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624<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

atmosférica, sendo essa última diretamente relacionada aos efeitos térmicos da radiação solar<br />

e aos processos de aquecimento da massa de ar. Como consequência das condições atmosféricas,<br />

têm-se numerosas formas de troca de energia, como por evaporação (calor latente<br />

retirado do solo) e precipitação (aumento do estado energético da água do solo), ou mesmo<br />

trocas direta de energia calorífica, por irradiação solar, condução e convecção de calor do ar<br />

atmosférico em contato com a superfície do terreno.<br />

Para o entendimento da influência dessas formas de energia atuando como condicionantes<br />

externas do estado do maciço (umidade, porosidade, estrutura), é necessário avaliar<br />

o elo entre uma partícula de argila e a solução eletrolítica (moléculas de água, cátions e<br />

ânions) que a hidrata (Figura 2). Para analisar esse elo, foram preparadas as Figuras 2, 3 e<br />

4, não havendo, no entanto, preocupação com a escala nem com a real variação de energia.<br />

Trata-se apenas de esboços dos fenômenos. Cabe lembrar que, nas partículas de minerais<br />

de argila, comumente predominam cargas negativas na face e positivas nos bordos. Geralmente,<br />

para neutralizar essas energias de superfície (cargas de superfície), a partícula é<br />

hidratada por uma solução eletrolítica de água, sendo a espessura da camada de hidratação<br />

função da energia externa (temperatura, pressão), da mineralogia da partícula (caulinita,<br />

ilita, clorita, montmorilonita, etc.) e dos cátions trocáveis presentes no solo, por exemplo,<br />

sódio e cálcio.<br />

É apresentada, na Figura 2a, a variação da hidratação de uma partícula de argila com<br />

a temperatura e, na Figura 2b, essa variação com a pressão atuante no solo. Observa-se respectivamente,<br />

nessas figuras, que a umidade da partícula diminui com aumento da temperatura<br />

e da pressão externas. Aumentando-se a energia térmica externa, ocorre desidratação<br />

da partícula como forma de restabelecer o equilíbrio de energia na interação solo-atmosfera.<br />

O mesmo ocorre com relação à pressão, que é também uma forma de energia. O fenômeno<br />

em relação à temperatura deixa claro que procedimentos como o de secagem do solo ao ar<br />

vão conduzi-lo a umidades higroscópicas que variarão, dentre outros, com a temperatura<br />

ambiente. Por sua vez, o fenômeno em relação à pressão permite que se faça um paralelo com<br />

o que ocorre na determinação da curva característica pela técnica da translação de eixos.<br />

Em ambos os casos, assim com nos demais que serão ilustrados nas Figuras 3 e 4, embora<br />

a discussão se dê aqui em nível de partícula, o entendimento pode ser ampliado para o solo<br />

como um todo. Para que o sistema entre internamente em equilíbrio, uma partícula supre sua<br />

deficiência energética em partículas vizinhas que, por sua vez, também se apresentam com<br />

potenciais deficientes de energia. Essa compensação de energia entre partículas, para que se<br />

restabeleça o equilíbrio do sistema solo-solução eletrolítica de água, estabelece entre elas uma<br />

ligação que variará na proporção da deficiência de energia. Quando o solo é umedecido, ou<br />

seja, quando se disponibiliza água, como no processo de infiltração, as partículas passam a<br />

depender menos umas das outras, enfraquecendo, assim, o elo entre elas. Esse fenômeno de<br />

natureza químico-mineralógica se soma ao oriundo da energia capilar, fenômeno de natureza<br />

físico-química, que não será aqui tratado, pois o objetivo dessas análises se volta tão somente<br />

para mostrar a importância de se considerar a energia na análise de fenômenos como os de<br />

infiltração, subsidência e ruptura de encosta, não se fazendo necessário considerar os dois<br />

fenômenos para que se estabeleça esse entendimento. Cabe apenas lembrar que a capilaridade,<br />

embora sofra uma forte influência do aspecto físico (porosidade), depende também da<br />

energia de superfície dos minerais.

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