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A influência do clima na infiltrabilidade do solo 53<br />

Brasil, o regime pluviométrico costuma combinar uma estação chuvosa seguida por outra<br />

com escassos eventos de precipitação.<br />

A caracterização completa da interação solo-atmosfera deve incluir o estudo do fluxo<br />

interno no solo (NOGUEIRA, 2005). Conforme Gitirana Jr. (2005), esse fluxo é representado<br />

pelos fluxos de água líquida, de vapor de água, de ar e de calor nos solos e estão diretamente<br />

relacionados às taxas de evaporação e infiltração. Em solo não saturado, o ar ocupa os vazios<br />

não ocupados pela água, diminuindo o espaço disponível para o seu fluxo. De acordo com<br />

Feuerharmel et al. (2007), o fluxo em um solo não saturado representa um exemplo de fluxo<br />

multifásico, onde as fases água e ar coexistem nos poros do solo e podem ser classificados<br />

como fluidos.<br />

O movimento desses dois fluidos depende do grau de saturação e da sucção do solo.<br />

Diante do decréscimo da quantidade de água, a seção de fluido nos vazios se torna progressivamente<br />

menor, podendo, a partir de certo ponto no processo de secagem, interromper a<br />

continuidade entre as partículas e, nesse ponto, a permeabilidade ser considerada praticamente<br />

nula. Nos solos argilosos, essa interrupção dificilmente se dá, e o fluxo da fase líquida<br />

se processa em função da diferença de energia entre as forças de adsorção que ligam o mineral<br />

à água e às energias oriundas da atmosfera, tais como vento e temperatura. Na interface, seja<br />

interna, seja externa ao maciço, a água passa geralmente à condição de vapor, proporcionando<br />

a precipitação dos elementos e compostos solúveis nela presentes.<br />

Quando a fase ar é contínua no solo, o que ocorre para maiores valores de sucção, a<br />

lâmina d’água do fluxo superficial sobre o maciço tende a sofrer inicialmente uma rápida<br />

infiltração. O fluxo é geralmente amortecido e interrompido logo em seguida pela frente de<br />

ar que se forma. Nessa situação, a fase ar colocada sob pressão positiva tende a provocar o<br />

desprendimento de partículas e agregados, em um processo de ruptura localizada do solo.<br />

Para Camapum de Carvalho et al. (2006), esse processo constitui-se em uma das causas de<br />

deflagração do processo erosivo.<br />

Considerando a estreita relação na interface solo-atmosfera no comportamento hidromecânico<br />

dos solos tropicais não saturados, a capacidade de infiltração constitui-se em uma<br />

importante propriedade do solo na análise da quantidade de água de escoamento superficial<br />

(MOTA et al., 2007). O conhecimento do processo de infiltração da água pluvial no solo se<br />

torna relevante tanto por fornecer subsídios para o dimensionamento de estruturas de controle<br />

de erosão e de inundação, quanto para deliberar práticas de uso e manejo do solo.<br />

O comportamento dos solos tropicais quanto à infiltração é influenciado pela estrutura<br />

marcada pela porosidade e distribuição dos poros em macro e microporos, pelo grau de saturação<br />

inicial e pela sucção correspondente. Sob a condição de não saturação, o solo com a<br />

fase ar descontínua faz com que as bolhas oclusas atuem inibindo o fluxo de água. Quando há<br />

presença de uma lâmina d’água de infiltração sendo a fase ar contínua, a fase ar tende, após<br />

comprimir-se, a atuar como uma barreira ao fluxo. Assim, a infiltração depende basicamente<br />

da água disponível, da natureza do solo, do estado da superfície desse solo e da quantidade de<br />

água e ar, inicialmente presentes no interior do maciço (SILVEIRA et al., 2004). Acrescentam-<br />

-se a esses fatores as condições ambientais de campo, dadas pela morfologia do terreno, pelas<br />

condições atmosféricas na interface solo-atmosfera, pela cobertura do solo e pela fauna que,<br />

algumas vezes, cria caminhos preferenciais de fluxo de água.

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