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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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possuíam tais metais. É sob tal forma <strong>do</strong>minante de pensamento que se constituiu o<br />

processo expansionista lusitano e, consequentemente, a colonização brasileira.<br />

Dentro desse contexto, é importante saber que, em um primeiro momento, as<br />

novas terras descobertas na América <strong>pelo</strong> império português mostraram um potencial<br />

econômico muito reduzi<strong>do</strong> em relação aos seus entrepostos asiáticos. Aqui não se<br />

encontraram inicialmente nem as especiarias comercializa<strong>da</strong>s nas Índias nem o ouro e<br />

a prata descobertos <strong>pelo</strong>s espanhóis nas suas posses na América. Não é à toa que<br />

somente três déca<strong>da</strong>s após o descobrimento, com o estabelecimento <strong>da</strong>s capitanias<br />

hereditárias, a <strong>Coroa</strong> promova o primeiro esforço de organização administrativa<br />

sistemática, preocupa<strong>da</strong> menos com a exploração econômica <strong>do</strong> que com a ameaça de<br />

ocupação francesa (Taunay, 1965; Russel-Wood, 1998).<br />

Ao mesmo tempo, precisamos lembrar que as finanças <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> português<br />

eram extremamente dependentes <strong>do</strong> <strong>comércio</strong> marítimo, que representava, no século<br />

XVI, cerca de 65% <strong>da</strong>s suas ren<strong>da</strong>s (Fragoso, Florentino, 2001, p. 45). Assim, a<br />

colonização brasileira foi um processo que buscava encaixar a necessi<strong>da</strong>de de manter<br />

a posse <strong>da</strong>s terras descobertas com a constante busca de novas fontes de ren<strong>da</strong>.<br />

Podemos então entender a afirmação de Russel-Wood quan<strong>do</strong> diz que:<br />

No centro <strong>da</strong>s políticas metropolitanas encontrava-se a crença<br />

inabalável de que a raison d´être <strong>do</strong> Brasil era servir como fonte de<br />

matérias-primas e de impostos para a metrópole. As políticas<br />

portuguesas volta<strong>da</strong>s para o Brasil constituíram um caso clássico de<br />

mercantilismo e bulhonismo. Seu corolário era o de que nenhuma<br />

iniciativa colonial seria permiti<strong>da</strong> caso tivesse o potencial de infringir<br />

negativamente os interesses ou a economia metropolitana (Russel-<br />

Wood, 1998).<br />

A partir <strong>da</strong>í podemos começar a entender que boa parte <strong>da</strong> historiografia<br />

relativa à questão <strong>da</strong> organização econômica colonial inicia-se com a teoria <strong>do</strong>s ciclos<br />

econômicos de Roberto Simonsen, no livro História econômica <strong>do</strong> Brasil, de 1937.<br />

Ali, o autor afirma que a produção constantemente volta<strong>da</strong> para exportação<br />

estabeleceu ciclos produtivos na história econômica brasileira, de acor<strong>do</strong> com o<br />

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