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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

A Figura 4a mostra que, para uma mesma energia externa, no caso a temperatura, o nível<br />

de hidratação do solo variará segundo a mineralogia. Já a Figura 4b mostra que o nível de<br />

hidratação do solo variará também com a sua química. Cabe destacar que, a menos que outras<br />

variações de energia ocorram no solo, a uma determinada energia externa corresponderá uma<br />

mesma energia de retenção independentemente da química ou mineralogia do solo, pois se trata<br />

de variação de energia interna para compensar a variação de energia externa aplicada ao solo.<br />

Figura 4. a) Variação da umidade higroscópica segundo o mineral; b) variação da umidade higroscópica<br />

segundo os cátions trocáveis.<br />

Após esta breve introdução, é possível situar a energia no contexto dos comportamentos<br />

hidráulico e mecânico.<br />

No comportamento hidráulico, a facilidade de movimentação das moléculas de água<br />

(fluxo) devido à energia gravitacional será tanto maior quanto menor o déficit de energia<br />

em cada partícula, pois, em existindo, o déficit será suprido pelas moléculas de água, cátions<br />

e ânions que se fizerem presentes. Como resultado, a água dos poros perde mobilidade, por<br />

encontrar-se atraída pelas partículas sólidas. Considerando-se, porém, a movimentação das<br />

moléculas de água devido ao déficit de energia interna, esta será tanto maior quanto maior<br />

o déficit, podendo evidentemente ocorrer restrições a tais movimentos, como é o caso do<br />

surgimento de bolhas oclusas ou de uma frente gasosa. Em síntese, considerando-se a questão<br />

do equilíbrio de energia, pode-se entender, por um lado, que a infiltração será tanto maior<br />

quanto maior a porosidade do solo e maior a carga hidráulica gravitacional; por outro lado, a<br />

infiltração será tanto mais importante quanto maior o déficit de energia interna. No primeiro<br />

caso, sendo elevada a porosidade, as moléculas de água à medida que se afastam das partículas<br />

estarão menos sujeitas a suas energias de retenção de água, e quanto mais elevada a energia<br />

gravitacional com maior intensidade ocorrerá o desequilíbrio de energia favorável ao fluxo,<br />

ampliando a taxa de infiltração. Já no segundo caso, sendo elevado o déficit de energia interna,<br />

a partícula buscará supri-lo de modo mais intenso, ampliando a taxa de infiltração.<br />

Quando se avalia o problema do fluxo no contexto da energia, é necessário levar em<br />

conta as características do fluido, tais como a temperatura e a composição química, pois são,<br />

na realidade, componentes de energia.<br />

No campo do comportamento mecânico, essas interações entre partículas, seja de natureza<br />

químico-mineralógica (forças de adsorção), seja de natureza físico-química (forças capilares),<br />

projetam-se como tensões interpartículas, intervindo diretamente em parâmetros<br />

como resistência (coesão e atrito), deformabilidade, colapso e expansão. Portanto, a infiltração<br />

de águas pluviais deve passar por avaliações do comportamento mecânico do solo frente<br />

às variações de umidade a que ele se sujeitará.

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