22.06.2015 Views

A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

negociar produtos de má quali<strong>da</strong>de etc. Além disso, o monopólio <strong>da</strong>s companhias era<br />

aponta<strong>do</strong> como um elemento concentra<strong>do</strong>r de ren<strong>da</strong>, desestimulan<strong>do</strong> os pequenos<br />

produtores e incentivan<strong>do</strong> o latifúndio. Um outro elemento agravante seria o fato de<br />

que, no fim <strong>do</strong> seu perío<strong>do</strong> de concessão, a arreca<strong>da</strong>ção planeja<strong>da</strong> pelas companhias<br />

não atingiu o espera<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong>-a a uma situação financeira complica<strong>da</strong>,<br />

constantemente pressiona<strong>da</strong> por seus cre<strong>do</strong>res. Esses muitos fatores fizeram com que,<br />

ain<strong>da</strong> em 1776, o pedi<strong>do</strong> de renovação <strong>da</strong> concessão feito pela Companhia <strong>do</strong> Grão-<br />

Pará e Maranhão não fosse respondi<strong>do</strong>, sen<strong>do</strong>, então, extinta pouco depois, <strong>pelo</strong><br />

decreto de 5 de janeiro de 1778, já sob o reina<strong>do</strong> de d. Maria I. O mesmo destino teve<br />

a Companhia de Pernambuco e Paraíba, extinta em 1780 <strong>pelo</strong> ato de 8 de maio.<br />

Estava então restabeleci<strong>do</strong> o livre <strong>comércio</strong> entre Brasil e Portugal (Reis,1982, p. 333,<br />

338-339; Dias, 2009, p. 18).<br />

Se de um la<strong>do</strong> se rompe com o passa<strong>do</strong> pombalino, <strong>do</strong> outro vemos uma<br />

continuação e até mesmo um aprofun<strong>da</strong>mento. Talvez a melhor amostra dessa<br />

tendência seja o alvará de 5 de janeiro de 1785, que decreta o fim <strong>da</strong>s fábricas e<br />

manufaturas estabeleci<strong>da</strong>s no Brasil, sobreviven<strong>do</strong> apenas aquelas que trabalhassem o<br />

algodão grosso, para fazer roupas de escravos etc. Este alvará deixa <strong>bem</strong> claro o<br />

caráter “prejudicial e nocivo” <strong>da</strong>s indústrias <strong>do</strong> Brasil para a política comercial <strong>do</strong><br />

reino, uma vez que “é evidente, que quanto mais se multiplicar o número de<br />

fabricantes, mas diminuirá o <strong>do</strong>s cultiva<strong>do</strong>res; e menos braços haverá”. A economia<br />

brasileira deveria complementar a economia metropolitana, manten<strong>do</strong> seu caráter<br />

primário e extrativista, sen<strong>do</strong> esta nossa “ver<strong>da</strong>deira e sóli<strong>da</strong> riqueza” que só se<br />

consegue “por meio de colonos, e cultiva<strong>do</strong>res, e não de artistas, e fabricantes”.<br />

Complementan<strong>do</strong> essa política, podemos destacar também o alvará de 19 de setembro<br />

de 1785 que, retoman<strong>do</strong> a decisão de 1773, isentava de impostos, por 15 anos, a<br />

entra<strong>da</strong> no reino de matérias-primas para o consumo <strong>da</strong>s fábricas, isenção que foi<br />

amplia<strong>da</strong> a to<strong>da</strong>s as matérias-primas pela resolução de 27 de fevereiro de 1802<br />

(Novais, 1979, p. 268).<br />

54

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!