Pranchas 01-02 - IAB SP
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ÁREAS DE RISCO<br />
Habitação de Interesse Social em Áreas de Risco<br />
CONTEXTO<br />
A ocupação urbana em áreas adversas, como encostas de morros e superfícies inundáveis, ocorre,<br />
na maioria das vezes, de forma não planejada. Uma série de problemas é decorrente desse tipo de<br />
ocupação, dentre os quais: retirada indiscriminada de vegetação, movimentação de terra para cortes e<br />
aterros, alteração do regime natural de infiltração e escoamento de águas pluviais, poluição de<br />
vertentes e drenagens.<br />
Tendo em vista discutir acerca do tema e buscar soluções para esses problemas, além de<br />
desenvolver uma implantação adequada para uma parcela urbana localizada em superfície adversa, foi<br />
planejado o reassentamento de 133 famílias residentes em áreas de risco do Sertão da Sesmaria, no<br />
município de Ubatuba, São Paulo. Para isso, em primeiro momento, implantamos 15 blocos<br />
residenciais multifamiliares na região, além de equipamentos de apoio aos moradores – áreas de lazer,<br />
comércio e serviços – e a reorganização da malha viária existente. Foram desenvolvidos mecanismos de<br />
intervenção para eliminação ou minimização dos problemas apresentados nas áreas de risco do local.<br />
Consideraram-se cinco principais pontos para o planejamento da proposta: sustentabilidade,<br />
viabilidade econômica, integração social, cultural e espacial.<br />
IMPLANTAÇÃO<br />
A reorganização da malha viária busca uma relação de conformidade com a topografia local,<br />
visando reduzir custos de execução e manutenção. Vias paralelas às curvas de nível e relacionadas aos<br />
pontos de escoamento de água configuram os quarteirões, definindo ainda zonas residenciais e de<br />
comércio e serviços. Além disso, foram previstas ciclofaixas junto às ruas, agregando um meio<br />
sustentável de locomoção.<br />
Estabelecidas quatro principais áreas para locação dos blocos residenciais, a infraestrutura criada<br />
atende à população de maneira a minimizar o deslocamento, à medida que as principais necessidades<br />
são atendidas na própria comunidade.<br />
O setor nordeste da gleba concentra os equipamentos urbanos, abrangendo áreas destinadas à<br />
prática de esporte, educação, cultura, saúde e convivência, gerando relações entre espaço aberto e<br />
tecido urbano que integram as partes.<br />
A orientação solar foi considerada para a implantação dos prédios, tendo em vista um maior<br />
conforto térmico, iluminação e ventilação dos ambientes.<br />
PASSEIO<br />
CICLO VIA<br />
CARRO<br />
CARRO<br />
ESTACIONAMENTO<br />
PASSEIO<br />
PASSEIO<br />
ESTACIONAMENTO<br />
CARRO<br />
CARRO<br />
CICLO FAIXA<br />
ESTACIONAMENTO<br />
PASSEIO<br />
Perfis de ruas<br />
Gráfico de altimetria<br />
Cidade de Ubatuba/<strong>SP</strong><br />
Topografia<br />
Localização da área<br />
de projeto<br />
Escoamento da água<br />
Área de intervenção<br />
Usina de Reciclagem<br />
Tratamento de Resíduos<br />
13<br />
12<br />
15 14 8<br />
9<br />
7<br />
11<br />
10<br />
Cultura<br />
Praça<br />
Saúde<br />
Palco<br />
6<br />
Estação<br />
de ônibus<br />
5<br />
4<br />
Educação<br />
3<br />
2<br />
1<br />
Passeios e Taludes<br />
Patins, skate e bicicleta<br />
Centro Comunitário<br />
Quadras Esportivas<br />
Paisagismo Produtivo<br />
Horta Comunitária<br />
BAIXO<br />
MÉDIO<br />
ALTO<br />
MUITO ALTO<br />
PRANCHA<br />
1 / 2<br />
Prêmio Soluções para Cidades 2<strong>01</strong>2<br />
Habitação de Interesse Social em Áreas de Risco<br />
EQUIPAMENTOS URBANOS E E<strong>SP</strong>AÇO ABERTO<br />
Pensando em espaços que contemplem as principais atividades exercidas em uma comunidade,<br />
foram criados equipamentos que dinamizam o local.<br />
O setor educacional é composto por escola e creche, passíveis de ampliação, que ficam<br />
localizadas próximas a quadras esportivas, onde uma pista de skate e playground completam o espaço.<br />
Para atender às demandas de saúde, um posto de pronto atendimento foi previsto.<br />
Um centro comunitário surge como elemento especial e de apoio ao projeto, onde os moradores<br />
podem usufruir de espaço para a prática de atividade esportiva, bem como encontros e festividades.<br />
Além dele, uma estação de ônibus foi implantada, objetivando facilitar a mobilidade urbana na região.<br />
Praças arborizadas fazem a conexão entre os ambientes, gerando estares e áreas de convívio.<br />
Próximas a elas, feiras de artesanato e de comercialização dos alimentos produzidos na horta<br />
comunitária possibilitam geração de renda. O comércio local também se desenvolve nas imediações,<br />
garantindo à população o acesso aos principais bens e serviços.<br />
Tirando partido da topografia do terreno, arquibancadas foram inseridas junto aos morros,<br />
possibilitando amplas visuais ao palco localizado no coração do bairro, onde ocorrem apresentações e<br />
eventos.<br />
Visando atender às questões de sustentabilidade, foi criada uma usina de reciclagem que, além<br />
de contribuir na redução do impacto ambiental, possibilita geração de empregos e renda aos<br />
habitantes.<br />
REALOCAÇÃO DAS FAMÍLIAS<br />
Como sugestão de realocação das famílias, tendo por objetivo um menor deslocamento com<br />
relação à sua atual ocupação:<br />
- 45 famílias residentes em área de risco baixo – Blocos 7, 8 e 9<br />
- 32 famílias residentes em área de risco médio – Blocos 10 e 11<br />
- 36 famílias residentes em área de risco alto – Blocos 4, 5 e 6<br />
- 20 famílias residentes em área de risco muito alto – Blocos 1, 2 e 3<br />
Os blocos 12, 13, 14 e 15 ficam destinados aos funcionários da Usina de Reciclagem, bem como<br />
funcionários de outras cooperativas que venham a se instalar na região.<br />
SOLUÇÕES PARA ÁREAS DE RISCO<br />
Através da análise do escoamento de água na região, estabeleceram-se pontos mais<br />
significativos, sobre os quais a água é canalizada e passa a coincidir com as novas vias criadas. Quadras<br />
esportivas são utilizadas como bacias de amortecimento e detenção abertas, à medida que ficam semienterradas<br />
e recebem o volume de água proveniente das chuvas.<br />
Área de risco baixo – Criação de taludes com pistas para patins e bicicletas, tratamento<br />
paisagístico e inserção de mobiliário urbano. Nessa área é feita drenagem superficial, além do<br />
monitoramento por ocasião de ocorrência de chuvas mais intensas.<br />
Área de risco médio – Muros de contenção construídos com peças de concreto intertravado pré-<br />
fabricado, preenchidos com brita e terra vegetal, criando uma camada de vegetação que aumenta sua<br />
estabilidade.<br />
Área de risco alto – Vegetação disposta de forma escalonada, como contenção do solo contra<br />
desmoronamentos associada a outras estruturas de contenção e drenagem.<br />
Área de risco muito alto – Horta comunitária como microbacia de amortecimento e drenagem,<br />
monitoramento da área.<br />
Estudo da área<br />
de projeto<br />
IMPLANTAÇÃO<br />
Escala 1:500<br />
PER<strong>SP</strong>ECTIVA DA ESTAÇÃO DE ÔNIBUS<br />
PROMOÇÃO ORGANIZAÇÃO APOIO
PER<strong>SP</strong>ECTIVA DOS PRÉDIOS 7, 8 E 9<br />
Habitação de Interesse Social em Áreas de Risco<br />
Construção Sistemática<br />
ESQUEMA CONSTRUTIVO<br />
MATERIALIDADE<br />
sistema construtivo<br />
à base de cimento Portland<br />
Pilares de Concreto Pré-fabricados<br />
Lajes de Concreto Pré-fabricadas<br />
Painéis solares para<br />
aquecimento de água<br />
Captação de água<br />
pluvial<br />
Água aquecida<br />
Piso drenante<br />
Armazenamento de<br />
água pluvial<br />
BLOCOS RESIDENCIAIS<br />
Baseados no conceito de planta livre e modulação, os apartamentos projetados têm<br />
como uma de suas principais características a flexibilidade. Com a realocação de divisórias<br />
internas é possível criar diferentes layouts de apartamentos, de forma que se adaptem à<br />
família que ali se instalar. Considerando o aumento da população local, a construção<br />
modular permite ampliar os blocos residenciais, adequando-se às necessidades funcionais<br />
dos usuários e determinando diversidade na composição do ambiente urbano.<br />
O sistema construtivo adotado nas edificações visa otimizar a execução da obra,<br />
utilizando elementos pré-fabricados de concreto, considerando agilidade na montagem,<br />
juntamente com blocos de concreto para vedação e distinção das unidades residenciais.<br />
O projeto reserva um espaço para comércio local, no térreo de cada bloco, visando à<br />
geração de renda e dinâmica na comunidade.<br />
FASES DE IMPLANTAÇÃO<br />
O projeto prevê a implantação inicial<br />
de uma população de aproximadamente<br />
350 famílias. Devido ao provável aumento<br />
da população na região, as edificações são<br />
dispostas de forma a possibilitar sua futura<br />
expansão. As áreas não edificadas em um<br />
primeiro momento podem receber novas<br />
unidades e novos equipamentos. O traçado<br />
urbano também é passível de fracionamento<br />
através da abertura de novas vias e<br />
subdivisão dos quarteirões.<br />
Sendo assim, podem ser estabelecidas<br />
fases de implantação conforme o aumento<br />
da densidade populacional, onde o limite de<br />
crescimento é dado por condicionantes<br />
naturais e pela capacidade de expansão da<br />
infraestrutura criada para atender à<br />
população.<br />
CORTE AA<br />
Escala 1:200<br />
20.35m<br />
16.25m<br />
12.34m<br />
9.28m<br />
6.22m<br />
3.16m<br />
0.00m<br />
B<br />
CORTE BB<br />
Escala 1:200<br />
PLANTA BAIXA PAVIMENTO TIPO<br />
Escala 1:200<br />
7<br />
A<br />
A<br />
B<br />
2 / 2<br />
PRANCHA<br />
Prêmio Soluções para Cidades 2<strong>01</strong>2<br />
Habitação de Interesse Social em Áreas de Risco<br />
Placas de Concreto Pré-fabricadas<br />
+<br />
Blocos de Concreto - Família 29<br />
Bloquete de Concreto permeável<br />
Painéis solares para aquecimento<br />
da água<br />
PROMOÇÃO ORGANIZAÇÃO APOIO