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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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produtos que já fossem produzi<strong>do</strong>s regularmente, sen<strong>do</strong>, na ver<strong>da</strong>de, um esforço de<br />

formação de uma produção volta<strong>da</strong> para o <strong>comércio</strong> (Novais, 1979, p. 73); é a partir<br />

<strong>da</strong>í que podemos compreender a noção de pacto colonial, plantation, escravidão etc.<br />

Dentro <strong>do</strong> nosso estu<strong>do</strong>, a análise de Novais torna-se interessante uma vez que<br />

o <strong>comércio</strong>, que seria o principal objetivo <strong>da</strong> empresa coloniza<strong>do</strong>ra, é, no caso<br />

brasileiro, um <strong>comércio</strong> que, com exceção <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> de mineração, se concentrou<br />

em produtos agrícolas, como o açúcar. Assim, as estruturas administrativas que<br />

procuramos entender podem ser vistas, dentro <strong>do</strong> antigo sistema colonial, a partir <strong>da</strong><br />

ideia de que “a legislação colonial, na reali<strong>da</strong>de, o que procura é disciplinar as relações<br />

concretas, políticas e sobretu<strong>do</strong> econômicas” (Novais, 1979, p.58), sen<strong>do</strong> que ela “não<br />

faz, na reali<strong>da</strong>de, mais que tentar levar à prática princípios formula<strong>do</strong>s pela teoria<br />

mercantilista” (Novais, 1979, p. 59). Ora, avaliar os fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong> processo<br />

coloniza<strong>do</strong>r à luz apenas de suas funções econômicas parece, em um primeiro<br />

momento, uma atitude limita<strong>do</strong>ra e precipita<strong>da</strong>, uma vez que o objeto <strong>da</strong> obra de<br />

Novais é apenas tangencial ao nosso. No entanto, tal visão nos auxilia a compreender<br />

o momento histórico no qual se dá a colonização brasileira, momento este que parece<br />

estar refleti<strong>do</strong>, entranha<strong>do</strong>, na ideologia por trás <strong>da</strong> forma que se dá o processo<br />

coloniza<strong>do</strong>r. Assim, é como se a compreensão <strong>do</strong>s mecanismos e estruturas<br />

administrativas estabeleci<strong>da</strong>s pela metrópole na colônia pudesse ser melhor entendi<strong>da</strong><br />

a partir <strong>do</strong> entendimento <strong>do</strong>s motivos que levaram à colonização em si, ou seja, à<br />

expansão mercantilista.<br />

Dentro dessa visão, Novais identifica alguns fatores que seriam essenciais para<br />

garantir que os objetivos mercantilistas fossem alcança<strong>do</strong>s. Tais fatores influenciariam<br />

diretamente não só a ocupação e o povoamento <strong>do</strong> território, como também as formas<br />

de governar <strong>da</strong> <strong>Coroa</strong>. Um desses fatores é a necessi<strong>da</strong>de de um “exclusivismo<br />

comercial”, materializa<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s monopólios estatais. Era esse, segun<strong>do</strong> Novais,<br />

“o mecanismo por excelência <strong>do</strong> sistema, através <strong>do</strong> qual se processava o ajustamento<br />

<strong>da</strong> expansão coloniza<strong>do</strong>ra aos processos <strong>da</strong> economia e <strong>da</strong> socie<strong>da</strong>de europeias em<br />

transição para o capitalismo integral” (Novais, 1979, p. 72).<br />

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