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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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Foi também a partir <strong>do</strong> fim desse século que se passou a <strong>da</strong>r mais atenção para<br />

a Fazen<strong>da</strong> de Santa Cruz, também chama<strong>da</strong> de Fazen<strong>da</strong> Real, que, apesar de ter si<strong>do</strong><br />

incorpora<strong>da</strong> às proprie<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>Coroa</strong> em 1759, com a expulsão <strong>do</strong>s jesuítas, ficou<br />

mais de vinte anos aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong>, servin<strong>do</strong> basicamente à criação de ga<strong>do</strong> e<br />

abastecimento <strong>da</strong>s naus de guerra, como relata o marquês de Lavradio em 9 de<br />

fevereiro de 1771. Este relato <strong>do</strong> marquês foi feito com o intuito de demonstrar a<br />

importância estratégica <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong>, <strong>da</strong><strong>da</strong> as dificul<strong>da</strong>des financeiras <strong>do</strong> reino na época<br />

e a pressão para que ela fosse vendi<strong>da</strong> como forma de amortizar as dívi<strong>da</strong>s <strong>da</strong> <strong>Coroa</strong>. A<br />

partir de 1790, intensificam-se os esforços para integrar a fazen<strong>da</strong> ao circuito <strong>da</strong><br />

economia de exportação, incentivan<strong>do</strong> o cultivo de algodão e principalmente açúcar,<br />

com a construção de <strong>do</strong>is engenhos. Tais esforços, no entanto, não surtiram efeito, e,<br />

já em 1803, pela carta régia de 7 de novembro, instava-se a ven<strong>da</strong> <strong>do</strong>s engenhos para<br />

sal<strong>da</strong>r dívi<strong>da</strong>s. Assim, os grandes produtos <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> foram quase sempre aqueles<br />

liga<strong>do</strong>s ao abastecimento <strong>do</strong> Rio de Janeiro, sobretu<strong>do</strong> ga<strong>do</strong> e gêneros alimentícios<br />

como a mandioca, que, de certa forma, se expandiam graças à posição econômica<br />

privilegia<strong>da</strong> e ao crescimento que a ci<strong>da</strong>de apresentava naquele perío<strong>do</strong>. De qualquer<br />

forma, as dificul<strong>da</strong>des <strong>da</strong> <strong>Coroa</strong> em administrar uma proprie<strong>da</strong>de tão extensa ficaram<br />

expostas durante to<strong>do</strong> o perío<strong>do</strong>, o que fez com que sempre se especulasse sobre a<br />

ven<strong>da</strong> <strong>da</strong> fazen<strong>da</strong> e sobre formas alternativas de se explorar as terras junto a<br />

particulares (Viana, 1974).<br />

Outra medi<strong>da</strong> de vulto foi a criação, em Portugal, <strong>pelo</strong> alvará de 5 de junho de<br />

1788, <strong>da</strong> Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábricas e Navegação deste Reino e<br />

seus Domínios, um órgão com caráter de tribunal superior, subordina<strong>do</strong> diretamente<br />

ao rei, que incorporava a antiga Real Junta de Comércio e passava a ser responsável<br />

por examinar e promover, em to<strong>do</strong> o império, as medi<strong>da</strong>s necessárias à boa<br />

conservação e desenvolvimento <strong>da</strong>s ativi<strong>da</strong>des que carrega em seu nome.<br />

A despeito de to<strong>da</strong>s essas alterações, os últimos anos <strong>do</strong> século XVIII foram<br />

extremamente positivos para o <strong>comércio</strong> português, impulsiona<strong>do</strong> por alterações<br />

significantes na ordem global, como a independência <strong>do</strong>s EUA, que obrigou a<br />

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