaliação profissional, o que<br />

provoca uma subavaliação do lugar <strong>de</strong> secretária.<br />

Factor Competências: selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

A eliminação <strong>dos</strong> preconceitos e estereótipos traduz-se concretamente <strong>de</strong> duas formas:<br />

A consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> subfactores associa<strong>dos</strong> sobretudo a <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

A ilustração <strong>dos</strong> subfactores com exemplos retira<strong>dos</strong> igualmente <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina.<br />

<br />

Quadro 4.1. Factor Competências: selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Tipo <strong>de</strong> subfactor<br />

(ausência do enviesamento<br />

<strong>de</strong> género na selecção<br />

<strong>dos</strong> subfactores)<br />

Competências<br />

interpessoais (feminino) 10<br />

Competências <strong>de</strong><br />

comunicação (feminino)<br />

Designação do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

Assistente social, enfermeira,<br />

técnica <strong>de</strong> recursos humanos<br />

Ven<strong>de</strong>dora<br />

Professora<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> telemarketing,<br />

<br />

atendimento a clientes, responsável<br />

por relações públicas, ven<strong>de</strong>dora<br />

Secretária<br />

Exemplos referentes a <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

(ausência do enviesamento <strong>de</strong> género<br />

na ilustração <strong>dos</strong> subfactores)<br />

Aconselhamento, entrevistas<br />

Avaliação <strong>da</strong>s necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<strong>dos</strong> clientes, persuadir<br />

Motivação, exercício <strong>da</strong> pe<strong>da</strong>gogia<br />

Conhecimento <strong>de</strong> uma<br />

língua estrangeira<br />

Correcção <strong>de</strong> textos,<br />

re<strong>da</strong>cção <strong>de</strong> actas<br />

Aptidões físicas (masculino)<br />

Secretária<br />

Enfermeira<br />

Costureira<br />

Montadora<br />

<br />

utilização <strong>de</strong> um teclado<br />

Administração <strong>de</strong> injecções<br />

Execução <strong>de</strong> bainhas, montagem<br />

complexa <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> vestuário<br />

Montagem <strong>de</strong> pequenos<br />

<br />

eléctricos colori<strong>dos</strong> <strong>de</strong> acordo com<br />

uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> sequência<br />

30<br />

<br />

indica que é necessário, para ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> factores, tomar em conta os subfactores associa<strong>dos</strong> aos <strong>postos</strong> femininos (frequentemente ignora<strong>dos</strong> nos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação tradicionais)


Esforços<br />

físicos e<br />

psicológicos<br />

ESFORÇOS: SUBFACTORES<br />

<br />

<strong>da</strong>s tarefas. Constata-se que a maior parte <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong>, num contexto tradicional,<br />

<strong>de</strong>stacam quase exclusivamente o esforço físico. Ora, numa perspectiva <strong>de</strong><br />

<br />

<br />

<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>rá do tipo <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar.<br />

Os preconceitos e os estereótipos relativos aos esforços<br />

<br />

naquele que está associado aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> produção industrial ou <strong>da</strong> construção civil.<br />

Esta imagem muito generaliza<strong>da</strong> do que constitui um esforço tem por consequência tornar invisível<br />

o esforço exigido por diversos <strong>postos</strong> femininos. Deste modo, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina,<br />

essencialmente <strong>de</strong> gabinete ou <strong>de</strong> serviços, são consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como pouco exigentes do ponto <strong>de</strong><br />

vista físico.<br />

A FUNÇÃO DE SECRETÁRIA envolve, nomea<strong>da</strong>mente, os seguintes esforços físicos:<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

erguer e movimentar conjuntos <strong>de</strong> <strong>dos</strong>siers ou caixas <strong>de</strong> documentos;<br />

<strong>de</strong>bruçar-se para arquivar ou procurar documentos em arquivos;<br />

permanecer senta<strong>da</strong> durante longos perío<strong>dos</strong> para efectuar tratamento <strong>de</strong> texto.<br />

A FUNÇÃO DE EDUCADORA NUM INFANTÁRIO exige levantar crianças pequenas, muitas<br />

vezes turbulentas; a função <strong>de</strong> enfermeira exige <strong>de</strong>slocar pacientes fracos ou frágeis. Em<br />

<br />

A FUNÇÃO DE COSTUREIRA numa fábrica <strong>de</strong> produção em ca<strong>de</strong>ia exige esforços físicos<br />

importantes e varia<strong>dos</strong>, nomea<strong>da</strong>mente:<br />

accionar um pe<strong>da</strong>l <strong>de</strong> forma repetitiva e rápi<strong>da</strong> durante longos perío<strong>dos</strong>;<br />

permanecer <strong>de</strong>bruça<strong>da</strong> sobre a banca <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> durante longos perío<strong>dos</strong>;<br />

erguer e <strong>de</strong>slocar as pilhas <strong>de</strong> peças <strong>de</strong> vestuário cosi<strong>da</strong>s.<br />

Uma outra consequência <strong>de</strong>sta imagem estereotipa<strong>da</strong> do esforço é a negligência <strong>de</strong> outros esforços<br />

o esforço mental e o esforço emocional, estando<br />

este último muito presente em vários <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

Factor Esforços: selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Como se indica no Quadro abaixo, a eliminação <strong>dos</strong> preconceitos e estereótipos <strong>de</strong>ve traduzir-se<br />

concretamente <strong>de</strong> duas formas:<br />

<br />

<br />

a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> subfactores associa<strong>dos</strong> sobretudo a <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina;<br />

a ilustração <strong>dos</strong> subfactores com exemplos retira<strong>dos</strong> igualmente <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina.<br />

31


Quadro 4.2. Factor Esforços: selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Tipo <strong>de</strong> subfactor<br />

(ausência <strong>de</strong> enviesamento<br />

<strong>de</strong> género na selecção<br />

<strong>dos</strong> subfactores)<br />

Esforços emocionais<br />

(factor feminino)<br />

Esforço mental (factor neutro)<br />

Esforços físicos<br />

(factor masculino)<br />

Título do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

Assistente social<br />

Educadora especializa<strong>da</strong><br />

Enfermeira<br />

Apoio a clientes<br />

Secretária, emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa<br />

Secretária<br />

Enfermeira, professora<br />

Tradutora, intérprete<br />

Secretária<br />

Secretária<br />

Secretária<br />

Educadora num infantário,<br />

enfermeira<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> restaurante<br />

Costureira<br />

Costureira<br />

Costureira<br />

Enfermeira<br />

Exemplos referentes a <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

(ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

na ilustração <strong>dos</strong> subfactores)<br />

Contactos com crianças maltrata<strong>da</strong>s<br />

<br />

Contactos com doentes em fase terminal<br />

<br />

insatisfeitos ou agressivos<br />

<br />

<strong>de</strong> textos ou números<br />

Toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> notas em reuniões<br />

Polivalência <strong>de</strong> funções<br />

Concentração mental intensa<br />

durante longos perío<strong>dos</strong><br />

Movimentos repetitivos e rápi<strong>dos</strong> num teclado<br />

Erguer e movimentar conjuntos <strong>de</strong><br />

<strong>dos</strong>siers ou caixas <strong>de</strong> documentos<br />

Debruçar-se para arquivar ou procurar<br />

documentos em arquivos<br />

Deslocação <strong>de</strong> crianças pequenas<br />

ou <strong>de</strong> pacientes<br />

Movimentações contínuas transportando pesos<br />

Accionar um pe<strong>da</strong>l <strong>de</strong> forma repetitiva<br />

e rápi<strong>da</strong> durante longos perío<strong>dos</strong><br />

Erguer e <strong>de</strong>slocar as pilhas <strong>de</strong><br />

peças <strong>de</strong> vestuário cosi<strong>da</strong>s<br />

Permanecer <strong>de</strong>bruça<strong>da</strong> sobre a banca<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> durante longos perío<strong>dos</strong><br />

Empurrar doentes em ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> ro<strong>da</strong>s<br />

Impacto sobre<br />

os objectivos<br />

<strong>da</strong> empresa<br />

<br />

Este factor abrange tarefas que têm impacto nos objectivos <strong>da</strong> empresa, como por exemplo<br />

<br />

saú<strong>de</strong> <strong>dos</strong> clientes e <strong>da</strong>s clientes.<br />

Os preconceitos e os estereótipos relativos às responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

E importante consi<strong>de</strong>rar os diversos tipos <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s aos objectivos<br />

<strong>da</strong>s empresas, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente do nível hierárquico do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e do<br />

número <strong>de</strong> pessoas supervisiona<strong>da</strong>s. Geralmente, as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s estão associa<strong>da</strong>s ao nível<br />

hierárquico <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>: um posto <strong>de</strong> nível elevado na hierarquia é automaticamente<br />

consi<strong>de</strong>rado como estando associado a gran<strong>de</strong>s responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Um indicador simples e<br />

<br />

32<br />

Os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina são vistos como estando associa<strong>dos</strong> a um nível baixo <strong>de</strong><br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>. É ver<strong>da</strong><strong>de</strong> que, em razão do tecto <strong>de</strong> vidro, situam-se em níveis hierárquicos<br />

<br />

dispõem <strong>de</strong> um po<strong>de</strong>r discricionário reduzido. To<strong>da</strong>via, estes <strong>postos</strong> comportam uma gran<strong>de</strong><br />

varie<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> outras responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que não se encaixam nesta imagem unívoca do factor.


Uma análise mais atenta <strong>da</strong>s respectivas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s mostra que os <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

sobre os objectivos <strong>da</strong>s empresas:<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

apoio a clientes;<br />

os quadros do serviço <strong>de</strong> recursos humanos, frequentemente a única função do quadro<br />

<strong>de</strong> predominância feminina, têm responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s importantes no que se refere à<br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, à saú<strong>de</strong> e à segurança <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras, que se<br />

repercutem na rentabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> organização;<br />

as professoras do ensino primário são, em parte, responsáveis pelo <strong>de</strong>senvolvimento<br />

intelectual e pela segurança <strong>dos</strong> seus alunos e <strong>da</strong>s suas alunas.<br />

O estereótipo <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> femininos como não estando associa<strong>dos</strong> a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

importantes constitui um obstáculo à toma<strong>da</strong> <strong>de</strong> consciência relativamente a estas exigências e<br />

leva a que sejam ignora<strong>da</strong>s nos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação tradicionais.<br />

Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

A eliminação <strong>dos</strong> preconceitos e estereótipos <strong>de</strong>ve traduzir-se concretamente <strong>de</strong> duas formas:<br />

<br />

<br />

a consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> subfactores associa<strong>dos</strong> sobretudo a <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina;<br />

<br />

predominância feminina.<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

O Quadro abaixo mostra a diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s que <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina comportam, mas que são muitas vezes ignora<strong>da</strong>s nos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação.<br />

Quadro 4.3. Factor Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Tipo <strong>de</strong> subfactor<br />

(ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

na selecção <strong>dos</strong> subfactores)<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativamente<br />

a pessoas (feminino)<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s relativamente<br />

a recursos humanos (feminino)<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s em matéria<br />

<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> relativamente a<br />

recursos materiais (masculino)<br />

Título do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

Educadora num infantário,<br />

professora, enfermeira<br />

Educadora num<br />

infantário, professora<br />

Pessoal do serviço <strong>de</strong><br />

recursos humanos<br />

Secretária<br />

Pessoal do serviço <strong>de</strong><br />

recursos humanos<br />

Ven<strong>de</strong>dora, pessoal<br />

do apoio a clientes<br />

<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> salários<br />

Pessoal afecto ao<br />

serviço <strong>de</strong> compras<br />

Pessoal afecto ao<br />

serviço <strong>de</strong> débitos<br />

Contabilista<br />

Secretária<br />

Secretária<br />

Exemplos referentes a <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina<br />

(ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

na ilustração <strong>dos</strong> subfactores)<br />

Aconselhamento e informações a estu<strong>da</strong>ntes<br />

Segurança <strong>da</strong>s crianças<br />

<br />

<br />

<br />

<strong>de</strong> recursos humanos<br />

<br />

Informações sobre a remuneração<br />

<br />

Pagamento <strong>de</strong> facturas e emissão <strong>de</strong> cheques<br />

<br />

Utilização, manutenção e reparação corrente<br />

<strong>de</strong> material <strong>de</strong> escritório: fotocopiadora,<br />

computador, scanner, impressora<br />

<br />

33


Condições<br />

ambientais e<br />

psicológicas<br />

<br />

Este factor <strong>de</strong>signa as condições <strong>de</strong> ambiente e o clima psicológico em que o <strong>trabalho</strong> é<br />

executado.<br />

Os preconceitos e os estereótipos relativos às condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Ao contrário <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina são<br />

vistos como <strong>de</strong>correndo ao abrigo do pó, do ruído, <strong>de</strong> produtos químicos potencialmente nocivos<br />

ou <strong>de</strong> temperaturas <strong>de</strong>sconfortáveis. O clima psicológico <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é, <strong>de</strong> uma forma geral,<br />

consi<strong>de</strong>rado agradável. De resto, o factor Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é relativamente ignorado nos<br />

méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> administrativos, sendo, pelo contrário, tomado em<br />

consi<strong>de</strong>ração nos méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> produção.<br />

Quando se analisa com mais pormenor as condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina, constata-se que são ignora<strong>da</strong>s inúmeras condições ambientais;<br />

<br />

<br />

<br />

as responsáveis pela limpeza doméstica estão expostas a produtos químicos nocivos<br />

para a saú<strong>de</strong>;<br />

as emprega<strong>da</strong>s <strong>de</strong> caixa <strong>dos</strong> supermerca<strong>dos</strong> estão expostas a ruído contínuo e às<br />

radiações potencialmente nocivas <strong>dos</strong> scanners;<br />

as enfermeiras estão expostas a doenças contagiosas.<br />

<br />

aspectos:<br />

<br />

<br />

<br />

as frequentes interrupções do <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong>s secretárias;<br />

as solicitações urgentes e imprevistas por parte <strong>dos</strong> superiores;<br />

<br />

em <strong>de</strong>termina<strong>dos</strong> sectores do comércio.<br />

34


Factor Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

A eliminação <strong>dos</strong> preconceitos e estereótipos traduz-se concretamente <strong>de</strong> duas formas:<br />

<br />

<br />

a selecção <strong>dos</strong> subfactores mais associa<strong>dos</strong> aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina;<br />

assegurar que a ilustração <strong>dos</strong> sub-factores é feita com exemplos que incluem<br />

referências aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

Quadro 4.4. Factor Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong><br />

género<br />

Tipo <strong>de</strong> subfactor<br />

(ausência <strong>de</strong><br />

enviesamento <strong>de</strong><br />

género na selecção<br />

<strong>dos</strong> subfactores)<br />

Título do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

Secretária<br />

Exemplos referentes a <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina<br />

(ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

na ilustração <strong>dos</strong> subfactores)<br />

Exposição contínua a monitores <strong>de</strong> raios<br />

catódicos que po<strong>de</strong>m provocar dores<br />

musculares e tensões oculares<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<br />

Exposição a monitores <strong>de</strong> raios catódicos<br />

Ambiente físico<br />

(masculino)<br />

Condições<br />

psicológicas<br />

(feminino)<br />

Educadora num infantário<br />

Educadora num<br />

infantário, enfermeira<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> limpeza<br />

<strong>de</strong> imóveis comerciais<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> limpeza<br />

<strong>de</strong> imóveis comerciais<br />

Secretária<br />

Secretária<br />

<br />

Educadora num infantário<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa<br />

Emprega<strong>da</strong> <strong>de</strong> caixa<br />

Funcionária afecta à limpeza<br />

<strong>de</strong> imóveis comerciais<br />

Funcionária afecta à limpeza<br />

<strong>de</strong> imóveis comerciais<br />

<br />

crianças, aos brinque<strong>dos</strong>, a equipamentos diversos<br />

Exposição a doenças contagiosas<br />

Exposição a riscos provoca<strong>dos</strong> por novos<br />

equipamentos tecnológicos como scanners<br />

Exposição contínua ao ruído:<br />

caixa, clientes, telefones<br />

Utilização <strong>de</strong> produtos <strong>de</strong> limpeza<br />

perigosos para a saú<strong>de</strong><br />

Exposição a suji<strong>da</strong><strong>de</strong>s, poeiras, resíduos<br />

Interrupções frequentes, or pessoas ou ao telefone<br />

Respostas a solicitações imediatas e imprevistas<br />

Falta <strong>de</strong> privaci<strong>da</strong><strong>de</strong> na área <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Isolamento relativamente aos colegas<br />

Interacção com pais por vezes hostis ou exigentes<br />

Interacção constante com um público<br />

variado, por vezes difícil ou insatisfeito<br />

Horários <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> variáveis<br />

Trabalho para além <strong>dos</strong> horários habituais<br />

Risco acrescido <strong>de</strong> assédio sexual em razão<br />

do <strong>trabalho</strong> nocturno e do isolamento.<br />

35


Construção<br />

<strong>de</strong> escalas<br />

<br />

<br />

do método <strong>de</strong>ve estar dividido em níveis: por exemplo, no que se refere à responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<br />

<br />

um nível elevado em algumas funções e muito pouco necessária noutras. Estas diferenças<br />

em termos <strong>de</strong> importância ou <strong>de</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> necessitam <strong>de</strong> escalas que possibilitem a sua<br />

medição.<br />

A dimensão medi<strong>da</strong> será diferente consoante a natureza do subfactor, por exemplo:<br />

<br />

<br />

<br />

o esforço visual po<strong>de</strong>rá ser medido pela sua duração;<br />

a concentração mental pela sua intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>;<br />

as condições ambientais <strong>de</strong>sagradáveis pela sua frequência.<br />

Em alguns casos, como se po<strong>de</strong> observar no Quadro seguinte, será possível utilizar duas dimensões<br />

<br />

<br />

Quadro 4.5. Exemplos <strong>de</strong> níveis <strong>dos</strong> subfactores<br />

SUBFACTORES<br />

<br />

Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> análise<br />

<br />

<br />

Concentração<br />

Esforço físico<br />

Ambiente físico <strong>de</strong>sagradável<br />

Condições psicológicas difíceis<br />

DIMENSÕES<br />

<br />

<br />

Valor <strong>dos</strong> recursos<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Para evitar qualquer confusão, quando duas dimensões <strong>de</strong> um subfactor se combinam, utilizar-se-á o termo nível,<br />

como no Quadro abaixo:<br />

Quadro 4.6. Níveis do subfactor Riscos<br />

NÍVEL DE<br />

FREQUÊNCIA<br />

<br />

Risco <strong>de</strong> ferimentos<br />

ligeiros<br />

Risco <strong>de</strong> ferimentos<br />

graves<br />

Raramente Nível 1 Nível 1 Nível 1<br />

Ocasionalmente Nível 2 Nível 3 Nível 4<br />

Regularmente Nível 3 Nível 4 Nível 5<br />

Risco <strong>de</strong> ferimentos<br />

muito graves<br />

ca<strong>da</strong> nível representa a combinação <strong>de</strong> duas dimensões. Em particular, é<br />

possível observar o seguinte:<br />

Um po<strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r a diversas combinações, o que é o caso <strong>dos</strong> níveis 3 e 4. Este tipo <strong>de</strong><br />

equivalência é necessário para evitar ter escalas muito gran<strong>de</strong>s que acabam por não permitir diferenciar<br />

claramente os <strong>postos</strong>.<br />

36


Em função <strong>da</strong> natureza quantitativa ou qualitativa <strong>da</strong> dimensão medi<strong>da</strong>, será mais ou menos fácil<br />

<br />

po<strong>de</strong>rá variar em função <strong>dos</strong> montantes geri<strong>dos</strong> e os níveis serão numera<strong>dos</strong>, o que correspon<strong>de</strong><br />

ao valor monetário; em contraparti<strong>da</strong>, tratando-se <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pessoas, exigência <strong>de</strong><br />

natureza essencialmente qualitativa, a <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> níveis será mais complexa e exigirá mais<br />

<strong>de</strong>bate entre os elementos <strong>da</strong> comissão. A sua tarefa será facilita<strong>da</strong> se contarem com exemplos<br />

concretos retira<strong>dos</strong> do seu ambiente <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

<br />

<br />

documento <strong>de</strong> acompanhamento para que a equipa <strong>de</strong> avaliação possa seguir as suas indicações.<br />

11<br />

SUBFACTOR APTIDÕES FÍSICAS<br />

Este factor me<strong>de</strong> as aptidões físicas exigi<strong>da</strong>s para o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Abrange a <strong>de</strong>streza manual e táctil, a coor<strong>de</strong>nação manual – visual, a coor<strong>de</strong>nação motora e as competências<br />

sensoriais.<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> e precisão.<br />

NÍVEL 1<br />

NÍVEL 2<br />

<br />

O <strong>trabalho</strong> exige <strong>de</strong>streza, coor<strong>de</strong>nação ou competências sensoriais,<br />

com uma certa precisão no exercício <strong>de</strong>stas competências;<br />

NÍVEL 3<br />

O <strong>trabalho</strong> exige <strong>de</strong>streza, coor<strong>de</strong>nação ou competências sensoriais com: (a) um<br />

certo nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>streza e <strong>de</strong> veloci<strong>da</strong><strong>de</strong>; ou (b) uma precisão consi<strong>de</strong>rável;<br />

NÍVEL 4<br />

O <strong>trabalho</strong> exige <strong>de</strong>streza, coor<strong>de</strong>nação ou competências sensoriais com: (a)<br />

uma <strong>de</strong>streza e uma veloci<strong>da</strong><strong>de</strong> consi<strong>de</strong>ráveis; ou (b) uma eleva<strong>da</strong> precisão;<br />

NÍVEL 5<br />

O <strong>trabalho</strong> exige <strong>de</strong>streza, coor<strong>de</strong>nação ou competências sensoriais com uma eleva<strong>da</strong><br />

precisão.<br />

. Por exemplo,<br />

<br />

<strong>de</strong> um teclado (função <strong>de</strong> predominância feminina) e pela condução <strong>de</strong> um veículo (função <strong>de</strong><br />

predominância masculina), escolhi<strong>dos</strong> por correspon<strong>de</strong>rem a <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> organização.<br />

O estabelecimento <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong> subfactores <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s exigências relativas ao<br />

rigor metodológico e à ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género.<br />

<br />

37


O rigor<br />

NÚMERO DE NÍVEIS<br />

O número <strong>de</strong> níveis varia consoante os méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação, po<strong>de</strong>ndo ir <strong>de</strong> 2 a 7 ou 8 conforme<br />

<br />

em contraparti<strong>da</strong>, diferenciar as funções. Um número <strong>de</strong>masiado elevado <strong>de</strong> níveis resulta numa<br />

<br />

constituem a escolha óptima na maior parte <strong>dos</strong> casos. Se o subfactor for consi<strong>de</strong>rado como <strong>de</strong><br />

importância secundária, a escala po<strong>de</strong> ser menor com 2 ou 3 níveis.<br />

O número <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong>verá permitir diferenciar bem as funções <strong>sem</strong> por isso sobrecarregar<br />

<br />

po<strong>de</strong>rá oscilar quase <strong>sem</strong>pre entre 2 e 3, uma vez que não será necessário diferenciar um amplo<br />

leque <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

AUSÊNCIA DE AMBIGUIDADE<br />

<br />

Devem medir as diferenças reais no plano <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong><strong>de</strong> ou <strong>da</strong> importância <strong>de</strong> um subfactor<br />

<br />

AUSÊNCIA DE SOBREPOSIÇÃO<br />

Dois níveis não <strong>de</strong>vem medir parcialmente a mesma dimensão. Por exemplo, se o nível 2 correspon<strong>de</strong><br />

à responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> supervisão <strong>de</strong> 10 a 20 pessoas e o nível 3, <strong>de</strong> 15 a 30 pessoas, será difícil<br />

colocar uma função cuja responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> supervisão abranja 18 pessoas.<br />

CONTINUIDADE<br />

É necessário que as escalas sejam contínuas: por exemplo, é necessário evitar que o primeiro nível<br />

<br />

dóllares, e o terceiro <strong>de</strong> 100 000 a 1 000 000 dóllares; num tal caso, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> com<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s intermédias seriam difíceis <strong>de</strong> avaliar.<br />

A ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Níveis mais fracos para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina do que para os<br />

<strong>de</strong> predominância masculina.<br />

<br />

um impacto discriminatório é o facto <strong>de</strong> se atribuírem níveis mais fracos aos aspectos liga<strong>dos</strong><br />

aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina em comparação com os que estão liga<strong>dos</strong> a <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina.<br />

Por exemplo, no método adoptado por uma organização, nas competências físicas<br />

a utilização <strong>de</strong> um teclado ou <strong>de</strong> uma máquina <strong>de</strong> costura foi coloca<strong>da</strong> no nível<br />

2, e a <strong>de</strong> um veículo ou <strong>de</strong> um empilhador no nível 4, <strong>sem</strong> que tal diferença seja<br />

justifica<strong>da</strong>.<br />

38


Por exemplo, no que se refere à responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por erros, as que possam ter consequências<br />

para o prestígio <strong>de</strong> um município (funções <strong>de</strong> quadros) estavam situa<strong>da</strong>s<br />

dois níveis acima <strong>da</strong>s que podiam colocar em risco a integri<strong>da</strong><strong>de</strong> física <strong>da</strong>s pessoas<br />

(funções <strong>de</strong> enfermagem) <strong>sem</strong> que haja qualquer fun<strong>da</strong>mento para tal opção.<br />

<br />

eventualmente mais tar<strong>de</strong>.<br />

Escalas menores para os subfactores relativos aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina do que para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina.<br />

Seria, por exemplo, o caso se os subfactores Aptidão para relações interpessoais ou Esforços<br />

emocionais ives<strong>sem</strong> escalas <strong>de</strong> 2 ou 3 níveis, ao passo que as Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s materiais ou<br />

o Esforço físico teriam 5 ou 6. Haveria, então, uma muito melhor diferenciação entre os <strong>postos</strong><br />

<br />

não seria possível nos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

<br />

enviesamento <strong>de</strong> género equivale <strong>sem</strong>pre a tratar os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina e os <strong>de</strong> predominância masculina em pé <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>, mas que esta<br />

exigência assume formas diferentes consoante a fase <strong>da</strong> avaliação.<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> organização leva a aprofun<strong>da</strong>r o conhecimento <strong>da</strong>s características <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> e<br />

po<strong>de</strong> contribuir para melhorar as diversas práticas em matéria <strong>de</strong> gestão <strong>dos</strong> recursos humanos:<br />

recrutamento, selecção, promoção.<br />

Além disso, se for consi<strong>de</strong>rado um único método <strong>de</strong> avaliação para o conjunto <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

<br />

39


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

O método compreen<strong>de</strong> unicamente os<br />

<br />

<br />

condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>?<br />

O método está a<strong>da</strong>ptado às<br />

características <strong>da</strong> empresa?<br />

Os subfactores do método<br />

permitem avaliar to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> empresa?<br />

Os subfactores são fáceis <strong>de</strong><br />

<br />

exigências heterogéneas?<br />

Os subfactores <strong>de</strong>sdobram-<br />

<br />

Os subfactores tomam em consi<strong>de</strong>ração<br />

as características frequentemente<br />

ignora<strong>da</strong>s <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina <strong>da</strong> empresa?<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> subfactores<br />

correspon<strong>de</strong> tanto aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina como aos<br />

<strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s<br />

<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntemente <strong>da</strong> forma<br />

como foram obti<strong>da</strong>s?<br />

Foram consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> os diferentes tipos<br />

<br />

40


As responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s foram<br />

<br />

<strong>da</strong> progressão hierárquica?<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> representa a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>mente<br />

<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina?<br />

O número <strong>de</strong> níveis por subfactor<br />

<br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>?<br />

Titre Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> chapitre <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<br />

<br />

As escalas <strong>dos</strong> subfactores<br />

não apresentam:<br />

<br />

<br />

<br />

ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

sobreposição?<br />

<strong>de</strong>scontinui<strong>da</strong><strong>de</strong>?<br />

A divisão entre os níveis não tem<br />

qualquer impacto discriminatório sobre<br />

os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina?<br />

O número <strong>de</strong> níveis por subfactor<br />

não tem qualquer impacto<br />

discriminatório sobre os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina?<br />

<br />

<br />

<br />

as características do método?<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta nega-<br />

<br />

-<br />

<br />

41


42<br />

SUMÁRIO - CAPÍTULO 5<br />

Objectivo e sequência<br />

Ferramentas para a recolha <strong>da</strong>s informações<br />

relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> généro<br />

na concepção <strong>dos</strong> questionários<br />

Rigor na concepção <strong>dos</strong> questionários<br />

Escolha do vocabulário<br />

Pré-teste<br />

Entrevistas<br />

Observação<br />

Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

Utilização do questionário<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo<br />

43<br />

44<br />

49<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

53<br />

53<br />

54<br />

55


CAPÍTULO<br />

<br />

<br />

Recolha <strong>da</strong>s informações<br />

relativas aos<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a<br />

avaliar<br />

<br />

sar<br />

à etapa seguinte que consiste em recolher as informações<br />

relativas ao conteúdo <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em<br />

função <strong>dos</strong> factores consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>:<br />

mação<br />

sobre os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que seja exacta, completa,<br />

actual e <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género. A informação sobre os<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> constitui o fun<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s <strong>de</strong>cisões toma<strong>da</strong>s<br />

aquando <strong>da</strong> avaliação <strong>dos</strong> mesmos (Comissão canadiana<br />

<strong>dos</strong> Direitos <strong>da</strong> Pessoa.)<br />

Duas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s se <strong>de</strong>stacam no texto acima: a ausência <strong>de</strong><br />

enviesamento <strong>de</strong> género, isto é, o facto <strong>de</strong> tratar em pé <strong>de</strong><br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e os <strong>de</strong> predominância<br />

masculina, e o rigor, isto é o carácter exacto, completo<br />

e actual <strong>da</strong>s informações recolhi<strong>da</strong>s. Estas duas quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

estão estreitamente liga<strong>da</strong>s.<br />

Recolha <strong>da</strong>s informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Determinar o tipo <strong>de</strong> ferramenta que será utiliza<strong>da</strong> para a recolha <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong><br />

Elaborar a ferramenta: questionário estrutura ou <strong>sem</strong>i-estruturado, grelha <strong>de</strong> entrevista ou grelha <strong>de</strong><br />

observação<br />

<br />

<br />

Escolher os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que serão objecto do pré-teste<br />

Efectuar o pré-teste<br />

Analisar os resulta<strong>dos</strong> e rever a ferramenta, se necessário<br />

<br />

43


AOS POSTOS DE TRABALHO<br />

Po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s várias ferramentas diferentes para a recolha <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong>, apesar <strong>de</strong> algumas<br />

serem claramente preferíveis num contexto <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO<br />

Um questionário estruturado é constituído por questões às quais correspon<strong>de</strong> uma lista <strong>de</strong> respostas<br />

ou <strong>de</strong> possibili<strong>da</strong><strong>de</strong>s entre as quais a pessoa que respon<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve escolher. O questionário <strong>de</strong>ve<br />

conter três partes:<br />

Parte explicativa<br />

A primeira é uma parte explicativa que compreen<strong>de</strong> informações sobre o objectivo e o conteúdo do<br />

Por exemplo:<br />

Quadro 5.1. Parte explicativa do questionário<br />

Objectivo do questionário: obter informações sobre o seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

As questões coloca<strong>da</strong>s relacionam-se com os quatro factores:<br />

as competências requeri<strong>da</strong>s;<br />

as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s assumi<strong>da</strong>s;<br />

os esforços exigi<strong>dos</strong>;<br />

as condições nas quais o <strong>trabalho</strong> é executado.<br />

As suas respostas <strong>de</strong>vem ser objectivas e precisas<br />

As suas respostas <strong>de</strong>vem incidir sobre as exigências do seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e não sobre as suas<br />

próprias características<br />

<br />

Deve inspirar-se nas suas tarefas habituais<br />

Deve incluir igualmente as alterações recentemente introduzi<strong>da</strong>s nas exigências do seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Estas indicações permitem assegurar a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> e a uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong>s respostas.<br />

44


Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

<br />

as suas tarefas em função <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>da</strong>s rubricas. Esta parte tem por objectivo permitir a quem<br />

faz a análise e à equipa <strong>de</strong> avaliação compreen<strong>de</strong>r melhor as respostas relativas às exigências<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Simultaneamente, permitirão a posterior actualização e normalização <strong>da</strong>s<br />

<strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> tarefas que po<strong>de</strong>rão mais tar<strong>de</strong> vir a ser úteis para o recrutamento.<br />

Quadro 5.2. Exemplo simples para pequenas empresas 12<br />

Designação do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Serviço ou <strong>de</strong>partamento<br />

<br />

Síntese do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Descreva o seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, os respectivos objectivos bem como as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais importantes<br />

que lhe cabem.<br />

Quadro 5.3. Exemplo mais <strong>de</strong>talhado para gran<strong>de</strong>s empresas 13<br />

<br />

O seu nome<br />

Denominação (<strong>de</strong>signação) do posto que ocupa:<br />

Em que serviço ou <strong>de</strong>partamento trabalha?<br />

Há quanto tempo ocupa este posto?<br />

Trabalha actualmente a tempo completo?<br />

Se trabalha a tempo parcial, indique o número <strong>de</strong> horas<br />

Quais são os aparelhos, instrumentos, ou equipamento que utiliza?<br />

Titre Recolha <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

2. Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

Resuma em uma ou duas frases no máximo as suas principais funções ou responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Enumere as diferentes tarefas que executa no quadro <strong>da</strong>s suas funções<br />

Uma vez concluí<strong>da</strong> a lista <strong>da</strong>s suas tarefas, indique, para ca<strong>da</strong> uma <strong>da</strong>s tarefas reporta<strong>da</strong>s, a or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />

<br />

12 Fonte: Holm and Harriman (2002).<br />

<br />

45


Parte avaliativa<br />

A última parte, a mais importante, compreen<strong>de</strong> as questões relativas às exigências do posto <strong>de</strong> tra-<br />

<br />

acrescentar qualquer exemplo ou comentário. Outros apresentam uma parte explicativa a redigir<br />

pela pessoa que respon<strong>de</strong> após algumas questões. São questionários <strong>sem</strong>i-abertos.<br />

Quadro 5.4. Exemplo <strong>de</strong> questões fecha<strong>da</strong>s a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a uma gran<strong>de</strong> empresa 14<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> supervisão<br />

Esta questão relaciona-se com a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> directa <strong>de</strong> supervisão <strong>de</strong> outros trabalhadores e traba-<br />

<br />

<br />

<strong>de</strong>legado em si parte <strong>de</strong> alguma <strong>da</strong>s suas funções. Dê informações sobre to<strong>dos</strong> estes aspectos ou outros<br />

<strong>sem</strong>elhantes.<br />

Tipo <strong>de</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> (Po<strong>de</strong> selecionar mais <strong>de</strong> uma opção)<br />

Partilha<strong>da</strong> Completa<br />

A 1 2 3<br />

B Repartir o <strong>trabalho</strong> 1 2 3<br />

C 1 2 3<br />

D 1 2 3<br />

E Prestar apoio e encorajamento 1 2 3<br />

F Recrutamentos 1 2 3<br />

G Promoções 1 2 3<br />

H Avaliação do rendimento 1 2 3<br />

I Despedimentos 1 2 3<br />

J Formação no posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 1 2 3<br />

K 1 2 3<br />

L Questões jurídicas relativas ao pessoal 1 2 3<br />

M Conduzir negociações, projectos ou <strong>trabalho</strong>s 1 2 3<br />

Acções disciplinares 1 2 3<br />

O Determinação salarial 1 2 3<br />

P Segurança no <strong>trabalho</strong> 1 2 3<br />

Número <strong>de</strong> pessoas supervisiona<strong>da</strong>s (Seleccionar uma única opção)<br />

A. nenhuma<br />

B. 1-4<br />

C. 5-10<br />

D. 11-30<br />

E. mais <strong>de</strong> 30.<br />

Quantos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> ou níveis <strong>da</strong> organização diferentes supervisiona? (Seleccionar uma única<br />

opção)<br />

A. nenhum<br />

B. um<br />

46<br />

14 Instituto <strong>de</strong> la Mujer. (a<strong>da</strong>ptado do questionário ISOS).


Quadro 5.5. Exemplo elaborado para pequenas ou médias empresas sob a forma <strong>de</strong> questões <strong>sem</strong>iabertas<br />

15<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> em matéria <strong>de</strong> pessoal, <strong>de</strong> políticas e <strong>de</strong> práticas<br />

<br />

aplicáveis):<br />

a) Aconselhar, formar ou <strong>da</strong>r instruções informais a colegas ou pessoal em regime <strong>de</strong> voluntariado.<br />

b) Organizar a ocupação do tempo <strong>de</strong> outras pessoas.<br />

Explique<br />

c) Coor<strong>de</strong>nar a atribuição <strong>de</strong> tarefas.<br />

Explique<br />

d) Participar em recrutamentos, <strong>de</strong>spedimentos, avaliação do rendimento do pessoal.<br />

<br />

f) Supervisionar directamente uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

g) Supervisionar mais do que uma uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Descreva<br />

h) Assumir a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> outros elementos do pessoal <strong>de</strong> supervisão que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m <strong>da</strong> sua<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

Quantos?<br />

i) Elaborar políticas em matéria <strong>de</strong> gestão <strong>de</strong> pessoal.<br />

j) Elaborar programas especiais.<br />

Titre Recolha <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Explique<br />

Os dois exemplos acima foram extraí<strong>dos</strong> <strong>de</strong> questionários tipo e po<strong>de</strong>m ser a<strong>da</strong>pta<strong>dos</strong> a uma<br />

<strong>de</strong>termina<strong>da</strong> organização omitindo algumas questões ou acrescentando outras. O tratamento <strong>da</strong><br />

parte qualitativa <strong>de</strong>stas questões corre o risco <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>masiado longo se houver um elevado<br />

número <strong>de</strong> respon<strong>de</strong>ntes. Será, pelo contrário, mais fácil caso se trate <strong>de</strong> uma pequena ou média<br />

organização dota<strong>da</strong> <strong>de</strong> um número restrito <strong>de</strong> efectivos.<br />

VANTAGENS DO QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO<br />

O questionário estruturado limita a margem <strong>de</strong> interpretação <strong>de</strong> quem analisa e permite assim evitar<br />

<br />

Uma outra vantagem que explica a sua crescente utilização é o facto <strong>de</strong> ser mais simples <strong>de</strong> tratar<br />

uma vez que as perguntas fecha<strong>da</strong>s se prestam bem à informatização <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>. Em alguns<br />

méto<strong>dos</strong>, o programa informático <strong>de</strong> apresentação e análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> é fornecido pelos autores<br />

do método.<br />

15 A<strong>da</strong>ptado <strong>de</strong> Comissão <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial <strong>de</strong> Ontário (1993).<br />

47


Os questionários estrutura<strong>dos</strong> são igualmente <strong>de</strong> fácil a<strong>da</strong>ptação. Por exemplo, nos casos em que<br />

o método <strong>de</strong> avaliação foi concebido para um <strong>da</strong>do sector económico, é elaborado um questionário<br />

genérico e, segui<strong>da</strong>mente, a<strong>da</strong>ptam-se algumas questões em função do subsector consi<strong>de</strong>rado.<br />

Inconvenientes do questionário estruturado<br />

<br />

<br />

QUESTIONÁRIO ABERTO<br />

O questionário aberto ou <strong>de</strong> perguntas abertas <strong>de</strong>ve também compreen<strong>de</strong>r três partes: indicações<br />

<br />

As duas primeiras são <strong>sem</strong>elhantes às do questionário estruturado; a terceira, pelo contrário, apela<br />

-<br />

<br />

<br />

ta<strong>dos</strong><br />

estão incluí<strong>da</strong>s no seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>? É requeri<strong>da</strong> alguma exigência <strong>de</strong> gestão? Até que ponto é<br />

exercido <strong>de</strong> forma autónoma? Quais são os impactos <strong>dos</strong> erros cometi<strong>dos</strong> no exercício <strong>de</strong>stas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s?<br />

Vantagens do questionário aberto<br />

A vantagem do questionário <strong>de</strong> perguntas abertas é <strong>de</strong>ixar à pessoa que respon<strong>de</strong> a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>screver em pormenor to<strong>dos</strong> os aspectos do seu posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, o que permite obter informações<br />

mais <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s.<br />

Uma outra vantagem é ser <strong>de</strong> mais fácil concepção, uma vez que os riscos <strong>de</strong> obter informações<br />

<br />

<br />

pormenores necessários.<br />

Inconvenientes do questionário aberto<br />

Um inconveniente importante do questionário aberto é a possibili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> criar preconceitos e resulta<strong>dos</strong><br />

<strong>de</strong>siguais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina.<br />

Com efeito, <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> muito <strong>da</strong>s aptidões <strong>de</strong> re<strong>da</strong>cção <strong>da</strong>s pessoas que respon<strong>de</strong>m, que po<strong>de</strong>m<br />

variar consoante o posto que ocupam. Em algumas empresas, as mulheres concentra<strong>da</strong>s em lu-<br />

<br />

situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>svantagem.<br />

rem<br />

as suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s ou as competências exigi<strong>da</strong>s pelo respectivo posto. Por exemplo,<br />

mesmo que as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s assumi<strong>da</strong>s fos<strong>sem</strong> idênticas, elas utilizariam mais frequentemente<br />

o termo coor<strong>de</strong>nar do que o termo supervisionar ou dirigir, aos quais os homens recorrem<br />

com mais frequência.<br />

48


sobre o valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina. Para limitar estes problemas, po<strong>de</strong>r-se-ia<br />

tionário.<br />

To<strong>da</strong>via, numa gran<strong>de</strong> organização um tal procedimento po<strong>de</strong>ria ser muito oneroso.<br />

Um outro inconveniente do questionário aberto é que o tratamento <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> <strong>de</strong> natureza<br />

qualitativa é muitas vezes mais complicado e exigente em termos <strong>de</strong> tempo, nomea<strong>da</strong>mente em<br />

gran<strong>de</strong>s organizações.<br />

<br />

<br />

Uma quali<strong>da</strong><strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental num contexto <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial é a a<strong>da</strong>ptação <strong>da</strong>s questões aos<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> tanto femininos como masculinos. Vejamos o caso <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por<br />

equipamentos: se a questão coloca<strong>da</strong> a este propósito é ilustra<strong>da</strong> por exemplos como o <strong>dos</strong> em-<br />

dominância<br />

feminina indiquem que as suas responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s neste domínio são mínimas. Ora,<br />

em funções <strong>de</strong> secretária, as trabalhadoras são responsáveis por inúmeros equipamentos, o que<br />

também suce<strong>de</strong> no caso <strong>da</strong>s enfermeiras nos hospitais. Para que elas possam respon<strong>de</strong>r com<br />

exactidão a uma tal questão, será necessário ilustrá-la igualmente com exemplos que lhes sejam<br />

familiares.<br />

-<br />

<br />

Quadro 5.6. Elementos <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> femininos frequentemente esqueci<strong>dos</strong> 16<br />

Competências<br />

- Competências em matéria <strong>de</strong> relações interpessoais necessárias para trabalhar com crianças ou adultos,<br />

<br />

- Capaci<strong>da</strong><strong>de</strong> para fazer funcionar e manter diversos tipos <strong>de</strong> aparelhos: fotocopiadoras, computadores,<br />

material <strong>de</strong> fabricação, material <strong>de</strong> embalagem, equipamento <strong>de</strong> diagnóstico e <strong>de</strong> vigilância<br />

- Destreza manual necessária para aplicar injecções, <strong>da</strong>ctilografar, montar peças, utilizar máquinas <strong>de</strong><br />

costura, fazer massagens terapêuticas<br />

- Redigir cartas a pedido <strong>de</strong> terceiros, redigir actas, rever documentos redigi<strong>dos</strong> por outras pessoas<br />

- Elaborar e manter sistemas <strong>de</strong> arquivo<br />

- <br />

Titre <strong>de</strong> chapitre<br />

Recolha <strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Esforços<br />

- Concentração durante longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo diante <strong>de</strong> um ecrã <strong>de</strong> computador<br />

- Trabalhar simultaneamente para várias pessoas ou serviços com prazos diferentes<br />

- Dar apoio psicológico ou emocional a doentes ou crianças<br />

- <br />

- Executar tarefas que supõem a colaboração <strong>de</strong> outras pessoas <strong>sem</strong> que por isso exista qualquer<br />

autori<strong>da</strong><strong>de</strong> ou po<strong>de</strong>r sobre estas<br />

- Executar várias tarefas simultaneamente<br />

- Erguer crianças que se agitam ou pessoas frágeis, como doentes ou i<strong>dos</strong>os<br />

- Trabalhar em posturas <strong>de</strong>sconfortáveis, utilizar repeti<strong>da</strong>mente um reduzido número <strong>de</strong> músculos,<br />

permanecer na mesma posição durante longos perío<strong>dos</strong> <strong>de</strong> tempo<br />

<br />

49


Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

- <br />

<strong>de</strong>spedimentos, salários individuais, prémios, faltas por doença, números <strong>de</strong> ven<strong>da</strong>s<br />

- Organizar a logística <strong>de</strong> reuniões ou conferências. Cui<strong>da</strong><strong>dos</strong> a prestar a doentes, crianças, ou pessoas<br />

i<strong>dos</strong>as<br />

- Formar e orientar pessoal recém contratado<br />

- Coor<strong>de</strong>nar o <strong>trabalho</strong> e ocupar-se nomea<strong>da</strong>mente <strong>dos</strong> horários, <strong>dos</strong> processos e do material <strong>de</strong><br />

produção, <strong>dos</strong> fornecimentos<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

- Tensão causa<strong>da</strong> pelo ruído numa área <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> aberta ou num escritório com uma eleva<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong><br />

ocupação<br />

- Exposição a doenças<br />

- Tensão causa<strong>da</strong> pela recepção <strong>de</strong> queixas <strong>de</strong> clientes<br />

- Monotonia <strong>da</strong>s tarefas<br />

- Horários <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> irregulares ou imprevisíveis<br />

- Tensão causa<strong>da</strong> por exigências <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> múltiplas e frequentemente imprevisíveis<br />

- Exposição a produtos irritantes ou perigosos para a saú<strong>de</strong>, como produtos <strong>de</strong> limpeza<br />

<br />

escolhido e se respeitar as exigências <strong>de</strong> não discriminação apresenta<strong>da</strong>s nos capítulos anteriores,<br />

o mesmo <strong>de</strong>veria estar igualmente concebido <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género.<br />

Um outro erro que é importante evitar, apesar <strong>de</strong> hoje estar ca<strong>da</strong> vez mais em <strong>de</strong>suso, é o <strong>de</strong> utilizar<br />

títulos <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> associa<strong>dos</strong> ao sexo, tais como mulher-a- dias ou hospe<strong>de</strong>ira.<br />

<br />

Devem ser respeita<strong>da</strong>s várias condições para que as respostas obti<strong>da</strong>s sejam exactas, completas<br />

e actuais, características que traduzem o rigor do questionário.<br />

A primeira é que as questões <strong>de</strong>vem incidir sobre as exigências do posto, e não sobre as<br />

características <strong>da</strong> pessoa que o ocupa. Algumas pessoas po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>tentoras <strong>de</strong> diplomas<br />

superiores e ocupar um lugar que não exija mais do que um diploma do primeiro ciclo. De<br />

igual modo, é necessário compreen<strong>de</strong>r que o questionário avalia os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e não a<br />

prestação <strong>da</strong>s pessoas que os ocupam. Por isso, é importante formular claramente as questões<br />

no sentido <strong>de</strong> evitar qualquer ambigui<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong>sta natureza. Por exemplo, em lugar <strong>de</strong> solicitar<br />

o número <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> estu<strong>dos</strong> superiores frequenta<strong>dos</strong> ou os anos <strong>de</strong> experiência, solicitar os<br />

diplomas exigi<strong>dos</strong> pela função bem como a experiência anterior necessária.<br />

Em segundo lugar, é necessário consi<strong>de</strong>rar que, em matéria <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong>, o que se procurar alcançar é, tanto quanto possível, factos objectivos. Por conseguinte,<br />

é necessário evitar as questões que recaem nas percepções <strong>da</strong>s pessoas que po<strong>de</strong>m, para<br />

uma mesma tarefa, ser muito variáveis. Uma questão como:<br />

Consi<strong>de</strong>ra que o seu <strong>trabalho</strong> é monótono?<br />

Deveria ser substituí<strong>da</strong> por:<br />

Tem <strong>de</strong> se concentrar sobre tarefas repetitivas?<br />

Qual é a duração <strong>de</strong>stas tarefas? (Propor uma escala)<br />

50


Assim, mais do que indicar a sua percepção sobre a monotonia, que po<strong>de</strong> variar <strong>de</strong> pessoa para<br />

pessoa, o respon<strong>de</strong>nte <strong>de</strong>ve indicar factos objectivos.<br />

É igualmente importante que as questões não tenham componentes múltiplos porque as<br />

respostas seriam <strong>de</strong> difícil interpretação. Por exemplo, quando se pergunta:<br />

Tem <strong>de</strong> assumir as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s seguintes: explicar o resultado <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>s, formar outras<br />

pessoas, coor<strong>de</strong>nar uma equipa <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>?<br />

sumi<strong>da</strong>s.<br />

E preferível colocar questões distintas sobre ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>stes elementos para po<strong>de</strong>r<br />

diferenciar as funções que comportam apenas uma <strong>de</strong>stas exigências <strong>da</strong>quelas que têm duas<br />

ou três.<br />

Finalmente, as questões <strong>de</strong>vem ser formula<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma a obter informações exactas. Por<br />

conseguinte, é necessário evitar as questões imprecisas tais como:<br />

<br />

E substituí-las por:<br />

Tem <strong>de</strong> <strong>de</strong>slocar equipamentos, caixas ou <strong>dos</strong>siers no exercício <strong>da</strong>s suas funções?<br />

Indique o peso (escala)<br />

Indique a frequência (escala)<br />

A equipa <strong>de</strong> avaliação po<strong>de</strong> julgar melhor a importância <strong>dos</strong> esforços exigi<strong>dos</strong> e efectuar comparações<br />

mais precisas entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

ESCOLHA DO VOCABULÁRIO<br />

O vocabulário utilizado na formulação <strong>da</strong>s questões <strong>de</strong>ve ser simples, a<strong>da</strong>ptado à organização<br />

e <strong>de</strong> fácil compreensão para quem respon<strong>de</strong>. É necessário evitar tanto quanto possível as formulações<br />

complexas e os termos técnicos, a menos que estes últimos façam parte do vocabulário<br />

habitual.<br />

zar<br />

uma função, como por exemplo:<br />

De rotina De base Simples Geral Unicamente<br />

É, pois, necessário,evitar a utilização <strong>de</strong> termos que <strong>de</strong>svalorizem as exigências <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>trabalho</strong><br />

Finalmente, <strong>de</strong>veriam ser utiliza<strong>dos</strong> verbos <strong>de</strong> acção na <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s tarefas (2ª parte do questionário).<br />

Titre Recolha <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Quadro 5.7<br />

Exemplos <strong>de</strong> verbos <strong>de</strong> acção<br />

Enviar<br />

Inspeccionar<br />

<br />

Representar<br />

Ajustar<br />

Interrogar<br />

Ligar<br />

Rever<br />

<br />

Executar<br />

Recomen<strong>da</strong>r<br />

Seleccionar<br />

Demonstrar<br />

Motivar<br />

Recolher<br />

Cui<strong>da</strong>r<br />

Distinguir<br />

<br />

Resolver<br />

Testar<br />

Manter<br />

Organizar<br />

Levantar<br />

Transmitir<br />

Estabelecer<br />

Participar<br />

Reler<br />

Transportar<br />

51


Em contraparti<strong>da</strong>, seria necessário evitar formulações sobretudo do tipo passivo, que conduzem a<br />

subestimar a importância <strong>da</strong> contribuição <strong>de</strong> uma função, como:<br />

zela pelo envio<br />

pensa ajustar<br />

zela pela manutenção<br />

pensa estabelecer, etc.<br />

PRÉ-TESTE<br />

Antes <strong>de</strong> utilizar o questionário, importa testá-lo junto <strong>de</strong> algumas pessoas <strong>dos</strong> principais <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina e <strong>de</strong> predominância masculina. É necessário que estes <strong>postos</strong> sejam<br />

realmente representativos do conjunto <strong>da</strong> organização e representem <strong>de</strong> alguma forma <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

referência. As pessoas responsáveis por esta etapa po<strong>de</strong>m igualmente preenchê-lo. Desta forma,<br />

seria possível comprovar a ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género: caso se note, por exemplo, que<br />

as questões que favorecem uma cotação eleva<strong>da</strong> <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina relativamente<br />

aos <strong>de</strong> predominância feminina são mais numerosas, importaria rever o questionário.<br />

O teste prévio po<strong>de</strong>ria também revelar que algumas exigências <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> foram esqueci<strong>da</strong>s.<br />

Finalmente, esta etapa permite assegurar que o questionário respon<strong>de</strong> às exigências <strong>de</strong> rigor, nomea<strong>da</strong>mente<br />

que as questões estão bem compreendi<strong>da</strong>s pelas pessoas e que as respostas não<br />

são imprecisas. Só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> analisa<strong>dos</strong> os resulta<strong>dos</strong> do pré-teste é que o questionário será<br />

<br />

<br />

É <strong>de</strong>saconselhado recorrer exclusivamente às entrevistas por diversas razões: por um lado, estas<br />

necessitam que se lhes <strong>de</strong>dique muito tempo contribuindo <strong>de</strong>ste modo para reduzir o número <strong>de</strong><br />

pessoas entrevista<strong>da</strong>s, o que não é <strong>de</strong>sejável. Por outro lado, se quem entrevista não tiver uma<br />

samentos<br />

<strong>de</strong> género. Finalmente, <strong>da</strong><strong>da</strong> o carácter personalizado <strong>da</strong> entrevista, po<strong>de</strong>ria surgir uma<br />

falta <strong>de</strong> uniformi<strong>da</strong><strong>de</strong> no grau <strong>de</strong> pormenor <strong>da</strong>s informações recolhi<strong>da</strong>s.<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, as entrevistas po<strong>de</strong>m ser utiliza<strong>da</strong>s a título complementar, nomea<strong>da</strong>mente<br />

<br />

falta. O entrevistador ou a entrevistadora <strong>de</strong>ve rever a informação recolhi<strong>da</strong> através do questionário<br />

<br />

<br />

OBSERVAÇÃO<br />

A observação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> po<strong>de</strong> igualmente ser utiliza<strong>da</strong> para completar a informação<br />

obti<strong>da</strong> por meio do questionário, nomea<strong>da</strong>mente nos casos em que a exigência <strong>de</strong> um posto é difícil<br />

<br />

<br />

52


DESCRIÇÃO DAS TAREFAS<br />

As <strong>de</strong>scrições <strong>da</strong>s tarefas existentes na empresa antes do exercício <strong>de</strong> avaliação não são, regra<br />

<br />

igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial. Há várias razões para tal:<br />

<br />

<br />

<br />

geralmente, não contêm <strong>da</strong><strong>dos</strong> que correspon<strong>da</strong>m aos factores <strong>dos</strong> méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong><br />

avaliação, particularmente os esforços e as condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>;<br />

são, com frequência, antigas, <strong>da</strong>tando do momento em que o posto <strong>de</strong>scrito foi objecto<br />

<strong>de</strong> recrutamento;<br />

não são apresenta<strong>da</strong>s segundo um mo<strong>de</strong>lo comum para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, uma vez recolhi<strong>dos</strong> e analisa<strong>dos</strong> os <strong>da</strong><strong>dos</strong>, po<strong>de</strong>rão ser redigi<strong>da</strong>s novas<br />

<strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> úteis e actualiza<strong>da</strong>s a partir <strong>da</strong> segun<strong>da</strong> parte <strong>dos</strong> questionários,<br />

<strong>de</strong>scrita mais acima.<br />

<br />

<strong>da</strong>s<br />

na sua elaboração: a ausência <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género e o rigor, isto é, a exactidão <strong>dos</strong><br />

<strong>da</strong><strong>dos</strong> recolhi<strong>dos</strong>, a respectiva precisão, o facto <strong>de</strong> estarem completos e actualiza<strong>dos</strong>.<br />

As pessoas que ocupam os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar representam a fonte <strong>de</strong><br />

uma vez que são estas que exercem quotidianamente as várias<br />

tarefas e são, por isso, as mais susceptíveis <strong>de</strong> fornecer informações exactas, completas e<br />

actualiza<strong>da</strong>s.<br />

Os superiores não po<strong>de</strong>m ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como a principal fonte, <strong>de</strong>vem representar<br />

sobretudo uma fonte complementar importante, <strong>de</strong> que resulta a necessi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> lhes solicitar<br />

que preencham os questionários pelas mesmas razões <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras<br />

e <strong>de</strong> os comentar se tal for o caso. Cabe aos elementos <strong>da</strong> comissão <strong>de</strong>cidir em caso <strong>de</strong><br />

<br />

<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras que os ocupam e não unicamente junto <strong>de</strong> uma amostra.<br />

<br />

questionário estruturado, o facto <strong>de</strong> distribuir o questionário a to<strong>dos</strong> os trabalhadores e a to<strong>da</strong>s as<br />

trabalhadoras não aumenta os custos, ao passo que no caso <strong>de</strong> questionários abertos e sobretudo<br />

<strong>de</strong> entrevistas, por razões <strong>de</strong> exequibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser forçoso interrogar unicamente uma amostra..<br />

Titre Recolha <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Deverão ser organiza<strong>da</strong>s sessões informativas sobre o questionário dirigi<strong>da</strong>s aos<br />

trabalhadores e às trabalhadoras. Estes <strong>de</strong>verão receber informações precisas, relativas<br />

nomea<strong>da</strong>mente a:<br />

<br />

<br />

objectivos do questionário;<br />

procedimento a adoptar para lhe <strong>da</strong>r resposta;<br />

respectivos temas.<br />

Apesar <strong>de</strong> tudo isto po<strong>de</strong>r ser feito por escrito, é preferível fazê-lo oralmente, em grupo, no sentido<br />

<strong>de</strong> permitir que os trabalhadores e as trabalhadoras coloquem questões ou apresentem comentários.<br />

De igual modo, para acelerar o procedimento e obter uma eleva<strong>da</strong> taxa <strong>de</strong> respostas, os<br />

questionários po<strong>de</strong>rão ser preenchi<strong>dos</strong> no <strong>de</strong>curso <strong>de</strong> sessões <strong>de</strong> grupo.<br />

53


egável<br />

a médio e longo prazo. Isto permite evitar, ou, em todo o caso, reduzir, os pedi<strong>dos</strong> <strong>de</strong> revisão<br />

<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong>, e contribui para manter um clima <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> mais harmonioso.<br />

54


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

O modo <strong>de</strong> recolha <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> é uniforme<br />

para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>?<br />

Foi efectuado o pré-teste?<br />

Os exemplos utiliza<strong>dos</strong> para ilustrar as questões<br />

referem-se tanto aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina como aos <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Foram toma<strong>dos</strong> em consi<strong>de</strong>ração os<br />

elementos <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

femininos frequentemente ignora<strong>dos</strong>?<br />

O vocabulário utilizado nas questões<br />

é <strong>de</strong> fácil compreensão para to<strong>dos</strong> os<br />

trabalhadores e trabalhadoras?<br />

As questões inci<strong>de</strong>m sobre os <strong>postos</strong> e<br />

não sobre as pessoas que os ocupam?<br />

As questões são precisas?<br />

Evitou-se a inclusão <strong>de</strong> vários<br />

elementos numa só questão?<br />

Os trabalhadores e as trabalhadoras<br />

receberam a informação necessária sobre<br />

a forma <strong>de</strong> preencher o questionário?<br />

Titre Recolha <strong>de</strong> chapitre<br />

<strong>da</strong>s informaçoes informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

<br />

<br />

está assegura<strong>da</strong>?<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário analisar as respectivas<br />

razões e, na ausência <strong>de</strong> uma explicação<br />

satisfatória, é preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

55


SUMÁRIO - CAPÍTULO 6<br />

Objectivo e sequência<br />

<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

<br />

Recapitulação <strong>da</strong>s avaliações<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo<br />

57<br />

58<br />

59<br />

<br />

63<br />

65<br />

66<br />

56


CAPÍTULO<br />

<br />

Análise<br />

<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

<br />

Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

<br />

posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>:<br />

<br />

uma <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s tarefas;<br />

<br />

ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores <strong>de</strong> avaliação;<br />

<br />

um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, ca<strong>da</strong> nível <strong>de</strong>terminado para ca<strong>da</strong> um<br />

<strong>dos</strong> subfactores será convertido em pontos com o auxílio <strong>da</strong><br />

grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração (Capítulo 7). O valor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> posto será<br />

então representado pelo total <strong>dos</strong> pontos obti<strong>dos</strong>. Ca<strong>da</strong> etapa<br />

<strong>de</strong>terminante comporta um elevado risco <strong>de</strong> subjectivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, o<br />

que explica a iniciativa sugeri<strong>da</strong> na presente secção.<br />

<br />

<br />

Elaborar a <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

<br />

<br />

<br />

57


-<br />

BALHO<br />

A primeira tarefa a concretizar é a introdução e análise <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> que, no caso <strong>de</strong> um questionário<br />

fechado, po<strong>de</strong> ser informatiza<strong>da</strong> e relativamente rápi<strong>da</strong>. O questionário <strong>sem</strong>iaberto, que comporta<br />

um número limitado <strong>de</strong> questões abertas, muitas vezes bem enquadra<strong>da</strong>s, exige um pouco mais<br />

<strong>de</strong> tempo.<br />

Depois <strong>de</strong> reuni<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as respostas relativas a um mesmo posto, os elementos <strong>da</strong> comissão<br />

balho;<br />

esta contém os <strong>da</strong><strong>dos</strong> puramente factuais que permitem enquadrar melhor o posto a avaliar.<br />

<br />

<br />

Título do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Departamento ou serviço<br />

<br />

Local <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

as <strong>de</strong>signações <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> não estejam liga<strong>dos</strong> a um sexo ou ao outro. A maior parte <strong>da</strong>s equipas <strong>de</strong> aplicação<br />

<strong>de</strong>ste método recomen<strong>da</strong> que o salário não esteja indicado <br />

<br />

avalia. Uma outra recomen<strong>da</strong>ção passa por omitir a posição hierárquica, uma vez que po<strong>de</strong>ria<br />

<br />

58


Utilizar<br />

os quatro<br />

factores<br />

Quadro 6.2<br />

DESCRIÇÃO DAS TAREFAS<br />

<br />

junto <strong>dos</strong> titulares. Depois <strong>de</strong> examina<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as respostas obti<strong>da</strong>s para um posto, é<br />

<br />

uma <strong>de</strong>scrição tipo. Estas <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong>verão ser elabora<strong>da</strong>s <strong>de</strong> forma metódica e incluir<br />

<br />

<strong>trabalho</strong>.<br />

Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

Sumário do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Titre Análise <strong>de</strong> chapitre <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Tarefas e principais responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Enumeração, por or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> importância, <strong>da</strong>s principais responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s do posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e indicação,<br />

para ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les, do conteúdo, <strong>dos</strong> meios e do objectivo<br />

Supervisão/direcção<br />

Tipo <strong>de</strong> supervisão ou <strong>de</strong> direcção que o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> comporta<br />

Consequências <strong>dos</strong> erros<br />

<br />

Indicação do impacto <strong>dos</strong> erros<br />

Contactos<br />

Motivos e nível <strong>dos</strong> contactos<br />

Conhecimentos/experiência necessários<br />

Exigências em termos <strong>de</strong> nível <strong>de</strong> educação, <strong>de</strong> formação especializa<strong>da</strong> e <strong>de</strong> competências<br />

Tipo <strong>de</strong> experiência <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> requeri<strong>da</strong><br />

Equipamentos utiliza<strong>dos</strong><br />

Principais ferramentas utiliza<strong>da</strong>s e percentagem do tempo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> durante o qual são utiliza<strong>da</strong>s<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Local <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, tipo <strong>de</strong> espaço <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, ambiente, possíveis perigos<br />

<br />

o nível comparado <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe e <strong>de</strong> precisão <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

e <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina <strong>de</strong>ve ser o mesmo<br />

tradicionalmente, constata-se que as <strong>de</strong>scrições <strong>da</strong>s tarefas <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina são resumi<strong>da</strong>s e compreen<strong>de</strong>m 3 ou 4 elementos, ao passo que as <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina são <strong>de</strong>talha<strong>da</strong>s e compreen<strong>de</strong>m 6 a 8. Segundo alguns autores,<br />

to<strong>dos</strong> <strong>de</strong>veriam compreen<strong>de</strong>r um mínimo <strong>de</strong> 6 e um máximo <strong>de</strong> 10 tarefas.<br />

a utilização <strong>de</strong> verbos activos <strong>de</strong>verá ser preferi<strong>da</strong> à <strong>de</strong> verbos passivos, que servem<br />

muitas vezes para <strong>de</strong>screver as tarefas <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

no sentido <strong>de</strong> observar melhor estas duas condições e <strong>de</strong> assegurar a coerência <strong>da</strong>s <strong>de</strong>scrições,<br />

<strong>de</strong>verá ser utilizado um mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> apresentação normalizado para os dois tipos <strong>de</strong><br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

59


Utilizar os<br />

subfactores<br />

O PERFIL DOS POSTOS DE TRABALHO<br />

tionário<br />

e abrange to<strong>dos</strong> os subfactores do método. O essencial do <strong>trabalho</strong> <strong>da</strong> comissão<br />

é <strong>de</strong>terminar e vali<strong>da</strong>r o nível <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores para ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> <strong>postos</strong>. Este<br />

processo <strong>de</strong>ve obe<strong>de</strong>cer a regras <strong>de</strong> não discriminação e <strong>de</strong> rigor.<br />

<br />

SUBFACTORES<br />

<br />

<br />

<br />

JUSTIFICAÇÃO<br />

Conhecimentos<br />

Experiência/formação<br />

Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

Esforço físico<br />

Esforço mental<br />

Comunicações<br />

Consequências<br />

<strong>dos</strong> erros<br />

Recursos humanos<br />

e materiais<br />

Ambiente físico<br />

Riscos<br />

O enviesamento <strong>de</strong> género na análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Origens do enviesamento <strong>de</strong> género<br />

<br />

<strong>de</strong>cisões <strong>dos</strong> avaliadores, que <strong>de</strong>vem estar particularmente atentos aos seguintes efeitos:<br />

O efeito <strong>de</strong> halo, que se manifesta quando um posto obtém um nível elevado <strong>de</strong>vido a um<br />

subfactor consi<strong>de</strong>rado <strong>de</strong> prestígio, como o diploma, e se conclui que <strong>de</strong>ve também receber<br />

uma nota eleva<strong>da</strong> pelos restantes factores. Po<strong>de</strong> também manifestar-se <strong>de</strong> forma negativa –<br />

efeito <strong>de</strong> halo invertido – e conduzir a um abaixamento <strong>dos</strong> níveis atribuí<strong>dos</strong> aos <strong>postos</strong> para as<br />

quais as exigências em matéria <strong>de</strong> diploma, por exemplo, são pouco eleva<strong>da</strong>s.<br />

po<strong>de</strong> ser igualmente origem <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong><br />

género na medi<strong>da</strong> em que os <strong>postos</strong> femininos se situam sobretudo em posições intermédias ou<br />

inferiores. A equipa <strong>de</strong> avaliação po<strong>de</strong> estabelecer uma correlação entre a posição hierárquica<br />

superior e níveis eleva<strong>dos</strong> para vários factores, o que não é necessariamente o caso. O inverso<br />

po<strong>de</strong> também ocorrer para <strong>postos</strong> subalternos.<br />

60


muito bem remunerado po<strong>de</strong> criar uma presunção <strong>de</strong> exigências eleva<strong>da</strong>s por diversos<br />

subfactores, o que po<strong>de</strong>ria não correspon<strong>de</strong>r à reali<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

O efeito <strong>de</strong> disponibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, que se relaciona com os aspectos mais visíveis <strong>de</strong> uma<br />

<br />

<br />

ou a re<strong>da</strong>cção e revisão <strong>de</strong> textos. Po<strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r que os factores menos familiares atraiam<br />

menos a atenção <strong>da</strong> equipa <strong>de</strong> avaliação e sejam coloca<strong>dos</strong> num nível pouco elevado.<br />

Os preconceitos <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m afectiva relacionam-se com os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> representa<strong>dos</strong><br />

no seio <strong>da</strong> comissão e relativamente aos quais se po<strong>de</strong> manifestar uma certa con<strong>de</strong>scendência<br />

susceptível <strong>de</strong> alterar a objectivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong> equipa <strong>de</strong> avaliação.<br />

Titre <strong>de</strong> chapitre<br />

Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

Boas práticas para evitar o enviesamento <strong>de</strong> género<br />

A atribuição <strong>de</strong> níveis <strong>de</strong>veria fazer-se transversalmente; por outras palavras, é conveniente proce<strong>de</strong>r<br />

à avaliação <strong>de</strong> um subfactor <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> vez para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Mais do que fazer<br />

<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> pelo subfactor Concentração mental, <strong>de</strong>pois pelo subfactor <br />

<strong>da</strong>s informações, <strong>de</strong>pois pelo do Ambiente psicológico, e assim por diante. Esta forma <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r<br />

comporta alguns benefícios indica<strong>dos</strong> abaixo:<br />

Se ca<strong>da</strong> posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> for avaliado isola<strong>da</strong>mente, o processo comparativo, que constitui o próprio fun<strong>da</strong>-<br />

<br />

A avaliação factor a factor garante uma aplicação uniforme para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

<br />

conjunto, o que permite evitar o efeito <strong>de</strong> halo.<br />

Avaliação numa or<strong>de</strong>m aleatória e variável. Para ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores, a or<strong>de</strong>m na qual os<br />

<br />

-<br />

<br />

Subfactor Conhecimentos. Avaliar os <strong>postos</strong> pela or<strong>de</strong>m seguinte:<br />

posto A, posto C, E, F, B, D<br />

Subfactor Esforço mental. Seguir a or<strong>de</strong>m F, D, A, E, C, B<br />

Subfactor Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong>. E, B, F, D, C, A<br />

Com esta prática, será mais difícil para a equipa <strong>de</strong> avaliação lembrar-se <strong>dos</strong> níveis atribuí<strong>dos</strong> a<br />

ca<strong>da</strong> posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> na etapa anterior.<br />

61


Alguns problemas <strong>de</strong>tecta<strong>dos</strong> no momento <strong>da</strong> avaliação<br />

<br />

sugerem soluções.<br />

PROBLEMA 1<br />

SOLUÇÃO<br />

A <strong>de</strong>scrição <strong>da</strong>s exigências <strong>de</strong> um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> po<strong>de</strong> parecer vaga e ambígua,<br />

<br />

po<strong>de</strong>ria ser o caso <strong>de</strong> <strong>postos</strong> com os quais a comissão estivesse pouco familiariza<strong>da</strong>.<br />

É recomendável solicitar esclarecimentos às pessoas que ocupam esses <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

revelar-se úteis.<br />

PROBLEMA 2<br />

As informações recolhi<strong>da</strong>s sobre um posto estão incompletas.<br />

SOLUÇÃO<br />

É necessário reunir com algumas pessoas e supervisores ou supervisoras para as<br />

-<br />

<br />

PROBLEMA 3<br />

Apesar <strong>dos</strong> <strong>de</strong>bates profun<strong>dos</strong>, os elementos <strong>da</strong> comissão não conseguem chegar a<br />

entendimento sobre um nível.<br />

SOLUÇÃO<br />

<br />

avalia<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>sem</strong>elhantes.<br />

PROBLEMA 4<br />

SOLUÇÃO<br />

Alguns elementos <strong>da</strong> comissão têm tendência a atribuir <strong>sem</strong>pre um nível médio, seja<br />

qual for o posto ou o factor consi<strong>de</strong>rado. Esta atitu<strong>de</strong> resulta do facto <strong>de</strong> não terem<br />

certeza quanto à sua apreciação ou <strong>de</strong> não terem compreendido bem o objectivo do<br />

exercício.<br />

Po<strong>de</strong>ria ser vantajoso dispor <strong>de</strong> uma chama<strong>da</strong> <strong>de</strong> atenção sobre o procedimento a<br />

adoptar bem como do objectivo do exercício.<br />

62


Uma vez concluí<strong>da</strong> a avaliação <strong>de</strong> to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, é importante proce<strong>de</strong>r a uma re-<br />

<br />

resulta<strong>dos</strong>.<br />

<br />

a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> repartição <strong>dos</strong> níveis entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina e <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina. Caso se observe, por exemplo,<br />

que os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina apresentam uma tendência para ter níveis médios<br />

ou baixos para a maior parte <strong>dos</strong> subfactores, e que o contrário suce<strong>de</strong> para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina, é possível que o procedimento tenha sido discriminatório. Para ser mais rigoroso,<br />

po<strong>de</strong>-se fazer o teste seguinte, cujos resulta<strong>dos</strong> se apresentam no Quadro 6.4, que, para efeitos<br />

<br />

<br />

<br />

obteve o nível 3, o <strong>de</strong> programador-analista, o nível 4, e assim por diante.<br />

Titre Análise <strong>de</strong> chapitre <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

<strong>dos</strong><br />

a ca<strong>da</strong> subfactor, respectivamente para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina e para os <strong>de</strong><br />

<br />

predominância masculina obtiveram respectivamente:<br />

3+4+2+1, o que dá uma média <strong>de</strong> 10/4 = 2,5.<br />

Para este mesmo subfactor, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina obtiveram:<br />

4+4+3+5 = 16/4 = 4.<br />

A média para os <strong>postos</strong> femininos é superior em 1,5 à <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> masculinos. Po<strong>de</strong>r-se-ia concluir<br />

<br />

feminino.<br />

Uma vez calcula<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as médias, constata-se que para os subfactores Esforço físico e Condições<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina apresentam uma média mais eleva<strong>da</strong><br />

linos,<br />

no exemplo aqui analisado. 17<br />

-<br />

-<br />

<br />

mínimo <strong>de</strong> 1 entre as médias. Observa-se no Quadro que para o subfactor Esforço mental, o afastamento<br />

é inferior a 1, o que permite consi<strong>de</strong>rá-lo como neutro.<br />

17 O mesmo se po<strong>de</strong>ria passar noutros exemplos. 63


POSTOS DE<br />

PREDOMINÂNCIA<br />

Conhecimentos<br />

<br />

Níveis <strong>de</strong> subfactores por posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Comunicação Esforço mental Esforço físico<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

por pessoas<br />

Condições<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Contramestre 3 3 3 3 3 4<br />

Programador-analista 4 3 5 2 1 2<br />

Sol<strong>da</strong>dor 2 1 2 4 1 5<br />

Pessoal afecto ao armazém 1 1 2 4 1 3<br />

Média <strong>dos</strong> níveis <strong>dos</strong><br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina<br />

2,5 2,0 3,0 3,3 1,5 3,5<br />

Contabilista 4 3 4 1 1 2<br />

4 3 3 2 1 2<br />

Supervisor do apoio a clientes 3 3 3 2 3 3<br />

Directora <strong>de</strong> recursos<br />

humanos<br />

Média <strong>dos</strong> níveis <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina<br />

5 5 5 1 5 3<br />

4 3,5 3,8 1,5 2,5 2,5<br />

Dimensão <strong>de</strong> Género<br />

do subfactor<br />

Feminino Feminino Neutro Masculino Feminino Masculino<br />

Constatamos, pois, que <strong>dos</strong> 6 subfactores, 2 são masculinos, 3 são femininos e 1 é neutro, o que<br />

tos<br />

<strong>de</strong> género na atribuição <strong>dos</strong> níveis. Se, em contraparti<strong>da</strong>, <strong>dos</strong> 6 subfactores, obtivés<strong>sem</strong>os 4<br />

<br />

<br />

um <strong>de</strong>sequilíbrio marcado na repartição <strong>dos</strong> níveis e incita a procurar as causas para os corrigir. 18<br />

Coerência<br />

Aqui, trata-se essencialmente <strong>de</strong> examinar a distribuição <strong>dos</strong> níveis atribuí<strong>dos</strong> a ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> sub-<br />

concentração à volta <strong>de</strong> um <strong>de</strong>terminado nível. Os casos<br />

19 . Colocamos a hipótese<br />

<strong>de</strong> ser atribuído ao subfactor consi<strong>de</strong>rado um nível <strong>de</strong> 1 a 5.<br />

<br />

que seja aplicado a to<strong>dos</strong> os subfactores e a to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> que têm <strong>de</strong> ser avalia<strong>dos</strong>.<br />

<br />

64


1º CASO: a repartição <strong>dos</strong> níveis tem o aspecto <strong>de</strong> um losango; a maior parte <strong>da</strong>s funções, representa<strong>da</strong>s<br />

pelos traços verticais, têm um nível 3, um pequeno número <strong>de</strong>las apresentam um nível<br />

acima ou abaixo.<br />

II<br />

II<br />

lllllllllll<br />

lll<br />

l<br />

2º CASO: a repartição <strong>dos</strong> níveis tem o aspecto <strong>de</strong> um triângulo; a maior parte <strong>da</strong>s funções têm<br />

um nível 1 e algumas encontram-se acima.<br />

l<br />

l<br />

ll<br />

lll<br />

lllllllllll<br />

Titre <strong>de</strong> chapitre<br />

Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

3º CASO: a repartição <strong>dos</strong> níveis tem o aspecto <strong>de</strong> um triângulo invertido; a maior parte <strong>da</strong>s<br />

funções têm um nível 5 para este subfactor e algumas encontram-se em níveis inferiores.<br />

llllllllllllll<br />

llll<br />

ll<br />

ll<br />

ll<br />

O facto <strong>de</strong> a gran<strong>de</strong> maioria <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> se situar num único nível para um <strong>da</strong>do subfactor<br />

implica uma quase-ausência <strong>de</strong> diferenciação entre eles neste aspecto. A comissão <strong>de</strong>verá<br />

então <strong>de</strong>cidir se a lógica que fun<strong>da</strong>menta uma ou outra <strong>de</strong>stas distribuições é aceitável. Para isto,<br />

-<br />

<br />

<br />

<strong>trabalho</strong> servirá para a atribuição <strong>de</strong> pontos em função <strong>da</strong> grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />

<br />

A análise <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> traduz-se num conjunto <strong>de</strong> benefícios para os empregadores, nomea<strong>da</strong>mente<br />

ao nível <strong>da</strong> dotação orçamental, isto é, do recrutamento, <strong>da</strong> selecção e <strong>da</strong> promoção<br />

<strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras. Com efeito, ela permite conhecer melhor as exigências reais<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> e, em consequência, obter uma melhor a<strong>de</strong>quação entre as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>dos</strong> candi<strong>da</strong>tos<br />

e <strong>da</strong>s candi<strong>da</strong>tas e as exigências <strong>dos</strong> lugares a preencher pelo recrutamento interno ou externo.<br />

Po<strong>de</strong> também diminuir a taxa <strong>de</strong> rotativi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> efectivos que resultaria <strong>de</strong> escolhas ina<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s<br />

ao nível <strong>da</strong> contratação, bem como os eleva<strong>dos</strong> custos que estão associa<strong>dos</strong>.<br />

65


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Os elementos <strong>da</strong> comissão registam<br />

<br />

<strong>de</strong>cisões relativas à avaliação?<br />

Os elementos <strong>da</strong> comissão alcançaram<br />

um entendimento sobre a forma <strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r se surgir um problema?<br />

Foram suprimi<strong>da</strong>s to<strong>da</strong>s as informações que<br />

pu<strong>de</strong>s<strong>sem</strong> suscitar ou manter preconceitos<br />

relativamente a alguns <strong>postos</strong> a avaliar?<br />

As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> tarefas seguem o mesmo<br />

mo<strong>de</strong>lo normalizado <strong>de</strong> apresentação tanto<br />

para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

como para os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> tarefas têm o mesmo<br />

nível <strong>de</strong> <strong>de</strong>talhe tanto para os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina como para<br />

os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

As <strong>de</strong>scrições <strong>de</strong> tarefas comportam<br />

tantos verbos activos para os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina como para<br />

os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

A avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é<br />

efectua<strong>da</strong> por subfactor, transversalmente<br />

para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong>?<br />

66


Os <strong>postos</strong> são avalia<strong>dos</strong> numa<br />

or<strong>de</strong>m aleatória e variável <strong>de</strong><br />

um subfactor para outro?<br />

Evitou-se atribuir aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina níveis médios<br />

ou baixos para a maior parte <strong>dos</strong><br />

subfactores e vice-versa para os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Determinou-se a dimensão <strong>de</strong><br />

género <strong>dos</strong> subfactores?<br />

A distribuição <strong>dos</strong> níveis atribuí<strong>dos</strong><br />

a ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores está<br />

concentra<strong>da</strong> em volta <strong>de</strong> subfactores<br />

femininos ou masculinos? Se sim,<br />

<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário analisar as respectivas<br />

razões e, na ausência <strong>de</strong> uma explicação<br />

satisfatória, é preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

A Titre comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

67


SUMÁRIO - CAPÍTULO 7<br />

Objectivo e sequência<br />

Pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> factores <strong>de</strong> avaliação<br />

Repartição <strong>dos</strong> pontos por nível<br />

Atribuição <strong>de</strong> pontos aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo<br />

69<br />

<br />

75<br />

76<br />

79<br />

<br />

68


CAPÍTULO<br />

7<br />

Determinação<br />

do valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

Duas operações importantes <strong>de</strong>vem ter lugar aqui, sucessivamente:<br />

a construção <strong>de</strong> uma grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração e a<br />

atribuição <strong>de</strong> pontos aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Trata-se, por con-<br />

<br />

comparar a remuneração entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> valor<br />

igual.<br />

Titre Contexto A Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre e objectivos do do valor <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> guia <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

Elaboração <strong>da</strong> grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

<br />

Repartição <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> acordo com os níveis <strong>dos</strong> subfactores<br />

Cálculo <strong>dos</strong> pontos para ca<strong>da</strong> posto <strong>de</strong> predominância masculina ou feminina<br />

Estabelecimento <strong>de</strong> intervalos <strong>de</strong> pontos<br />

Agrupamento <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> por intervalos<br />

<br />

69


A pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> factores <strong>de</strong> avaliação consiste em <strong>de</strong>terminar a sua importância relativa e atribuir<br />

a ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les um valor numérico. É uma fase com um impacto extremamente importante sobre<br />

o valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>. Mesmo que se tenha colocado to<strong>da</strong> a atenção nas etapas prece<strong>de</strong>ntes,<br />

é possível que se tenham introduzido incoerências e preconceitos susceptíveis <strong>de</strong> anular<br />

to<strong>dos</strong> os esforços anteriores.<br />

Recomen<strong>da</strong>-se <br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> (Capítulo 6). Com efeito, se os responsáveis souberem antecipa<strong>da</strong>mente que <strong>de</strong>termina<strong>da</strong><br />

competência ou responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> tem um peso importante, po<strong>de</strong>rão ser tenta<strong>dos</strong> a atribuir-lhe<br />

um valor elevado caso se trate <strong>de</strong> um posto que preten<strong>da</strong>m favorecer.<br />

Uma grelha para<br />

to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Elaboração <strong>da</strong> grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Uma grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração indica, para a empresa, a importância relativa assumi<strong>da</strong> por<br />

ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> factores e subfactores. E essencial utilizar a mesma grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

para to<strong>dos</strong> os <strong>postos</strong> abrangi<strong>dos</strong> pelo programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial. Com efeito, para<br />

po<strong>de</strong>r comparar os <strong>postos</strong>, é necessário utilizar o mesmo instrumento <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>; ora, a<br />

grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração representa uma <strong>da</strong>s dimensões mais importantes do instrumento <strong>de</strong><br />

medi<strong>da</strong> que um sistema <strong>de</strong> avaliação constitui.<br />

Quadro 7.1. Exemplo <strong>de</strong> grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Factores Pon<strong>de</strong>ração Número <strong>de</strong> pontos<br />

Competências 32% 320<br />

- 12% 120<br />

- Comunicação 10% 100<br />

- Aptidões físicas 10% 100<br />

Esforços 19% 190<br />

- Esforço emocional 5% 50<br />

- Esforço mental 8% 80<br />

- Esforço físico 6% 60<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s 39% 390<br />

- Por pessoas 12% 120<br />

- Por produtos 12% 120<br />

- Financeira 15% 150<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 10% 100<br />

- Ambiente físico 5% 50<br />

- Ambiente psicológico 5% 50<br />

TOTAL 100% 1000 PONTOS<br />

70


O número <strong>de</strong> pontos po<strong>de</strong> variar mas, a menos que exista uma gran<strong>de</strong> diversi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

<br />

<br />

tas<br />

referem os seguintes intervalos aproxima<strong>dos</strong>:<br />

20% a 35% para as competências;<br />

25% a 40% para as responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s;<br />

15% a 25% para os esforços;<br />

5% a 15% para as condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

<br />

<br />

ETAPA 1 CLASSIFICAÇÃO DOS 4 GRANDES FACTORES POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA 20<br />

<br />

ETAPA 2<br />

Competências<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Esforços<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

DETERMINAÇÃO DA PERCENTAGEM ATRIBUÍDA A CADA FACTOR<br />

Pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> factores<br />

Competências 32%<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s 39 %<br />

Esforços 19%<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> 10%<br />

Titre Análise Elaboração Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre <strong>dos</strong> <strong>da</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

grelha valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

ETAPA 3<br />

CLASSIFICAÇÃO DOS SUBFACTORES POR ORDEM DE IMPORTÂNCIA<br />

<br />

Competências<br />

<br />

Comunicação<br />

Aptidões físicas<br />

ETAPA 4<br />

DETERMINAÇÃO DA PERCENTAGEM ATRIBUÍDA A CADA SUBFACTOR<br />

Pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> subfactores (Competências)<br />

Competências 32%<br />

<br />

Comunicação 10%<br />

Aptidões físicas 10%<br />

Proce<strong>de</strong>ndo <strong>de</strong>ste modo, é mais fácil estabelecer a grelha completa <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração.<br />

20 Esta grelha é apresenta<strong>da</strong> apenas como um exemplo.<br />

71


Trabalho,<br />

objectivos,<br />

valores!<br />

Coerência <strong>da</strong> grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Consi<strong>de</strong>rando que a pon<strong>de</strong>ração exerce um efeito directo sobre os salários, é indispensável<br />

que seja estabeleci<strong>da</strong> em ligação estreita com os objectivos <strong>da</strong> empresa e o<br />

tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que a caracteriza.<br />

Exemplos: numa empresa que <strong>de</strong>senvolve software, será normal atribuir um peso<br />

importante ao critério Aptidões analíticas; num infantário, o critério Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

por pessoas terá uma importância primordial; numa empresa <strong>de</strong> obras públicas,<br />

a Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por equipamentos estará entre os factores privilegia<strong>dos</strong>.<br />

Para <strong>da</strong>r resposta a esta exigência, será absolutamente mental,<br />

o tipo <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> executado na empresa, os seus objectivos prioritários e respectivos<br />

valores. tido<br />

<strong>de</strong> evitar longos <strong>de</strong>bates e ser tão objectivo quanto possível, importará procurar a informação<br />

necessária a partir <strong>de</strong> documentos e entrevistas com especialistas.<br />

<br />

<strong>dos</strong> objectivos organizacionais. Um elemento com uma gran<strong>de</strong> importância para a organização<br />

não <strong>de</strong>veria receber um peso reduzido e vice-versa.<br />

Exemplo: se uma empresa actuando no sector <strong>de</strong> serviços indica no seu man<strong>da</strong>to<br />

que a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> do serviço é uma priori<strong>da</strong><strong>de</strong> absoluta mas, to<strong>da</strong>via, só atribui ao<br />

subfactor relativo ao apoio a clientes um peso <strong>de</strong> 4 %, será provavelmente necessário<br />

alterar esta pon<strong>de</strong>ração.<br />

A coerência <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração é indispensável para <strong>de</strong>tectar o enviesamento <strong>de</strong> género.<br />

Exemplo: se, na empresa X, for atribuído um peso importante à responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

material (<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina), em <strong>de</strong>trimento <strong>da</strong> responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

por pessoas (<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina), tal po<strong>de</strong>, à primeira vista, parecer<br />

discriminatório. Mas se tiver sido claramente estabelecido que, nesta empresa, a<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> material é particularmente importante para atingir os objectivos<br />

organizacionais, ao passo que a responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por pessoas é secundária, não<br />

haverá discriminação.<br />

Ao evi<strong>de</strong>nciar esta ligação necessária entre os objectivos <strong>da</strong> empresa e a pon<strong>de</strong>ração, é possível<br />

compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>de</strong> evitar as pon<strong>de</strong>rações preestabeleci<strong>da</strong>s.<br />

Eliminação do enviesamento <strong>de</strong> género na pon<strong>de</strong>ração<br />

-<br />

<br />

responsáveis pela pon<strong>de</strong>ração po<strong>de</strong>riam estar inclina<strong>dos</strong> a atribuir um peso importante a alguns<br />

factores simplesmente por serem representativos <strong>de</strong> <strong>postos</strong> hierarquicamente superiores; neste<br />

caso, corre-se o risco <strong>de</strong> reproduzir a discriminação que está na origem <strong>da</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

72


Exemplo: o facto <strong>de</strong> dirigir um elevado número <strong>de</strong> trabalhadores e <strong>de</strong> trabalhadoras<br />

(função geralmente masculina) não <strong>de</strong>veria <strong>da</strong>r lugar a uma pon<strong>de</strong>ração<br />

eleva<strong>da</strong> só porque o critério está associado a funções superiores. O risco <strong>de</strong> agressão<br />

ou <strong>de</strong> abuso verbal não <strong>de</strong>veria receber um peso reduzido simplesmente por estar<br />

associado a funções <strong>de</strong> serviços subalternos (geralmente femininas).<br />

A estrutura hierárquica<br />

A vigilância impõe-se igualmente no que respeita à tabela remuneratória. É necessário que os elementos<br />

<strong>da</strong> comissão evitem referir-se aos salários actuais <strong>dos</strong> diversos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

Uma outra situação <strong>de</strong> enviesamento <strong>de</strong> género po<strong>de</strong> ocorrer caso se observe uma tendência para<br />

atribuir um peso extremo, <strong>de</strong> forma <strong>de</strong>sigual, a um ou outro subfactor consoante esteja associado a<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina ou a <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

<br />

Uma vez atribuído um nível aos diversos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> para ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores (ver<br />

Capítulo 4), observa-se geralmente que é atribuído um nível elevado aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina para alguns subfactores e aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina para outros. Deste<br />

modo, po<strong>de</strong>-se falar <strong>de</strong> subfactores femininos para os primeiros e <strong>de</strong> subfactores masculinos<br />

<br />

impacto discriminatório, po<strong>de</strong> realizar-se um teste simples, que consiste em comparar o peso<br />

atribuído aos subfactores em razão do sexo associado.<br />

Os dois quadros seguintes mostram <strong>de</strong> que forma se po<strong>de</strong> fazer este teste 21 .<br />

Quadro 7.2. Exemplo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração discriminatória<br />

Subfactores Dimensão <strong>de</strong> Género do subfactor Peso do subfactor %<br />

F 10<br />

Titre Elaboração A Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre <strong>da</strong> do grelha do valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Comunicações F 7<br />

Aptidões físicas M 12<br />

Esforço emocional F 5<br />

Esforço mental 8<br />

Esforço físico M 10<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por pessoas F 8<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por produtos M 15<br />

M 15<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> M 10<br />

Total 100<br />

<br />

masculinos (M). O cálculo seguinte permite-nos colocar em evidência um <strong>de</strong>sequilíbrio na pon<strong>de</strong>ração:<br />

Total <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> 5 subfactores masculinos: 12% +10% +15% +15% +10% = 62%, o que dá<br />

12,4% em média para ca<strong>da</strong> subfactor masculino.<br />

21 Este exemplo é uma a<strong>da</strong>ptação <strong>de</strong>: Equal Opportunities Commission. Good Practice Gui<strong>de</strong> - Job Evaluation Schemes Free of Sex Bias.<br />

73


Total <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> 4 subfactores femininos: 10% + 7% +5% + 8% = 30%, o que dá 7,5% em<br />

média para ca<strong>da</strong> subfactor feminino.<br />

A diferença entre a pon<strong>de</strong>ração atribuí<strong>da</strong> aos subfactores femininos e masculinos é bastante gran<strong>de</strong>.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

análise e constataram que alguns subfactores femininos receberam um peso <strong>de</strong>masiado baixo relativamente<br />

a alguns subfactores masculinos. Por exemplo, tendo em conta a missão <strong>da</strong> empresa, os<br />

<br />

sionais<br />

e <strong>da</strong> respectiva contribuição para a missão <strong>da</strong> empresa conduziu igualmente os elementos<br />

<strong>da</strong> comissão a atribuírem mais peso às responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s por pessoas e menos ao esforço físico.<br />

Uma vez efectuado este exercício <strong>de</strong>licado, foi adopta<strong>da</strong> uma grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração, como se vê<br />

no quadro 7.3.:<br />

Quadro 7.3. Exemplo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração não discriminatória<br />

Subfactores Dimensão <strong>de</strong> Género do subfactor Peso %<br />

F 12<br />

Comunicações F 10<br />

Competências físicas M 10<br />

Esforço emocional F 5<br />

Esforço mental 8<br />

Esforço físico M 6<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por pessoas F 12<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong> por produtos M 12<br />

M 15<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> M 10<br />

Total 100<br />

A partir <strong>dos</strong> <strong>da</strong><strong>dos</strong> do quadro acima, po<strong>de</strong>-se constatar que a nova pon<strong>de</strong>ração é mais equilibra<strong>da</strong>:<br />

Total <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> 5 subfactores masculinos: 10% + 6% + 12% +15% + 10% = 53%, o que dá<br />

10,6% em média para ca<strong>da</strong> subfactor masculino.<br />

Total <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> 4 subfactores femininos: 12% + 10% + 5% + 12% = 39%, o que dá 9,75%<br />

em média para ca<strong>da</strong> subfactor feminino.<br />

A diferença entre as duas médias, embora não tenha <strong>de</strong>saparecido, diminuiu. A comissão ajusta a<br />

grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração em função <strong>de</strong> critérios <strong>de</strong> coerência e <strong>de</strong> não discriminação para escolher em<br />

<br />

estabelecimento <strong>da</strong> pon<strong>de</strong>ração ser progressivo, por um processo <strong>de</strong> tentativa e erro.<br />

74


Uma vez estabeleci<strong>da</strong> a grelha, é necessário repartir a totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> subfactor<br />

<br />

máximo <strong>de</strong> 140 pontos e comporta 5 níveis, quantos pontos será necessário adicionar para passar<br />

<strong>de</strong> um nível para outro?<br />

A este respeito, <strong>de</strong>vem ser toma<strong>da</strong>s duas <strong>de</strong>cisões:<br />

QUE TIPO DE PROGRESSÃO ESCOLHER: ARITMÉTICA OU GEOMÉTRICA?<br />

As progressões aritméticas mantêm um diferencial constante entre os diversos níveis e conciliamse<br />

bem com o objectivo <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong>. As progressões geométricas, pelo contrário, ten<strong>de</strong>m a aumentar<br />

os diferenciais entre os níveis à medi<strong>da</strong> que se sobe na escala, o que acentua, <strong>de</strong> forma<br />

<br />

as funções superiores (geralmente <strong>de</strong> predominância masculina). Uma tal abor<strong>da</strong>gem é <strong>de</strong>saconselha<strong>da</strong><br />

numa perspectiva <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

QUANTOS PONTOS DEVEM SER ATRIBUÍDOS AO NÍVEL MAIS BAIXO?<br />

Se um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> não comporta qualquer exigência para um <strong>da</strong>do subfactor, não <strong>de</strong>veria<br />

<br />

forma a representarem todo o leque <strong>de</strong> funções <strong>da</strong> organização. Geralmente, ao 1º nível é atribuído<br />

um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> pontos.<br />

<br />

120 pontos segundo uma progressão aritmética, <strong>da</strong> seguinte forma:<br />

<br />

Titre Elaboração A Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre <strong>da</strong> do grelha do valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

Número <strong>de</strong> pontos 24 pontos 48 pontos 72 pontos 96 pontos 120 pontos<br />

<br />

presença do subfactor, o número <strong>de</strong> pontos que lhe vai ser atribuído po<strong>de</strong>rá ser menos elevado. Se,<br />

por exemplo, se trata do subfactor Esforço emocional e algumas funções não apresentam qualquer<br />

exigência neste plano, po<strong>de</strong>-se construir a seguinte escala:<br />

<br />

Número <strong>de</strong> pontos 5 pontos 16,25 pontos 27,5 pontos 38,75 pontos 50 pontos<br />

<br />

para este factor e o resto será dividido por 4, o que dá uma progressão aritmética <strong>de</strong> 11,25. Apesar<br />

<strong>de</strong> alguns especialistas preferirem atribuir <strong>sem</strong>pre um número <strong>de</strong> pontos igual por nível, outros<br />

preferem, como neste exemplo, começar com um número <strong>de</strong> pontos mais baixo, e alguns atribuem<br />

0 pontos ao primeiro nível se este correspon<strong>de</strong>r à ausência do subfactor, o que, como já referimos,<br />

é pouco frequente. É preciso estar consciente <strong>de</strong> que ca<strong>da</strong> uma <strong>de</strong>stas opções terá um efeito diferente<br />

sobre o valor relativo <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

75


Proce<strong>de</strong>-se assim para to<strong>dos</strong> os subfactores do método, o que permite conhecer o número <strong>de</strong><br />

<br />

atribuído a ca<strong>da</strong> subfactor e correspon<strong>de</strong> ao nível máximo. Observe-se igualmente que o total do<br />

máximo <strong>de</strong> pontos <strong>dos</strong> subfactores (valor total) dá 1000 pontos.<br />

Quadro 7.5. Grelha <strong>de</strong> repartição <strong>dos</strong> pontos para to<strong>dos</strong> os subfactores e to<strong>dos</strong> os níveis 22<br />

Conh.<br />

prof.<br />

Competências Esforços Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Comp.<br />

fís.<br />

Comun. Emoc. Mental Fís. Por<br />

pess.<br />

Por<br />

prod.<br />

Condições<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Finan. Fís. Psicol.<br />

24 20 20 12,5 16 15 24 24 16 12,5 12,5<br />

48 40 40 25 32 30 48 48 32 25 25<br />

72 60 60 37,5 48 45 72 72 48 37,5 37,5<br />

96 80 80 50 64 60 96 96 64 50 50<br />

N5 120 100 100 80 120 120 150<br />

<br />

<br />

Uma vez estabeleci<strong>da</strong> a pon<strong>de</strong>ração e conhecido o número <strong>de</strong> pontos por subfactor e por nível, é<br />

possível atribuir um valor a ca<strong>da</strong> posto. Esta operação <strong>de</strong>senrola-se em duas etapas:<br />

EM PRIMEIRO LUGAR, ATRIBUEM-SE PONTOS A CADA SUBFACTOR TENDO POR<br />

BASE O PERFIL DO POSTO DE TRABALHO (VER CAPÍTULO 6).<br />

EM SEGUNDO LUGAR, AGRUPAM-SE OS POSTOS DE TRABALHO EM CLASSES, NAS<br />

QUAIS SE CONSIDERA QUE TODOS OS POSTOS TÊM O MESMO VALOR.<br />

76<br />

<br />

e 5 a outros.


Cálculo <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> pontos atribuí<strong>dos</strong> a ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

do nível que lhe foi atribuído por ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> subfactores. Suponhamos que, a partir <strong>da</strong> análise<br />

<strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong> do questionário (ver Capítulo 6), a comissão atribuiu os seguintes níveis aos diversos<br />

subfactores que caracterizam a função <strong>de</strong> secretária:<br />

<br />

Factores e subfactores<br />

Competências<br />

<br />

Aptidões físicas<br />

Comunicação<br />

Esforços<br />

Esforço emocional<br />

Esforço mental<br />

Esforço físico<br />

Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Por pessoas<br />

Por produtos<br />

Financeira<br />

Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Ambiente físico<br />

Ambiente psicológico<br />

Níveis atribuí<strong>dos</strong> pela comissão<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Observando a grelha <strong>de</strong> repartição <strong>dos</strong> pontos apresenta<strong>da</strong> acima (Quadro 7.5), é possível estabelecer<br />

a correspondência entre os níveis e os pontos. Constata-se <strong>de</strong>ste modo que a função <strong>de</strong><br />

secretária, na organização estu<strong>da</strong><strong>da</strong>, obtém 342 pontos.<br />

Titre Elaboração A Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre <strong>da</strong> do grelha do valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Quadro 7.7. Determinação <strong>dos</strong> pontos atribuí<strong>dos</strong> à função <strong>de</strong> secretária<br />

Conh.<br />

prof.<br />

Competências Esforços Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

Comp.<br />

fís.<br />

Comun. Emoc. Mental Fís. Por<br />

pess.<br />

Por<br />

prod.<br />

Os números em itálico e a cheio indicam os pontos atribuí<strong>dos</strong> à função <strong>de</strong> secretária.<br />

Condições<br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Finan. Fís. Psicol.<br />

24 20 20 12,5 16 15 24 24 16 12,5 12,5<br />

48 40 40 25 32 30 48 48 32 25 25<br />

72 60 60 37,5 48 45 72 72 48 37,5 37,5<br />

96 80 80 50 64 60 96 96 64 50 50<br />

N5 120 100 100 80 120 120 150<br />

Proce<strong>de</strong>ndo <strong>da</strong> mesma forma para ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>, <strong>de</strong>termina-se assim o respectivo<br />

valor.<br />

<br />

foram atribuí<strong>dos</strong> e <strong>de</strong>terminar os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina <strong>de</strong> igual valor.<br />

77


Agrupamento <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> em intervalos <strong>de</strong> pontos<br />

-<br />

<br />

<br />

<br />

É muito provável que, na maior parte do tempo, existam diferenças <strong>de</strong> alguns pontos<br />

entre um posto <strong>de</strong> predominância feminina e o posto <strong>de</strong> predominância masculina<br />

mais próximo. A avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> não é uma ciência exacta e um<br />

<br />

sejam equivalentes.<br />

<br />

pontuação relativamente <strong>sem</strong>elhante, permite criar classes salariais e, <strong>de</strong>sta forma,<br />

<br />

Amplitu<strong>de</strong> <strong>dos</strong> intervalos<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> amplitu<strong>de</strong> é uma questão que a comissão <strong>de</strong>ve analisar tendo em conta os<br />

benefícios e os inconvenientes <strong>de</strong> diferentes hipóteses. Po<strong>de</strong>-se <strong>de</strong>cidir atribuir 30, 50 ou 70 pontos<br />

por intervalo em função do número total <strong>de</strong> pontos do método e do número <strong>de</strong> classes salariais que<br />

se preten<strong>de</strong> ter posteriormente:<br />

<br />

Uma amplitu<strong>de</strong> <strong>de</strong> pontos <strong>de</strong>masiado reduzi<strong>da</strong> po<strong>de</strong>, posteriormente, criar diferenças<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Em alguns casos, po<strong>de</strong>m surgir , que reúnem um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e po<strong>de</strong>m orientar a escolha <strong>da</strong> comissão quanto à amplitu<strong>de</strong> <strong>da</strong>s classes.<br />

Suponhamos que, num método que conta com um máximo <strong>de</strong> 1000 pontos, se <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> ter 8 classes<br />

que correspon<strong>de</strong>m aproxima<strong>da</strong>mente a intervalos <strong>de</strong> 65 pontos. Deste modo, obter-se-ia:<br />

Quadro 7.8. Exemplo <strong>da</strong> progressão <strong>de</strong> intervalos<br />

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4 Grupo 5 Grupo 6 Grupo 7 Grupo 8<br />

200-299 300-399 400-499 500-599 600-699 700-799 800-899 900-1000<br />

<br />

um <strong>de</strong> predominância masculina tem 240 pontos, estes <strong>postos</strong> serão consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> equivalentes. Se<br />

existir uma diferença salarial em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> um ou outro <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

relativamente ao elemento masculino <strong>de</strong> comparação, será então necessário corrigi-la.<br />

78


Ausência <strong>de</strong> discriminação na <strong>de</strong>terminação <strong>dos</strong> intervalos<br />

Deve ser observado um <strong>de</strong>terminado número <strong>de</strong> regras no sentido <strong>de</strong> evitar que o agrupamento por<br />

intervalos não tenha um impacto discriminatório.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

É preferível que as diferenças entre intervalos sejam estabeleci<strong>da</strong>s em<br />

número absoluto e não em percentagem<br />

aumenta as diferenças entre <strong>postos</strong> nas duas extremi<strong>da</strong><strong>de</strong>s <strong>da</strong> escala <strong>de</strong> valor e corre o<br />

risco <strong>de</strong> colocar em <strong>de</strong>svantagem os <strong>postos</strong> femininos que se situam muitas vezes nos<br />

intervalos mais baixos.<br />

É preciso evitar que os <strong>postos</strong> femininos não se encontrem sistematicamente<br />

coloca<strong>dos</strong> junto do limite superior do intervalo<br />

<br />

É preciso evitar que os <strong>postos</strong> femininos com eleva<strong>dos</strong> efectivos não se<br />

encontrem sistematicamente coloca<strong>dos</strong> junto do limite superior do intervalo.<br />

Com efeito, tendo por objectivo reduzir o impacto <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial sobre a massa<br />

salarial, os gestores po<strong>de</strong>riam ser tenta<strong>dos</strong> a colocar abaixo do limite superior os<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina com elevado número <strong>de</strong> efectivos. Uma tal prática é<br />

potencialmente discriminatória e <strong>de</strong>ve ser evita<strong>da</strong>.<br />

Finalmente, com a dupla preocupação <strong>da</strong> coerência e <strong>da</strong> não discriminação, é<br />

preciso evitar as sobreposições entre intervalos. Por exemplo:<br />

Grupo 3: 400-499 pontos.<br />

Grupo 4: 480-599 pontos.<br />

Titre Elaboração A Determinação <strong>de</strong>terminação chapitre <strong>da</strong> do grelha do valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

On<strong>de</strong> colocar um posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que obtenha 485 pontos?<br />

<br />

São inúmeros os benefícios que po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>correr <strong>de</strong>sta etapa, nomea<strong>da</strong>mente:<br />

<br />

privilegia po<strong>de</strong> revelar-se muito salutar para actualizar estas dimensões e comunicá-las com<br />

mais clareza ao conjunto <strong>dos</strong> trabalhadores e <strong>da</strong>s trabalhadoras.<br />

<br />

estabelecer.<br />

A <strong>de</strong>terminação <strong>de</strong> intervalos numa base coerente e não discriminatória racionaliza a gestão<br />

<strong>dos</strong> recursos humanos.<br />

A hierarquia <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> é estabeleci<strong>da</strong> segundo uma lógica coerente e não<br />

discriminatória, o que assegura um maior sentimento <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> na organização.<br />

As posteriores mu<strong>da</strong>nças tecnológicas ou organizativas po<strong>de</strong>m ser analisa<strong>da</strong>s e integra<strong>da</strong>s a<br />

partir <strong>dos</strong> mesmos parâmetros, o que facilita a tarefa <strong>da</strong> gestão.<br />

79


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Esta lógica está basea<strong>da</strong> em informações<br />

objectivas e actualiza<strong>da</strong>s?<br />

Esta lógica foi regista<strong>da</strong> por<br />

escrito <strong>de</strong> forma precisa?<br />

A grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração representa<br />

os valores <strong>da</strong> empresa?<br />

A grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração está a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong> aos<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> que <strong>de</strong>vem ser avalia<strong>dos</strong>?<br />

Os factores consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> mais importantes<br />

para a empresa têm mais peso?<br />

A pon<strong>de</strong>ração evita perpetuar, implícita ou<br />

explicitamente, a hierarquia existente na empresa?<br />

A pon<strong>de</strong>ração evita perpetuar,<br />

implícita ou explicitamente, a tabela<br />

salarial existente na empresa?<br />

Os subfactores consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como<br />

equivalentes têm o mesmo peso?<br />

Evitou-se atribuir sistematicamente um<br />

<br />

associa<strong>dos</strong> a um sexo do que ao outro?<br />

Evitou-se atribuir sistematicamente um<br />

peso reduzido aos subfactores mais<br />

associa<strong>dos</strong> a um sexo do que ao outro?<br />

80


Prestou-se atenção para que a progressão<br />

<strong>dos</strong> pontos <strong>de</strong> um nível para outro <strong>dos</strong><br />

subfactores não crie uma <strong>de</strong>svantagem níti<strong>da</strong><br />

para os <strong>postos</strong> mais baixos <strong>da</strong> escala?<br />

<br />

em pontos mais do que em percentagem?<br />

Evitou-se que os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina se posicionem <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>sproporciona<strong>da</strong> imediatamente abaixo<br />

do limite superior <strong>dos</strong> intervalos?<br />

Evitou-se que os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina com elevado número <strong>de</strong><br />

efectivos se posicionem <strong>de</strong> forma<br />

<strong>de</strong>sproporciona<strong>da</strong> imediatamente abaixo<br />

do limite superior <strong>dos</strong> intervalos?<br />

A Titre comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

Elaboração A Determinação <strong>de</strong>terminação <strong>da</strong> do grelha do valor <strong>de</strong> <strong>dos</strong> <strong>dos</strong> pon<strong>de</strong>ração <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

Evitaram-se sobreposições <strong>dos</strong> intervalos?<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário analisar as respectivas<br />

razões e, na ausência <strong>de</strong> uma explicação<br />

satisfatória, é preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

81


SUMÁRIO - CAPÍTULO 8<br />

82<br />

Objectivo e sequência<br />

O conteúdo <strong>da</strong> remuneração<br />

Comparações e ajustamentos salariais<br />

Diferenças <strong>de</strong> remuneração<br />

não discriminatórias<br />

Pagamento <strong>dos</strong> ajustamentos<br />

A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> interna<br />

Vantagens<br />

Lista <strong>de</strong> controlo<br />

83<br />

84<br />

87<br />

88<br />

89<br />

89<br />

89<br />

89


CAPÍTULO<br />

8<br />

Estimativa <strong>da</strong>s<br />

diferenças salariais<br />

entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

do mesmo valor e pagamento<br />

<strong>dos</strong> ajustamentos<br />

<br />

<br />

Esta etapa tem por objectivo nivelar a remuneração entre <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> igual valor e constitui, <strong>de</strong>ste modo, o culminar<br />

<strong>de</strong> to<strong>da</strong> a iniciativa <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> até este ponto. Quando<br />

uma enti<strong>da</strong><strong>de</strong> empregadora constata diferenças discriminatórias<br />

em <strong>de</strong>trimento <strong>de</strong> alguns <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina,<br />

é necessário que as corrija para to<strong>dos</strong> os trabalhadores<br />

e trabalhadoras, quer estejam a tempo completo ou parcial,<br />

numa situação <strong>de</strong> contrato <strong>sem</strong> termo ou a termo, ou sejam<br />

eventuais. Apesar <strong>de</strong> fun<strong>da</strong>mental, esta etapa é a menos bem<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong> nos guias e nas compilações <strong>de</strong> indicações práticas<br />

relativas à promoção <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial 23 .<br />

Determinação do salário base <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar<br />

Titre Contexto Estimativa <strong>de</strong> chapitre e <strong>da</strong>s objectivos diferenças do salariais guia entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo valor<br />

Determinação <strong>da</strong> remuneração variável<br />

<br />

Determinação <strong>dos</strong> benefícios pecuniárias<br />

<br />

Estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais<br />

Harmonização <strong>da</strong>s estruturas salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> valor igual<br />

Pagamento <strong>dos</strong> ajustamentos salariais<br />

23 Para mais pormenores ver Chicha (2006).<br />

83


A igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial visa a remuneração num sentido global: salário, remuneração variável e<br />

benefícios sociais. Com efeito, a remuneração constitui a contraparti<strong>da</strong> <strong>da</strong> prestação <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

e por outro lado, os estu<strong>dos</strong> mostram que são estas três componentes que po<strong>de</strong>m ser afecta<strong>da</strong>s<br />

pela discriminação.<br />

O salário base<br />

<br />

<br />

o caso <strong>da</strong>s taxas salariais únicas para algumas funções; po<strong>de</strong> também basear-se numa escala,<br />

sendo a passagem <strong>de</strong> um escalão para outro <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> pela antigui<strong>da</strong><strong>de</strong> ou por outros critérios.<br />

Quando existe uma escala, é preferível utilizar a taxa máxima normal para as comparações entre<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo valor. Com efeito, é esta taxa que representa a contribuição do posto<br />

para a organização. Em alguns casos, para além do máximo normal, são acrescenta<strong>dos</strong> alguns es-<br />

<br />

<br />

<br />

O máximo normal situa-se ao mesmo nível para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina e para os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

<br />

<br />

Os critérios <strong>de</strong> atribuição <strong>de</strong>stes prémios são os mesmos para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina e para os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

<br />

uma dimensão suplementar que <strong>de</strong>ve ser analisa<strong>da</strong>: estes prémios são acessíveis<br />

tanto aos t <br />

completo?<br />

A comparação <strong>dos</strong> salários exige uma normalização <strong>da</strong> uni<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> medi<strong>da</strong>: salário horário, <strong>sem</strong>anal,<br />

mensal.<br />

84


A remuneração variável<br />

A remuneração variável, ca<strong>da</strong> vez mais pratica<strong>da</strong>, resulta <strong>de</strong> tomar em consi<strong>de</strong>ração uma prestação<br />

individual, <strong>de</strong> equipa ou <strong>de</strong> empresa. Po<strong>de</strong> assumir várias formas, tais como:<br />

<br />

<br />

<br />

Remuneração basea<strong>da</strong> nas competências, que consiste em <strong>de</strong>terminar a remuneração em<br />

<br />

<br />

sucursal, loja), em razão <strong>de</strong> um rendimento superior, recebe um prémio que será dividido entre<br />

os seus membros.<br />

Participação nos lucros: trata-se do caso em que uma parte <strong>dos</strong> lucros do conjunto <strong>da</strong><br />

organização, ou <strong>de</strong> uma <strong>da</strong>s suas uni<strong>da</strong><strong>de</strong>s, é dividi<strong>da</strong> entre os trabalhadores e as trabalhadoras.<br />

É essencial que ca<strong>da</strong> um <strong>dos</strong> elementos <strong>da</strong> remuneração variável seja analisado <strong>de</strong> forma a <strong>de</strong>terminar<br />

se é atribuído <strong>de</strong> forma discriminatória. Devem ser coloca<strong>da</strong>s as seguintes questões:<br />

<br />

<br />

A remuneração variável é pratica<strong>da</strong> tanto para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

como para os <strong>de</strong> predominância masculina <strong>de</strong> valor igual?<br />

Os montantes pagos são iguais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina <strong>de</strong> valor igual?<br />

Se a resposta a uma <strong>de</strong>stas questões for negativa, será necessário corrigir as diferenças e procurar<br />

suprimir as causas possíveis, por exemplo:<br />

<br />

<br />

<br />

Os objectivos não são tão facilmente atingíveis para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina<br />

como para os <strong>de</strong> predominância masculina.<br />

O tipo <strong>de</strong> remuneração variável analisado está acessível apenas às pessoas efectivas a tempo<br />

<br />

as a prazo ou eventuais, categorias nas quais as mulheres estão <strong>de</strong>sproporciona<strong>da</strong>mente<br />

sobrerepresenta<strong>da</strong>s.<br />

Os critérios <strong>de</strong> atribuição correspon<strong>de</strong>m sobretudo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s a <strong>postos</strong><br />

<br />

as quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s associa<strong>da</strong>s a <strong>postos</strong> femininos (cooperação, consultoria, quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s relacionais).<br />

Esta análise conferirá uma maior coerência ao sistema remuneratório e po<strong>de</strong>rá assegurar a sua<br />

transparência.<br />

Titre Estimativa <strong>de</strong> chapitre <strong>da</strong>s diferenças salariais entre entre <strong>postos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo do mesmo valor<br />

<br />

<br />

Po<strong>de</strong>r-se-á calcular um valor médio ao longo <strong>de</strong> um período <strong>de</strong> três a cinco anos, em função <strong>da</strong><br />

avaliação <strong>da</strong> conjuntura.<br />

Se ocorrerem diferenças ao nível <strong>da</strong> remuneração variável entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo<br />

valor, o empregador <strong>de</strong>verá suprimi-las ou igualando a parte variável <strong>da</strong> remuneração, ou pagando<br />

uma importância contratual compensatória aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina.<br />

85


Os benefícios <strong>de</strong> valor monetário<br />

<br />

totali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou em parte, pela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal, tais como:<br />

<br />

<br />

<br />

as folgas e os perío<strong>dos</strong> remunera<strong>dos</strong>: férias, dias feria<strong>dos</strong>, licenças parentais, sociais, <strong>de</strong><br />

doença, pausas e refeições 24 .<br />

Os regimes <strong>de</strong> reforma e <strong>de</strong> protecção social (doença, invali<strong>de</strong>z).<br />

Os benefícios extra salariais: viatura <strong>de</strong> serviço, estacionamento, pagamento <strong>de</strong> quotizações<br />

<br />

uniformes (salvo se forem exigi<strong>dos</strong> pela natureza <strong>da</strong>s tarefas).<br />

<br />

<br />

<br />

são igualmente acessíveis aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e aos <strong>de</strong><br />

predominância masculina do mesmo valor;<br />

os montantes recebi<strong>dos</strong> são, em média, equivalentes para <strong>postos</strong> do mesmo<br />

valor.<br />

<br />

telemóvel, são facilmente mensuráveis em função do custo imediato suportado pela<br />

enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal.<br />

As licenças, férias e outros subsídios <strong>de</strong> carácter temporal serão calcula<strong>dos</strong> em<br />

número <strong>de</strong> dias.<br />

Os regimes <strong>de</strong> reforma ou <strong>de</strong> protecção social colocam o problema <strong>de</strong> saber<br />

se são os subsídios recebi<strong>dos</strong> pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras ou as<br />

quotizações pagas pela enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal que <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong>. Apesar <strong>da</strong>s<br />

suas limitações, esta última solução é preferível por questões <strong>de</strong> exequibili<strong>da</strong><strong>de</strong> e<br />

<br />

Se existe uma diferença ao nível <strong>dos</strong> subsídios sociais, a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> empregadora <strong>de</strong>verá corrigi-la<br />

<strong>de</strong> acordo com as mo<strong>da</strong>li<strong>da</strong><strong>de</strong>s mais a<strong>de</strong>qua<strong>da</strong>s: pagamento em dinheiro <strong>de</strong> um montante equivalente<br />

ou atribuição igual <strong>de</strong> subsídios aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e ao <strong>de</strong> predominância<br />

masculina.<br />

86<br />

24 A licença por materni<strong>da</strong><strong>de</strong> não está incluí<strong>da</strong> nestes subsídios, uma vez que dá resposta a uma exigência <strong>de</strong> não discriminação.


Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> ajustamento<br />

Uma vez <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> a remuneração global para os <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e para<br />

os <strong>de</strong> predominância masculina, será possível estimar as diferenças entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do<br />

mesmo valor. Isto po<strong>de</strong> fazer-se:<br />

<br />

<br />

comparando individualmente o salário <strong>de</strong> um posto <strong>de</strong> predominância feminina com o salário<br />

<strong>de</strong> um posto <strong>de</strong> predominância masculina do mesmo valor; este método é o mais simples <strong>de</strong><br />

utilizar quando o número <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a comparar é pouco elevado e, por conseguinte,<br />

a<strong>da</strong>pta-se especialmente às pequenas empresas;<br />

comparando globalmente os salários <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina à direita <strong>da</strong><br />

<br />

Um aspecto fun<strong>da</strong>mental <strong>de</strong>ve ser aqui sublinhado: a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial obtém-se colocando<br />

os salários <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina ao nível <strong>dos</strong> salários <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina do mesmo valor e não ao contrário, isto é, baixando os salários<br />

<strong>de</strong>stes últimos.<br />

Estruturas salariais<br />

Uma vez calcula<strong>da</strong>s as diferenças, a questão <strong>da</strong>s estruturas salariais coloca-se nomea<strong>da</strong>mente<br />

nos casos em que existem tabelas salariais. Frequentemente, observa-se que as tabelas <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina comportam mais escalões que as <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina do mesmo valor; <strong>da</strong>qui resulta que é necessário muito mais tempo para atingir a mesma<br />

taxa <strong>de</strong> salário máximo para os titulares <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina. Assim, a igual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

alcança<strong>da</strong> será apenas teórica para as inúmeras mulheres que se encontram abaixo do escalão<br />

máximo. A situação <strong>de</strong> <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> é ain<strong>da</strong> mais grave no caso em que o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> masculino<br />

é <strong>de</strong> taxa única e o feminino está submetido a escalões.<br />

Por conseguinte, quando se estabelece a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial é necessário uniformizar as<br />

estruturas salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> femininos e masculinos <strong>de</strong> igual valor. Estes<br />

<strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>dos</strong> como fazendo parte integrante <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

Titre Estimativa <strong>de</strong> chapitre <strong>da</strong>s diferenças salariais entre entre <strong>postos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo do mesmo valor<br />

87


As diferenças <strong>de</strong> remuneração observa<strong>da</strong>s po<strong>de</strong>m ser causa<strong>da</strong>s, na totali<strong>da</strong><strong>de</strong> ou em parte, por<br />

<br />

ou <strong>de</strong> mercado.<br />

<br />

Alguns <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> po<strong>de</strong>m estar sujeitos, num <strong>de</strong>terminado momento, a escassez <strong>de</strong> mão<strong>de</strong>-obra;<br />

as empresas têm então aumentar substancialmente os salários para atrair pessoas já<br />

-<br />

<br />

como discriminatório. Uma solução possível seria não incluir o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> sujeito à escassez<br />

nas comparações salariais.<br />

Cabe notar, to<strong>da</strong>via, que estas situações <strong>de</strong> escassez raramente são duradouras. Se o prémio tiver<br />

sido atribuído há cinco anos e, no momento <strong>de</strong> executar o exercício relativo à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, a<br />

<br />

Congelamento <strong>dos</strong> salários<br />

<br />

uma reorganização do <strong>trabalho</strong> ou <strong>de</strong> uma mu<strong>da</strong>nça tecnológica, a taxa salarial máxima <strong>de</strong> alguns<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> diminui. Os trabalhadores que tenham alcançado a anterior taxa máxima não<br />

sofrem qualquer diminuição mas o seu salário é temporariamente congelado. Quando se efectuam<br />

comparações tendo em vista a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, estas fazem-se com a nova taxa.<br />

É importante que este congelamento salarial esteja limitado a um reduzido número <strong>de</strong><br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e que tenha sido <strong>de</strong>cidido muito antes <strong>de</strong> posta em marcha a iniciativa<br />

relativa à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial. De outro modo, po<strong>de</strong>r-se-ia eventualmente pensar que esta<br />

prática tivesse sido dita<strong>da</strong> implicitamente pela vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> limitar os acertos salariais e po<strong>de</strong>ria ser<br />

consi-<strong>de</strong>ra<strong>da</strong> como discriminatória.<br />

Subsídio por distância ou custo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong><br />

Em alguns casos, os trabalhadores ou as trabalhadoras em serviço no estrangeiro ou em regiões<br />

longínquas recebem um subsídio por distância ou um subsídio que lhes permite colmatar a diferença<br />

do custo <strong>de</strong> vi<strong>da</strong>, ou ambos. Estes subsídios não serão incluí<strong>dos</strong> nas comparações<br />

salariais, na condição <strong>de</strong> não serem atribuí<strong>dos</strong> <strong>de</strong> forma discriminatória.<br />

88


Ajustamentos<br />

progressivos<br />

possíveis<br />

<br />

As diferenças <strong>de</strong> remuneração discriminatórias que tenham sido constata<strong>da</strong>s entre <strong>postos</strong><br />

<br />

salário <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina uma <strong>de</strong>termina<strong>da</strong> percentagem no sentido<br />

<strong>de</strong> os aproximar do salário <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina. Enquanto subsistir<br />

uma diferença, não se po<strong>de</strong> dizer que a discriminação salarial tenha sido elimina<strong>da</strong>.<br />

Em contraparti<strong>da</strong>, se as somas a pagar forem eleva<strong>da</strong>s, os salários po<strong>de</strong>rão ser gradualmente<br />

<br />

permitir à enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal atenuar o impacto do aumento <strong>da</strong> massa salarial.<br />

<br />

As diligências relativas à igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial resultam numa revisão profun<strong>da</strong> <strong>da</strong>s práticas salariais<br />

e <strong>da</strong> estrutura <strong>de</strong> remuneração, e em acertos consequentes <strong>dos</strong> salários <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina. Ao fazê-lo, a iniciativa revela, igualmente, que alguns <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

masculina recebem uma remuneração inferior ou, pelo contrário, superior relativamente ao seu<br />

<br />

proce<strong>de</strong>m ao ajustamento <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância masculina e <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> mistos. Uma vez<br />

acerta<strong>dos</strong> os salários <strong>de</strong> acordo com o respectivo valor, consi<strong>de</strong>ra-se que a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> interna foi<br />

instituí<strong>da</strong> na empresa.<br />

Esta iniciativa po<strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobrar-se no tempo, modulando <strong>de</strong> forma diferente os aumentos anuais<br />

<strong>de</strong> salários conforme o posto <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> esteja remunerado por excesso ou por <strong>de</strong>feito; a taxa <strong>de</strong><br />

aumento salarial será inferior à média para os primeiros e superior para os segun<strong>dos</strong>, até to<strong>dos</strong> se<br />

encontrarem na classe salarial correspon<strong>de</strong>nte ao seu valor.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Um benefício importante que a empresa po<strong>de</strong> retirar <strong>de</strong>sta etapa é a obtenção <strong>de</strong> um<br />

sistema <strong>de</strong> remuneração coerente e a<strong>da</strong>ptado às suas necessi<strong>da</strong><strong>de</strong>s. Este benefício foi<br />

unanimemente sublinhado pelos empregadores que instituem a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial na respectiva<br />

empresa.<br />

Um outro impacto positivo para a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal é o aumento <strong>da</strong> atractivi<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>da</strong><br />

empresa, o que lhe conferirá uma vantagem comparativa em matéria <strong>de</strong> recrutamento.<br />

Finalmente, a enti<strong>da</strong><strong>de</strong> patronal que adopte esta iniciativa <strong>de</strong> forma rigorosa e evitando<br />

o enviesamento <strong>de</strong> género estará, <strong>de</strong> uma forma geral, ao abrigo <strong>de</strong> acções judiciais<br />

interpostas por discriminação salarial, que po<strong>de</strong>rão revelar-se muito dispendiosas.<br />

Titre Estimativa <strong>de</strong> chapitre <strong>da</strong>s diferenças salariais entre entre <strong>postos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo do mesmo valor<br />

89


Lista <strong>de</strong><br />

controlo<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

O máximo habitual <strong>da</strong>s tabelas salariais<br />

situa-se a mesmo nível para os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina e para os<br />

<strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Os critérios para obter os prémios <strong>de</strong><br />

produtivi<strong>da</strong><strong>de</strong> são os mesmos para os<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina e para<br />

os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

Os prémios são acessíveis tantos para<br />

os empregos a tempo parcial como para<br />

os empregos a tempo completo?<br />

A remuneração variável é acessível tanto aos<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância feminina como aos<br />

<strong>de</strong> predominância masculina <strong>de</strong> valor igual?<br />

Os montantes pagos a título <strong>de</strong> remuneração<br />

variável são iguais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância feminina e <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

predominância masculina <strong>de</strong> valor igual?<br />

Os objectivos cuja concretização<br />

<strong>de</strong>termina a remuneração variável são tão<br />

igualmente alcançáveis para os <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância feminina como para<br />

os <strong>de</strong> predominância masculina?<br />

O tipo <strong>de</strong> remuneração variável analisa<strong>da</strong><br />

<br />

<br />

se encontram a tempo parcial? Quer a<br />

permanentes quer a temporários?<br />

90


Procurou-se que os critérios <strong>de</strong> atribuição<br />

não correspon<strong>da</strong>m sobretudo a quali<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

associa<strong>da</strong>s a <strong>postos</strong> masculinos?<br />

Os subsídios monetários são acessíveis<br />

tanto aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

feminina como aos <strong>de</strong> predominância<br />

masculina <strong>de</strong> valor igual?<br />

Os montantes recebi<strong>dos</strong> são, em<br />

média, equivalentes para <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo valor?<br />

Evitou-se reduzir os salários <strong>dos</strong> <strong>postos</strong><br />

<strong>de</strong> predominância masculina para<br />

concretizar a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial?<br />

Uniformizaram-se as estruturas salariais<br />

entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> femininos<br />

e masculinos <strong>de</strong> valor igual?<br />

As diferenças <strong>de</strong> remuneração discriminatórias<br />

observa<strong>da</strong>s entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> valor igual<br />

foram completamente suprimi<strong>da</strong>s?<br />

A Titre comissão <strong>de</strong> chapitre para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

Estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais entre entre <strong>postos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo do mesmo valor<br />

Se uma <strong>de</strong>stas questões tiver resposta negativa,<br />

será necessário analisar as respectivas<br />

razões e, na ausência <strong>de</strong> uma explicação satisfatória,<br />

é preferível alterar a <strong>de</strong>cisão.<br />

91


BIBLIOGRAFIA<br />

As publicações abaixo constituíram fontes <strong>de</strong> informação úteis para uma ou mais partes do Guia. Um<br />

gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong>las encontra-se disponível nos sítios indica<strong>dos</strong>.<br />

An<strong>de</strong>rsson, Eva R. and Anita Harriman, 1999. Right Pay the Right Way<br />

<br />

Mémoire au Groupe <strong>de</strong> travail sur l’équité salariale.<br />

<br />

Submission to the Pay Equity Task Force<br />

<br />

Bureau International du Travail. 1984. L’évaluation <strong>de</strong>s emplois. Genève.<br />

Canadian Human Rights Commission. Gui<strong>de</strong> to Pay Equity and Job Evaluation: A Summary of Experience and<br />

Lessons Learned.. Sem <strong>da</strong>ta.<br />

Commission canadienne <strong>de</strong>s droits <strong>de</strong> la personne. Gui<strong>de</strong> sur la parité salariale et l’évaluation <strong>de</strong>s emplois. Principes<br />

directeurs et aspects pratiques Sem <strong>da</strong>ta.<br />

Chicha, Marie-Thérèse. 2006. Analyse comparative <strong>de</strong> la mise en œuvre <strong>de</strong> l’égalité <strong>de</strong> rémunération: modèles et<br />

impacts. Bureau international du Travail. Genève. Chicha, Marie-Thérèse. 2006. A comparative Analysis of Promot-<br />

<br />

Chicha, Marie-Thérèse. 2000. L’équité salariale. Mise en œuvre et enjeux. Ed. Yvon Blais. Montréal.<br />

Commission <strong>de</strong> l’équité salariale du Québec (CESQ).2003. Gui<strong>de</strong> pour réaliser l’équité salariale <strong>da</strong>ns les entreprises<br />

<strong>de</strong> 10 à 49 personnes salariées. Québec. <br />

Commission <strong>de</strong> l’équité salariale <strong>de</strong> l’Ontario (1993). L’équité salariale étape par étape: Gui<strong>de</strong> à l’intention <strong>de</strong>s<br />

petites entreprises. Volume 2. Toronto.<br />

Pay Equity Commission of Ontario. Step by Step to Pay Equity. A Gui<strong>de</strong> to Small Business. Volume 2. <br />

<br />

Commission européenne.1996. Co<strong>de</strong> <strong>de</strong> conduite concernant l’application <strong>de</strong> l’égalité <strong>de</strong> rémunération entre les<br />

femmes et les hommes pour un travail <strong>de</strong> valeur égale. Luxembourg.<br />

European Commission.1996. Co<strong>de</strong> of practice on the implementation of Equal Pay for Work of Equal Value for men<br />

and women. Luxembourg.<br />

Confédération <strong>de</strong>s syndicats nationaux. Documentos vários sobre a avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e a igual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

salarial.<br />

Equal Opportunities Commission. 2003. Co<strong>de</strong> of practice on equal pay. EOC. London. <br />

92


Equal Opportunities Commission. 2004. Equal Pay, Fair Pay. A Small Business Gui<strong>de</strong> to Effective Pay Practices.<br />

EOC.<br />

Equal Opportunities Commission. Equal Pay Review Kit - Gui<strong>da</strong>nce Notes. EOC. London.Acedido<br />

a 27 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2006.<br />

Equal Opportunities Commission. Good Practice Gui<strong>de</strong>- Job evaluation Schemes Free of Sex Bias. EOC. London.<br />

Acedido a 31 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong> 2005.<br />

Green, Daina Z. 2006. Reducing the gen<strong>de</strong>r wage gap: A practical gui<strong>de</strong> for public sector unions. Public Services<br />

International.<br />

Harriman, Anita and Carin Holm. 2001. Steps to Pay Equity. An easy and quick method for the evaluation of work<br />

<strong>de</strong>mands. JämO. Stockholm. <br />

Hastings, Sue. 2002. Developing a less discriminatory job evaluation scheme using the NJC as a case study. In<br />

Mo<strong>de</strong>ls and Initiatives on Equal Pay. International Conference on Equal Pay. Fe<strong>de</strong>ral Ministry for Family Affairs,<br />

Senior Citizens, Women and Youth. Berlin.18-20. <br />

Holm, Carin and Anita Harriman. 2002. Steps to Equal Pay in Swe<strong>de</strong>n. In Mo<strong>de</strong>ls and Initiatives on Equal Pay.<br />

International Conference on Equal Pay. Fe<strong>de</strong>ral Ministry for Family Affairs, Senior Citizens, Women and Youth.<br />

Berlin. 38-39 <br />

Holm, Carin and Ulrika Sjöback. A gen<strong>de</strong>r wage survey. The Vastra Götaland County Administrative Board. European<br />

Project on Equal Pay. <br />

Human Rights and Equal Opportunity Commission (1998). The Equal Pay Handbook. Commonwealth of Australia.<br />

<br />

International Labour Organisation. 1986. Equal remuneration. General Survey by the Committee of Experts on the<br />

Application of Conventions and Recommen<strong>da</strong>tions. Geneva.<br />

Instituto <strong>de</strong> la Mujer. ISOS wage differences between women and men and job evaluation. Documentos vários <strong>de</strong><br />

referência. Sem <strong>da</strong>ta. <br />

Instituto <strong>de</strong> la Mujer 2001. Good practice gui<strong>de</strong> to guarantee equal pay. Instituto <strong>de</strong> la Mujer, Ministerio <strong>de</strong> Trabajo<br />

y Asuntos Sociales, Madrid.<br />

Titre Bibliografia <strong>de</strong> chapitre<br />

Estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo<br />

Instituto <strong>de</strong> la mujer. 2001. Gui<strong>de</strong> <strong>de</strong> bonnes pratiques pour garantir l’égalité <strong>de</strong> rétribution. Ministerio <strong>de</strong> Trabajo y<br />

Asuntos Sociales. Madrid.<br />

Instituto <strong>de</strong> la Mujer 2003. ISOS wage differences between women and men and job evaluation. Documentos<br />

vários <strong>de</strong> referência. <br />

Irish Congress of Tra<strong>de</strong> Unions. Negotiating for Equality – Gen<strong>de</strong>r and Pay Toolkit. <br />

JamO. 2003a. European project on equal pay. Stockholm. <br />

JamO. 2005. Survey, Analysis and Action Plan for Equal Pay. Stockholm.<br />

Katz, Christian et Christof Baitsch 1996. L’égalité <strong>de</strong>s salaires en pratique. Bureau fédéral <strong>de</strong> l’égalité entre femmes<br />

et hommes. Georg éditeur. Genève.<br />

93


Documents <strong>de</strong> référence sur l’évaluation<br />

-<br />

<br />

Pay Equity Bureau. Job Analysis<br />

Public Services International. Pay Equity Now. Pay Equity Resource Package. <br />

Rantanen, Lea and Aitta, Ulla. 2002. Job evaluation – Good practises from the Finnish Working Life. In Mo<strong>de</strong>ls and<br />

Initiatives on Equal Pay. International Conference on Equal Pay. Fe<strong>de</strong>ral Ministry for family Affairs, senior Citizens,<br />

Women and Youth. Berlin. 32-33 <br />

Syndicat canadien <strong>de</strong> la fonction publique. Documentos vários sobre a avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> e a igual<strong>da</strong><strong>de</strong><br />

salarial. e <br />

Simon earns more than Simone Mo<strong>de</strong>ls and Initiatives on Equal Pay. International<br />

Conference on Equal Pay. Fe<strong>de</strong>ral Ministry for Family Affairs, Senior Citizens, Women and Youth. Berlin. 14-16<br />

Van Hoogstraten, L and A. van Emb<strong>de</strong>n. 2002. Checklist Equal Pay. In Mo<strong>de</strong>ls and Initiatives on Equal Pay. International<br />

Conference on Equal Pay. Fe<strong>de</strong>ral Ministry for Family Affairs, Senior Citizens, Women and Youth. Berlin.<br />

35-36 <br />

94


ÍNDICE DOS<br />

QUADROS<br />

CAPÍTULO 1: Contexto e objectivos do guia<br />

Quadro 1.1<br />

Síntese <strong>da</strong>s vantagens <strong>da</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

CAPÍTULO 4: Méto<strong>dos</strong> <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Quadro 4.1<br />

Quadro 4.2<br />

Quadro 4.3<br />

Quadro 4.4<br />

Quadro 4.5<br />

<br />

Factor Competências: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Factor Esforços: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Factor Responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Factor Condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>: Selecção e exemplos <strong>de</strong> subfactores <strong>sem</strong> enviesamento<br />

<strong>de</strong> género<br />

Exemplos <strong>de</strong> níveis <strong>dos</strong> subfactores<br />

<br />

CAPÍTULO 5: Recolha <strong>de</strong> informações relativas aos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> a avaliar<br />

Quadro 5.1<br />

Quadro 5.2<br />

Quadro 5.3<br />

Quadro 5.4<br />

Quadro 5.5<br />

Quadro 5.6<br />

Quadro 5.7<br />

Parte explicativa do questionário<br />

Exemplo simples para pequenas empresas<br />

Exemplo mais <strong>de</strong>talhado para gran<strong>de</strong>s empresas<br />

Exemplo <strong>de</strong> questões fecha<strong>da</strong>s a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s a uma gran<strong>de</strong> empresa<br />

Exemplo elaborado para pequenas ou médias empresa sob a forma <strong>de</strong> questões <strong>sem</strong>iabertas<br />

Elementos <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> femininos frequentemente esqueci<strong>dos</strong><br />

Exemplo <strong>de</strong> verbos <strong>de</strong> acção<br />

4<br />

<br />

<br />

33<br />

35<br />

36<br />

36<br />

44<br />

45<br />

45<br />

46<br />

47<br />

49<br />

<br />

Titre Índice <strong>de</strong> <strong>dos</strong> chapitre quadros<br />

Estimativa <strong>da</strong>s diferenças salariais entre <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> do mesmo<br />

CAPÍTULO 6. Análise <strong>dos</strong> resulta<strong>dos</strong><br />

<br />

Quadro 6.2<br />

<br />

<br />

<br />

Descrição <strong>da</strong>s tarefas<br />

<br />

<br />

58<br />

59<br />

<br />

64<br />

95


CAPÍTULO 7: Determinação do valor <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

Quadro 7.1<br />

Quadro 7.2<br />

Quadro 7.3<br />

<br />

Quadro 7.5<br />

<br />

Quadro 7.7<br />

Quadro 7.8<br />

Exemplo <strong>de</strong> uma grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Exemplo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração discriminatória<br />

Exemplo <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração não discriminatória<br />

<br />

Grelha <strong>de</strong> repartição <strong>dos</strong> pontos para to<strong>dos</strong> os subfactores e to<strong>dos</strong> os níveis<br />

<br />

Determinação <strong>dos</strong> pontos atribuí<strong>dos</strong> à função <strong>de</strong> secretária<br />

Exemplo <strong>da</strong> progressão por intervalos<br />

<br />

73<br />

74<br />

75<br />

76<br />

77<br />

77<br />

78<br />

96


LÉXICO<br />

Léxico<br />

Enviesamento <strong>de</strong> género<br />

Factores<br />

Grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração<br />

Igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

Método <strong>de</strong> avaliação <strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<br />

<strong>trabalho</strong> em função do sexo. Po<strong>de</strong> manifestar-se em qualquer<br />

etapa do programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

critérios que permitem levar em consi<strong>de</strong>ração as exigências<br />

<strong>dos</strong> diversos <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> uma organização.<br />

Em matéria <strong>de</strong> igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial, os quatro factores são<br />

<br />

<strong>de</strong>vi<strong>da</strong>mente as funções são: competências, esforços,<br />

responsabili<strong>da</strong><strong>de</strong>s e condições <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong>.<br />

a pon<strong>de</strong>ração <strong>dos</strong> factores <strong>de</strong> avaliação consiste em<br />

<strong>de</strong>terminar a respectiva importância relativa e em atribuir a<br />

ca<strong>da</strong> um <strong>de</strong>les um valor numérico. A grelha <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>ração,<br />

que exprime o peso atribuído a ca<strong>da</strong> factor e subfactor,<br />

representa uma <strong>da</strong>s dimensões mais importantes no<br />

instrumento <strong>de</strong> medi<strong>da</strong> que constitui um sistema <strong>de</strong> avaliação.<br />

aplicação do princípio <strong>de</strong> remuneração igual para um <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong> igual valor <strong>sem</strong> discriminação em razão do sexo.<br />

método que me<strong>de</strong>, com o auxílio <strong>de</strong> 4 factores, as características<br />

<strong>dos</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> uma empresa com o objectivo<br />

<strong>de</strong> estabelecer o seu valor relativo.<br />

Níveis<br />

Postos <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> <strong>de</strong> predominância<br />

Programa para a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial<br />

Subfactores<br />

a intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, a frequência, a duração ou outras dimensões<br />

<strong>de</strong> um subfactor são medi<strong>da</strong>s com recurso a uma escala<br />

composta por níveis. Os níveis permitem diferenciar os<br />

<strong>postos</strong> uns <strong>dos</strong> outros.<br />

<strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong> associa<strong>dos</strong> a um ou a outro sexo, em<br />

função <strong>de</strong> critérios quantitativos ou qualitativos.<br />

cançar<br />

a igual<strong>da</strong><strong>de</strong> salarial.<br />

ca<strong>da</strong> factor <strong>de</strong> um método <strong>de</strong> avaliação <strong>de</strong> <strong>postos</strong> <strong>de</strong> <strong>trabalho</strong><br />

<strong>de</strong>compõe-se geralmente em subfactores, para que se<br />

possam avaliar to<strong>da</strong>s as dimensões <strong>dos</strong> diversos <strong>postos</strong> <strong>de</strong><br />

uma empresa.<br />

97


Direitos <strong>de</strong> reprodução<br />

Capa (centro): Itália@OIT/Maillard J.<br />

<br />

<br />

Russa OIT/Crozet M.<br />

Pág. vi Japão @OIT/Maillard J.<br />

Pág. 6 Itália @OIT/Maillard J.<br />

Pág. 8 Argentina @OIT/Maillard J.<br />

<br />

<br />

<br />

<br />

Pág. 34 China @OIT/Crozet M.<br />

<br />

Pág. 44 Venezuela @ OIT/Maillard J.<br />

Pág. 56 Tailândia @OIT/FaliseT.<br />

<br />

Pág. 68 França @OIT/Crozet M.<br />

Pág. 76 Zimbabué @ OIT/Maillard J.<br />

<br />

<br />

Pág. 87 Vietname @Deloche P.<br />

Pág. 88 India @OIT/Crozet M.


PROGRAMA PARA A PROMOÇÃO DA DECLARAÇÃO RELATIVA<br />

<br />

Bureau Internacional do Trabalho<br />

4, route <strong>de</strong>s Morillons<br />

CH-1211 Genebra, 22<br />

Suiça<br />

Telefone: + 41 22 799 71 60<br />

Fax: + 41 22 799 65 61<br />

Correio electrónico: <strong>de</strong>claration@ilo.org<br />

www.ilo.org

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!