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A infiltração no contexto do plano urbanístico e dos projetos paisagístico e arquitetônico 37<br />

avaliados em sentido mais amplo. Por exemplo, a geologia estrutural e as condições hidrogeológicas<br />

locais, como as variações do nível d’água, assumem grande importância em projetos<br />

de fundação, contenção, impermeabilização e drenagem. Portanto, é preciso ter uma visão<br />

integrada quanto às tendências de uso e ocupação do solo.<br />

Assim, em uma área urbana destinada a edifícios residenciais ou comerciais, deve-se,<br />

hoje no Brasil, dispensar atenção especial à necessidade de subsolos, pois estes podem interferir<br />

diretamente na posição do lençol freático ao afetarem o fluxo de água na subsuperfície,<br />

além de reduzirem a capacidade de armazenamento natural de água (Camapum DE Car-<br />

VALho et al., 2009). A mesma atenção deve-se ter quando da opção por meios de transporte<br />

de massa, como os metrôs, os quais frequentemente necessitam de túneis que, além de intervirem<br />

nos fluxos subterrâneos, podem igualmente comprometer a capacidade de armazenamento<br />

de água no subsolo.<br />

Como mencionado anteriormente, a capacidade de infiltração bem como a de armazenamento<br />

de água de um solo dependem de diversos fatores, inclusive de características<br />

texturais, estruturais e da distribuição granulométrica nos perfis. Entretanto, essas características<br />

devem ser avaliadas mantendo os solos em estado natural ou quase natural, ou seja, sem<br />

que a sua textura e estrutura sofram alterações em laboratório por meio do uso de agentes<br />

químicos, como os defloculantes, ou mecânicos, como os misturadores. As alterações das<br />

referidas características interferem sobremaneira nas taxas de condutividades hidráulica, isto<br />

é, na velocidade de percolação da água através dos poros dos solos e, consequentemente, na<br />

velocidade de descarga, impedindo o estabelecimento de relações com a capacidade de infiltração<br />

no campo.<br />

A condutividade hidráulica é uma das propriedades essenciais dos solos e necessária<br />

a todos os estudos que envolvem o fluxo de água nesse meio. Ela se encontra associada às<br />

propriedades físico-químicas e mineralógicas do solo. Para fins de planos urbanísticos, esse<br />

parâmetro é um dos fatores preponderantes na escolha de materiais para, por exemplo, a<br />

construção de barreiras impermeabilizantes e de sistemas de infiltração. Assim, para que se<br />

defina a capacidade de infiltração de um perfil de solo, limitando-se às propriedades físicas, é<br />

fundamental considerar não só a textura e a estrutura dos solos, mas também o arranjo estrutural,<br />

a porosidade e a distribuição dos poros.<br />

A porosidade e a distribuição de poros no solo estão, em regiões tropicais, quase sempre<br />

associadas ao grau e ao processo de intemperização sofridos. Essas características são extremamente<br />

importantes para o processo de infiltração, embora as propriedades do manto de<br />

intemperismo transcendam a questão da infiltração, pois são definidoras, por exemplo, do<br />

tipo de fundação e das condições de escavação.<br />

No perfil de intemperismo, é comum o nível d’água freático, quando presente, encontrar-se<br />

no contato com o solo pouco intemperizado, solo saprolítico. Logo, geralmente, quanto<br />

menos espesso o manto de intemperismo, mais superficial é o nível d’água freático. Cabe<br />

destacar que quanto mais superficial for o nível d’água, maior deve ser a preocupação com a<br />

qualidade da água a ser infiltrada, devido ao aumento do risco de contaminação dessa água. A<br />

posição do nível d’água é, ainda, importante para se definir o tipo de estrutura de infiltração<br />

(poços, trincheiras, valas) a ser adotada no projeto de drenagem.<br />

No processo de infiltração, as características físicas e químico-mineralógicas do manto<br />

de intemperismo assumem grande relevância. Mineralogicamente, os solos mais jovens, solos

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