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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Segundo Brandão et al. (2006), a chuva é ainda responsável pelo fenômeno do encrostamento<br />

superficial, que é um fenômeno limitador da infiltração. A sua influência dependerá<br />

não só das características do solo e de sua cobertura, como também das características das<br />

próprias gotas de chuva como dimensão, direção do impacto e energia final, sendo esta afetada<br />

por aspectos como velocidade e direção do vento.<br />

Em se tratando de áreas impermeabilizadas e mesmo com elevado nível de degradação,<br />

como ocorrem nas grandes metrópoles, as intensidades das precipitações não são recebidas<br />

espacialmente de forma igual e, assim, podem ser consideradas relativas, dadas as especificidades<br />

do local, como, por exemplo, relacionadas aos fatores morfométricos, morfológicos e<br />

de ocupação e uso do solo.<br />

2.1.5 Vento<br />

No que concerne ao clima, o vento consiste no mecanismo que rege o transporte de uma<br />

massa de ar no sentido horizontal, sendo extremamente variável. Esse mecanismo resulta dos<br />

gradientes horizontais de pressão atmosférica, cuja variação depende dos fatores temperatura,<br />

altitude e umidade. Dentre esses fatores, no âmbito dos Planos Urbanísticos, a temperatura e<br />

a umidade são os mais relevantes, pois exercem influência no aquecimento diferencial entre<br />

locais próximos. A partir desse aquecimento diferenciado, gera-se uma célula de troca de ar<br />

entre duas localidades.<br />

Assim, o vento é um fator climático relevante para a interação solo-atmosfera e, como<br />

tal, deve também ser levado em conta no plano urbanístico, porque, além dos esforços que<br />

impõe às estruturas, também atua regulando a temperatura e umidade do ar, como resposta<br />

da troca das massas de ar. Junto ao solo, como consequência do atrito entre massas de ar em<br />

deslocamento e a superfície do terreno, a velocidade do vento diminui, sendo nula junto à<br />

superfície (SIQUEIRA PINTO e AGUIAR NETTO, 2008). É importante ressaltar que, sobre<br />

superfícies vegetadas, a velocidade dos ventos se anula no topo da planta ou pouco abaixo dela<br />

(TUBELIS e NASCIMENTO, 1992). Nesse sentido, com foco no equilíbrio da interação solo-<br />

-atmosfera, ressalta-se a relevância de Planos Urbanos e Periurbanos que não apenas prezem<br />

pela implantação ou manutenção da arborização nos centros urbanos, como também priorizem<br />

a análise espacial que considere as partes e o todo contemplando vários locais.<br />

O vento, ao afetar a interação solo-atmosfera, influencia a infiltração das águas pluviais.<br />

Áreas mais sujeitas ao vento apresentam maior desidratação do solo e, por consequência,<br />

maior sucção, ampliando o gradiente hidráulico inicial. O vento exerce também, como já<br />

visto, grande influência sobre as características da precipitação, afetando o tamanho, a direção<br />

de incidência e a energia das gotas de chuva.<br />

2.2 Fatores internos<br />

Vários são os fatores internos importantes para a infiltração, tais como: tipo de solo,<br />

nível de intemperização e espessura do manto de intemperismo, presença e variação do lençol<br />

freático, tipos de rochas e outros parâmetros geológicos e hidrogeológicos. No plano urbanístico,<br />

a importância desses fatores extrapola a questão da infiltração, os quais devem ser

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