17.06.2015 Views

baixar

baixar

baixar

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Capítulo 3<br />

A influência do clima na infiltrabilidade<br />

do solo<br />

Gislaine Cristina Luíz<br />

Luis Fernando Ribeiro Martins<br />

José Camapum de Carvalho<br />

1 Introdução<br />

A falta de planejamento voltado para o uso e ocupação do solo, condizente com a dinâmica<br />

do ambiente físico, tem acarretado sérios danos socioeconômicos e ambientais, observados<br />

principalmente nos centros urbanos. Nessas condições de ocupação mal ordenada, com a<br />

ocorrência de episódios pluviométricos intensos, em duração ou em distribuição, os processos<br />

na interface solo-atmosfera são deflagrados ou acelerados, acarretando diferentes tipos de impactos.<br />

Os impactos são causados principalmente pela perda da estabilidade do maciço, dando<br />

origem a fenômenos como os de ruptura de encostas, subsidências, ou mesmo intensificando<br />

os processos erosivos. Outros problemas como assoreamentos e inundações também são recorrentes<br />

e agravam-se à medida que a paisagem humaniza-se.<br />

Diante dos distintos problemas intrínsecos à degradação do meio físico, o comportamento<br />

dos solos não saturados tem despertado interesse na análise da interface solo-atmosfera,<br />

em particular nas regiões tropicais. Nessas regiões, os diferentes níveis de degradação são<br />

agravados principalmente devido a fatores internos, tais como as características do arranjo estrutural<br />

e a composição química e mineralógica do maciço, aliados a fatores externos ligados<br />

ao clima, como o nível e a distribuição das precipitações. Os fatores internos são resultantes<br />

do intemperismo, portanto relacionados às características climáticas do local. Cabe destacar<br />

que, embora o processo de intemperização dos maciços, principalmente o químico-mineralógico,<br />

seja lento, podem ocorrer alterações, em especial físico-estruturais, em curto intervalo<br />

de tempo, devido à antropização local ou mesmo regional.<br />

Devido ao arranjo estrutural e à composição químico-mineralógica, os solos tropicais<br />

lateríticos apresentam comportamento hidromecânico peculiar. Em estreita relação com o<br />

grau de intemperismo, esses solos apresentam elevada porosidade, que se distribui entre os<br />

agregados, macroporosidade e, no interior deles, microporosidade, conferindo-lhes uma estrutura<br />

bimodal. Os agregados são ligados por pontes de argila ou ligações cimentícias de<br />

sesquióxidos de ferro e/ou alumínio (Lima, 2003; Cardoso, 2002).<br />

Tendo em vista essas características físico-químicas, mineralógicas e estruturais, os fluxos<br />

de umidade determinam as condições de estado desses solos, pois, além de responderem<br />

por constantes variações no conteúdo de água dos poros do solo, proporcionando alterações

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!