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A Coroa pelo bem da agricultura e do comércio - Arquivo Nacional

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colônia, a formação de interesses próprios <strong>do</strong>s colonos, as oscilações <strong>do</strong> <strong>comércio</strong><br />

mundial, entre outros, determinaram a evolução <strong>da</strong> estrutura administrativa<br />

metropolitana em terras brasileiras. Portugal passou a ter maior necessi<strong>da</strong>de e<br />

interesse em garantir o exclusivismo colonial, centralizar a representação <strong>da</strong> <strong>Coroa</strong> ou<br />

simplesmente organizar a produção e o abastecimento <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> interno. Pode-se<br />

dizer que o crescimento desse “filhote colonial” fez com que a <strong>Coroa</strong> se organizasse<br />

para que as novas circunstâncias não desvirtuassem seus objetivos iniciais e nem<br />

tirassem <strong>do</strong> eixo a relação metrópole-colônia que existia entre os <strong>do</strong>is países.<br />

Podemos resumir a questão que origina este trabalho <strong>da</strong> seguinte forma: o<br />

Esta<strong>do</strong> está presente na organização inicial <strong>da</strong> <strong>agricultura</strong> no Brasil, através <strong>do</strong><br />

processo de colonização, já que era necessário estruturar uma ativi<strong>da</strong>de que servisse<br />

ao <strong>comércio</strong> internacional, em novas terras que não possuíam as especiarias tão<br />

cobiça<strong>da</strong>s. Uma vez que tal exploração se inicia através <strong>da</strong> organização <strong>da</strong> metrópole,<br />

é normal que esteja sujeita aos interesses desta e condiciona<strong>da</strong> a suas formas<br />

administrativas. Isso, de certa forma, explica a formação <strong>da</strong> ordem agrícola colonial e<br />

suas principais características estruturais. Estabeleci<strong>da</strong>s as raízes <strong>da</strong> ativi<strong>da</strong>de agrícola,<br />

parece normal admitir que a <strong>agricultura</strong> se desenvolva e adquira necessi<strong>da</strong>des próprias<br />

de acor<strong>do</strong> com o desenvolvimento <strong>da</strong> colônia como um to<strong>do</strong>. Assim, a <strong>Coroa</strong> passa a<br />

administrar uma forma de conciliar seus interesses comerciais com os interesses que<br />

surgem de dentro <strong>da</strong> própria estrutura agrícola colonial.<br />

É ver<strong>da</strong>de que nosso campo de observação será, essencialmente, o que Vainfas<br />

denomina como “império colonial português”, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong> o ponto de vista <strong>da</strong><br />

metrópole na delimitação <strong>do</strong> objeto de investigação, visto que é sob o auspício <strong>da</strong><br />

<strong>Coroa</strong> que se organizará a administração pública no Brasil (Vainfas, 2001a, p. 48). No<br />

entanto, acreditamos que mesmo essa visão centra<strong>da</strong> na ordem metropolitana exige<br />

uma análise conjuntural que está sujeita às variações provin<strong>da</strong>s de uma ordem<br />

econômica que se estabelece não só em Portugal, mas também na própria colônia e no<br />

merca<strong>do</strong> internacional, fazen<strong>do</strong> parte de um sistema integra<strong>do</strong>, com características<br />

próprias as mais diversas.<br />

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