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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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produto de mais alta rentabili<strong>da</strong>de a ser comercializa<strong>do</strong> para a Europa. Assim, a<br />

ocupação brasileira inicia-se com o ciclo <strong>do</strong> pau-brasil que, ain<strong>da</strong> no perío<strong>do</strong> colonial,<br />

é segui<strong>do</strong> <strong>pelo</strong> ciclo <strong>do</strong> açúcar, <strong>da</strong> pecuária e <strong>da</strong> mineração. Destes, sem dúvi<strong>da</strong>, o que<br />

mais se destacou foi o <strong>do</strong> açúcar, que alçou o Brasil a um <strong>do</strong>s maiores exporta<strong>do</strong>res<br />

mundiais <strong>do</strong> produto e fixou de vez o modelo <strong>da</strong> grande lavoura em território<br />

colonial. Portanto, o autor não hesita ao afirmar que o açúcar “constituiu a base<br />

econômica <strong>da</strong> implantação definitiva <strong>do</strong> europeu no Brasil” (Simonsen, 1978, p. 112) .<br />

Com o lançamento <strong>do</strong> seu livro Formação <strong>do</strong> Brasil contemporâneo, em 1942,<br />

Caio Pra<strong>do</strong> Júnior promove uma ruptura em relação à análise de Simonsen. Enquanto<br />

a teoria <strong>do</strong>s ciclos tratava a economia colonial como uma sucessão de produtos<br />

cultiva<strong>do</strong>s, para Caio Pra<strong>do</strong> havia uma questão estrutural por trás desse<br />

comportamento, centra<strong>do</strong> na idéia de que a evolução <strong>da</strong> colônia obedecia a um certo<br />

“senti<strong>do</strong>”, que, no caso <strong>da</strong> colonização portuguesa, não pode ser desvincula<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

momento histórico <strong>do</strong> <strong>comércio</strong> europeu e <strong>do</strong> caráter comercial que apresentam as<br />

“aventuras” <strong>do</strong>s países <strong>pelo</strong>s mares durante o século XVI. Assim, a iniciativa de<br />

avançar com a colonização <strong>do</strong> território brasileiro, in<strong>do</strong> além <strong>do</strong> estabelecimento de<br />

feitorias e <strong>da</strong> extração <strong>do</strong> pau-brasil, não pode ser vista senão como um sinal de que<br />

a colonização <strong>do</strong>s trópicos toma o aspecto de uma vasta empresa<br />

comercial, mais completa que a antiga feitoria, mas sempre com o<br />

mesmo caráter que ela, destina<strong>da</strong> a explorar os recursos naturais de<br />

um território virgem em proveito <strong>do</strong> <strong>comércio</strong> europeu. É este o<br />

ver<strong>da</strong>deiro senti<strong>do</strong> <strong>da</strong> colonização tropical, de que o Brasil é uma <strong>da</strong>s<br />

resultantes (Pra<strong>do</strong> Júnior, 2000, p. 20).<br />

No entanto, Simonsen e Caio Pra<strong>do</strong> Júnior parecem concor<strong>da</strong>r quanto ao papel<br />

<strong>da</strong> <strong>agricultura</strong> no processo colonial. Para este, “a <strong>agricultura</strong> é o nervo econômico <strong>da</strong><br />

civilização. Com ela se inicia – se excluirmos o insignificante ciclo extrativo <strong>do</strong> paubrasil<br />

– e a ela se deve a melhor porção de sua riqueza. Numa palavra, é propriamente<br />

na <strong>agricultura</strong> que assentou a ocupação e exploração <strong>da</strong> maior e melhor parte <strong>do</strong><br />

território brasileiro” (Pra<strong>do</strong> Júnior, 2000, p. 129). A análise feita por Caio Pra<strong>do</strong> nos é<br />

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