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52<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

terminadas variações climáticas naturais, as quais ocorrem como consequência da atuação de<br />

fenômenos naturais de longo prazo, tais como as Oscilações Decadal do Pacífico (ODP). Por<br />

outro lado, as médias dos atributos atmosféricos mascaram os eventos extremos.<br />

Especificamente no que se refere ao conhecimento das características das precipitações,<br />

é relevante nas análises de infiltração considerar o comportamento dos eventos quanto a intensidade,<br />

duração e frequência. Entretanto, no Brasil, conhecer o comportamento dos eventos<br />

pluviométricos quanto à intensidade apresenta grandes obstáculos, devido à escassez dos<br />

registros de pluviógrafos. A escassez de dados climáticos completos no território brasileiro<br />

constitui-se em uma das principais dificuldades encontradas por pesquisadores. As estações<br />

são pontuais, e a regionalização dos dados é feita a partir da interpolação. Atualmente, os<br />

modelos têm avançando no sentido de que dados de sensores remotos oriundos de plataformas<br />

orbitais, aeronoves e balões, sejam utilizados na obtenção de informações usadas para a<br />

previsão do tempo e das catástrofes climáticas.<br />

No Brasil, informações climáticas podem ser obtidas junto aos órgãos de abrangência<br />

nacional e estadual, como, por exemplo, Instituto Nacional de Meteorologia (INMET),<br />

Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária<br />

(EMBRAPA), Sistema Meteorológico do estado do Paraná (SIMEPAR), Fundação Cearense<br />

de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), Empresa de Pesquisa Agropecuária<br />

e Extensão Rural de Santa Catarina/Centro de Informações de Recursos Ambientais e de<br />

Hidrometeorologia (Epagri/Ciram), Centro de Pesquisa Meteorológicas e Climáticas<br />

Aplicadas a Agricultura (CEPAGRI/UNICAMP), Sistema de Meteorologia e Hidrologia do<br />

Estado de Goiás (SIMEGO).<br />

2.1 Interface solo e clima nas regiões tropicais<br />

Os solos tropicais recobrem cerca de 65% do território brasileiro. São altamente intemperizados.<br />

Seu comportamento mecânico e hidráulico peculiar apresenta conformidade com<br />

o grau de intemperismo ao qual foi submetido. Nas regiões tropicais, do manto de cobertura<br />

até a profundidade da franja capilar, estão geralmente presentes os solos não saturados. O fato<br />

de os solos tropicais intemperizados encontrarem-se, na maioria das vezes, na condição não<br />

saturada contribui ainda mais para certas particularidades inerentes ao seu comportamento.<br />

Para Fredlund e Rahardjo (1993), o comportamento hidromecânico dos solos não saturados<br />

pode ser considerado como função das condições na interface solo e atmosfera. As condições<br />

atmosféricas respondem por variações no conteúdo de água dos poros, influenciando o seu<br />

comportamento mecânico e hidráulico.<br />

As propriedades físico-químicas, mineralógicas e estruturais dos solos tropicais não saturados<br />

apresentam estreita relação com o movimento da água no solo por meio do fluxo<br />

ascendente, representado pelos processos de evaporação e/ou evapotranspiração e do fluxo<br />

descendente, o qual ocorre a partir de diferentes formas de precipitação e é representado pela<br />

infiltração. De acordo com Fredlund e Rahardjo (1993), a variação dos fluxos de umidade<br />

determina as condições de poropressão no solo e correspondem às variações sazonais decorrentes<br />

das condições atmosféricas. No caso de regiões de clima tropical, situação comum no

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