30.04.2012 Casais Angola
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Trim | Abril 2012 | Nº 90<br />
4 Euros · 5 USD<br />
angola-portugal<br />
IX Cimeira da Cplp<br />
Chefes de Estado e de<br />
Governo dos Oito reúnem em<br />
Maputo para decidir futuro<br />
Portugal, china e eua<br />
Mais de metade das<br />
importações angolanas<br />
tem origem nestes países<br />
Internacionalização<br />
Estratégia ou<br />
‘fuga para a frente’?
Vida Empresarial<br />
<strong>Casais</strong> <strong>Angola</strong><br />
Construção e imobiliário<br />
impulsionam crescimento<br />
O Grupo <strong>Casais</strong>, que opera<br />
actualmente em 14 países,<br />
entrou no mercado angolano<br />
em 1999, através da <strong>Casais</strong><br />
<strong>Angola</strong>. Desde então tem vindo<br />
a investir na promoção do<br />
desenvolvimento estrutural<br />
e dos recursos humanos, nomeadamente<br />
através da criação<br />
de novos departamentos<br />
e centros de produção. Recentemente,<br />
a empresa alargou<br />
a presença a Benguela<br />
(Catumbela), onde construiu<br />
um novo estaleiro.<br />
T Paula girão | F DR<br />
O<br />
Grupo <strong>Casais</strong> iniciou a actividade<br />
em <strong>Angola</strong> no sector da construção<br />
civil, mas em pouco mais de<br />
uma década diversificou o negócio<br />
para outras áreas. Nos primeiros cinco<br />
anos de exercício, o volume de facturação<br />
cifrou-se entre os 10 e 20 milhões de USD.<br />
Actualmente, ascende aos 70 milhões de<br />
USD e as previsões para este ano apontam<br />
mesmo <strong>Angola</strong> como o mercado que mais<br />
está a crescer, perspectivando-se um volume<br />
de negócios igual ao da casa mãe portuguesa,<br />
isto é, cerca de 100 milhões de USD.<br />
Para Hélder Araújo, director-geral da <strong>Casais</strong><br />
<strong>Angola</strong>, esta evolução positiva do<br />
Grupo deve-se fundamentalmente “ao contexto<br />
deficitário do tecido empresarial do<br />
país nessa altura e à consequente ausência<br />
de fornecedores locais de materiais de<br />
construção. Esta situação da actividade de<br />
construção exigiu um forte investimento<br />
em todas as áreas que envolvem o seu ciclo<br />
produtivo. Impôs-se, por isso, o investimento<br />
em centrais de betão, na extracção<br />
e produção de inertes, na indústria de serração<br />
de madeira, carpintaria e numa base<br />
logística. Com o desenvolvimento do país<br />
e beneficiando a <strong>Casais</strong> <strong>Angola</strong> de uma<br />
capacidade produtiva apreciável, as oportunidades<br />
de negócio foram identificadas<br />
e impulsionaram o Grupo para novas áreas,<br />
tais como as instalações eléctricas; as<br />
instalações mecânicas e hidráulicas; a indústria<br />
de carpintaria; a indústria de pré-<br />
-fabricação de betão e o imobiliário.”<br />
A economia angolana está a evoluir a um<br />
ritmo acelerado, sendo os sector da construção<br />
civil e imobiliário uns dos principais<br />
impulsionadores. Mas, começam a<br />
surgir outros sectores com dinâmicas de<br />
crescimento apreciáveis, abrindo oportunidades<br />
de negócio ao Grupo. “A construção<br />
continua a ser a nossa principal área<br />
de actividade em <strong>Angola</strong> e, sem dúvida,<br />
aquela que continua a ter maior margem<br />
de expansão. No entanto, o desenvolvimento<br />
que a indústria tem tido nos últimos<br />
tempos leva-nos a posiciona-la como uma<br />
área de aposta nos próximos anos”, avança<br />
Hélder Araújo.<br />
Outra área de aposta, porque fundamental<br />
para assegurar a continuidade da<br />
evolução e crescimento sustentados do<br />
Grupo <strong>Casais</strong> em <strong>Angola</strong>, é a da formação<br />
dos colaboradores. Segundo o director<br />
geral, a empresa sempre privilegiou<br />
“o equilíbrio entre os colaboradores formados<br />
profissionalmente dentro do Grupo <strong>Casais</strong><br />
e os colaboradores angolanos,<br />
com o objectivo de transmitir o<br />
know-how e a cultura <strong>Casais</strong>,<br />
dotando a <strong>Casais</strong> <strong>Angola</strong> de<br />
valências, competências e<br />
cultura corporativa idênticas<br />
às da casa- mãe.<br />
N46<br />
revista angola-portugal negócios<br />
Abril 2012 • Nº 90
Simultaneamente, e para contornar a reduzida<br />
especialização da mão-de-obra local,<br />
reforçámos e apostámos na formação específica<br />
dos colaboradores nas diferentes<br />
vertentes da construção, ao mesmo tempo<br />
que favorecemos a integração progressiva<br />
de colaboradores angolanos nos quadros<br />
da empresa e reduzimos ao mínimo essencial<br />
o número de expatriados. <strong>Angola</strong> tem<br />
sido alvo de um crescimento e desenvolvimento<br />
notáveis nos últimos anos, mas<br />
muito mais há para fazer. Esta realidade<br />
permite encarar as perspectivas de negócio<br />
de uma forma positiva e, em especial,<br />
para estimular o crescimento das áreas em<br />
actividade e para explorar e fomentar novos<br />
negócios.”<br />
Imocasais <strong>Angola</strong><br />
potencia expansão<br />
A constituição da Imocasais é um bom<br />
exemplo da vontade de diversificação do<br />
Grupo para outras áreas de negócio, designadamente<br />
para o imobiliário. E um<br />
dos seu projectos, o Lobito Retail Park, é<br />
já considerado um dos grandes empreendimentos<br />
comerciais de <strong>Angola</strong>. “Percebemos<br />
que a oportunidade existia, assimilámos<br />
o tipo de produto que o mercado<br />
Internacionalização como opção estratégica<br />
A necessidade crescente de internacionalização das empresas portuguesas não é obviamente<br />
um tema estranho ao Grupo <strong>Casais</strong>. O processo foi iniciado há cerca de 18 anos e continua<br />
a fazer parte da estratégia da empresa.<br />
Apesar do tema ter maior destaque nesta altura, o Grupo <strong>Casais</strong> em momento oportuno percebeu<br />
as vantagens da internacionalização e orientou as suas acções nesse sentido. Mas com<br />
a perspectiva de que é fundamental a promoção de parcerias locais vencedoras, bem como a<br />
formação e a transmissão de know-how.<br />
“O mercado angolano exige capacidade financeira, investimento, partilha de conhecimento,<br />
fomento de parcerias com os empresários locais. Tem de ser encarado numa perspetiva<br />
de médio e longo prazos. Só quem partilhar desta visão, poderá desenvolver um negócio<br />
sustentado e duradouro em <strong>Angola</strong>”, salienta Hélder Araújo.<br />
“Actualmente, estamos perante um merCAdo<br />
mais maduro, mais profissional, em que as decisões<br />
de investimento são cada vez mais sustentadas<br />
em dados financeiros viáveis”, Hélder Araújo, director-<br />
-geral da <strong>Casais</strong> <strong>Angola</strong><br />
procurava, acreditámos no negócio e,<br />
através da Imocasais, partimos para o<br />
projecto. O Lobito Retail Park insere-se<br />
no contexto de expansão empresarial<br />
que o país vive neste momento. O crescimento<br />
do tecido empresarial angolano<br />
implica o aumento da oferta de<br />
espaços comerciais organizados de<br />
forma estruturada, potenciando os<br />
negócios. Existe também a necessidade<br />
de descentralizar para as<br />
províncias a actividade empresarial,<br />
que assume expressão<br />
máxima de concentração em<br />
Luanda. Com uma localização<br />
estratégica no Lobito, este projecto<br />
vem proporcionar condições<br />
às empresas nacionais<br />
de alargarem os seus negócios, gerando<br />
emprego, formação e o crescimento do rendimento<br />
da região”, explica Helder Araújo.<br />
Este empreendimento insere-se, assim, na<br />
expansão da oferta retalhista no território<br />
angolano, algo que até há pouco tempo<br />
não era possível. Mas a descentralização<br />
de infra-estruturas, sejam ou não de cariz<br />
comercial, está directamente relacionada<br />
com o desenvolvimento e crescimento do<br />
país.<br />
“A política implementada pelo Governo de<br />
<strong>Angola</strong>, nomeadamente no que respeita à<br />
recuperação das estradas e dos caminhos-<br />
-de-ferro, veio aproximar as populações<br />
e reduziu o isolamento das províncias.<br />
Com a melhoria das vias de comunicação,<br />
abre-se caminho para a descentralização<br />
da economia, para a criação de condições<br />
mais favoráveis à instalação de empresas<br />
nas diversas províncias e para a melhoria<br />
da qualidade de vida das pessoas. O sector<br />
de retalho tem uma margem grande de progressão<br />
no país, pelo que projectos deste<br />
tipo irão surgir com mais frequência em<br />
todo o território.”<br />
Projectos em perspectiva<br />
Nos dois últimos anos, o mercado imobiliário<br />
angolano, à semelhança do que se vive<br />
em todo o mundo, tornou-se menos especulativo<br />
e menos activo.<br />
“Actualmente, estamos perante um mercado<br />
mais maduro, mais profissional, em que<br />
as decisões de investimento são cada vez<br />
mais sustentadas em dados financeiros<br />
viáveis. Há de facto maior cautela no investimento.<br />
Neste momento, para além do<br />
projecto do Lobito Retail Park, a Imocasais<br />
<strong>Angola</strong> está a iniciar uma torre para escritórios<br />
na baixa de Luanda, bem como um<br />
condomínio residencial para o segmento<br />
médio na zona de Talatona”, conclui o director<br />
geral da <strong>Casais</strong> <strong>Angola</strong>. #<br />
revista angola-portugal negócios<br />
Abril 2012 • Nº 90<br />
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