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A infiltração no contexto do plano urbanístico e dos projetos paisagístico e arquitetônico 31<br />

é, porém, dotado de completa reversibilidade. O grau de reversibilidade dependerá não só da<br />

composição químico-mineralógica do solo, mas também da sua cobertura, da atividade biológica<br />

e das bioturbações. Solos desnudos tendem a apresentar menor reversibilidade e maior<br />

grau de variação de porosidade em relação ao estado inicial. Em se tratando de solos argilosos<br />

e siltosos com partículas lamelares não estruradas, é comum que o processo se faça acompanhar<br />

da orientação das partículas paralelamente à superfície do terreno, o que contribui<br />

para reduzir a taxa de infiltração. No caso de as partículas de argila e/ou silte encontrarem-se<br />

estruturadas, formando agregados estáveis, o fenômeno é minimizado. Brandão et al. (2006)<br />

discutem a questão mostrando a importância das feições estruturais dos solos como definidoras<br />

da taxa de infiltração e exemplicam com estudos presentes na literatura.<br />

Ilustrando a importância da insolação para a maior ou menor alteração dos materiais<br />

expostos à radiação, a Figura 4 mostra o caso de um muro de contenção localizado no Distrito<br />

Federal, no lado sudoeste da Esplanada dos Ministérios, ou seja, sujeito predominantemente<br />

ao sol da tarde. Nesse caso, existia um contato direto entre o solo e o material do muro e da<br />

face (solo e muro) com a atmosfera. Os múltiplos ciclos de umedecimento e secagem entre<br />

os períodos de insolação e os de sobreamento e noturno conduziram à degradação dos elementos<br />

estruturais de concreto. Cabe destacar que, no lado oposto da Esplanada, voltado para<br />

nordeste, tais deteriorações no mesmo tipo de estrutura não foram, na época, observadas.<br />

No âmbito do Urbanismo, é importante considerar pesquisas realizadas nos trópicos<br />

desde a década de 1950, as quais indicam que as superfícies das paredes voltadas para leste<br />

e oeste apresentam maior variação térmica ao longo do ano (GEIGER, 1990). Além dessa<br />

variação anual das paredes voltadas para leste e oeste nos trópicos, no Hemisfério Sul as exposições<br />

voltadas para norte, noroeste, nordeste, oeste e leste recebem mais energia “calorífico-<br />

-luminosa”, quando comparadas com aquelas cujas faces estão voltadas para outras direções<br />

(MENDONÇA, 1994).<br />

(a)<br />

Figura 4. a) Vista geral de muro degradado; b) detalhe da degradação.<br />

(b)<br />

Portanto, a insolação deve ser vista como um elemento importante no Plano Urbanístico,<br />

não apenas pelos exemplos mostrados, mas também porque hoje a energia solar constitui-<br />

-se em riqueza natural importante a ser utilizada pelo homem. Quando se consideram as<br />

regiões tropicais, essa importância deve ser uma preocupação redobrada nos Planos Urbanísticos<br />

devido ao elevado ganho anual de energia, que, associado às modificações intensas<br />

das superfícies, tende a influenciar no aumento das temperaturas. É evidente que em uma

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