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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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intenção de favorecer um pequeno grupo de grandes comerciantes, promoven<strong>do</strong> uma<br />

aproximação entre estes e o Esta<strong>do</strong>, através <strong>do</strong> reforço de formas monopolistas e<br />

privilegia<strong>da</strong>s de exploração (Falcon, 1993, p. 375). A Junta de Comércio é um claro<br />

exemplo desse esforço, mas também é de vital significa<strong>do</strong>, tanto político como<br />

estratégico, a criação <strong>da</strong>s Companhias Gerais de Comércio.<br />

As companhias buscavam reforçar o monopólio estatal <strong>do</strong> <strong>comércio</strong> entre<br />

metrópole e colônia por meio de uma associação entre o rei e os comerciantes,<br />

reforçan<strong>do</strong> o exclusivismo colonial, em um esforço de não apenas conter o<br />

contraban<strong>do</strong>, mas também fazer assegurar o aumento <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de mercantil<br />

juntamente com a expansão <strong>da</strong> produção e <strong>do</strong> consumo. Ao contrário <strong>do</strong> modelo<br />

inglês ou holandês, as companhias portuguesas no Brasil possuíam um caráter<br />

estritamente econômico, uma vez que atuavam sob território já conquista<strong>do</strong> pela<br />

<strong>Coroa</strong> (Reis, 1982, p. 322). Eram então um símbolo <strong>da</strong> idéia mercantilista e <strong>da</strong> busca<br />

pela interação <strong>do</strong> capital priva<strong>do</strong> e público. Como diz Erika Dias, citan<strong>do</strong> José Ribeiro,<br />

“foram antes de tu<strong>do</strong> um instrumento <strong>do</strong> antigo sistema colonial, uma instituição<br />

caracteristicamente mercantilista, conten<strong>do</strong> em si os elementos básicos <strong>do</strong>s<br />

mecanismos <strong>da</strong> colonização: exploração e monopólio” (Dias, 2009, p. 14-15).<br />

As companhias fun<strong>da</strong><strong>da</strong>s por Pombal não foram pioneiras dessa experiência<br />

em território brasileiro. Na metade <strong>do</strong> século XVII, com o fim <strong>da</strong> União Ibérica, o<br />

império português passava por sérios problemas, aumentan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais sua<br />

dependência em relação às suas colônias, que sustentavam o seu déficit de balanço de<br />

pagamentos. Ao mesmo tempo, sofria constantes per<strong>da</strong>s deriva<strong>da</strong>s de ataques de<br />

piratas nas suas rotas comerciais. Estima-se que, só entre 1647 e 1648, as per<strong>da</strong>s<br />

comerciais com esse tipo de ataque chegaram a mais de 80% <strong>do</strong> que trafegou na rota<br />

Brasil-Portugal (Bragança, 2008, p. 19) Assim, buscan<strong>do</strong> remediar tal situação e<br />

conter a per<strong>da</strong> de receitas <strong>da</strong>í advin<strong>da</strong>s, foi cria<strong>da</strong>, em 1649, a Companhia de<br />

Comércio <strong>do</strong> Brasil, cujos estatutos foram aprova<strong>do</strong>s <strong>pelo</strong> alvará de 10 de março<br />

<strong>da</strong>quele ano, a partir sobretu<strong>do</strong> <strong>do</strong> capital de cristãos-novos, cujos bens haviam si<strong>do</strong><br />

isenta<strong>do</strong>s de confisco por parte <strong>do</strong> Santo Ofício, como determina<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> alvará de 6<br />

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