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30<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Logo, a relação entre temperatura e incidência dos raios solares está relacionada às variaçoes<br />

diárias e anuais da altura solar (h) do lugar. Quanto mais perpendicular incidir os<br />

raios solares, menor será a altura do ângulo solar e também menor será a área da superfície<br />

atingida, o que decorre em maior concentração de energia por unidade de área. Consequentemente,<br />

o aquecimento dessas superfícies será maior se comparada à incidência de raios em<br />

superfícies cujo ângulo seja oblíquo (Mendonça e Danni-OLIVEIRA, 2007).<br />

Assim, quanto mais perpendicular a incidência dos raios solares, temperaturas mais elevadas<br />

ocorrerem na superfície do solo e, como consequência, maior energia disponível para o<br />

processo de evapotranspiração. Por um lado, a evapotranspiração promoverá o ressecamento<br />

do solo com aumento da sucção nele atuante, intervindo assim, na capacidade de infiltração.<br />

É importante lembrar que, ao se alterarem as condições de evapotranpiração, alteram-se<br />

o balanço hídrico e as condições de precipitação. A elevação da temperatura na superfície do<br />

solo, por sua vez, pode impor variações térmicas no fluido durante o seu trajeto, interferindo,<br />

assim, na infiltração por meio de alterações nas características do fluido de percolação, como<br />

viscosidade e densidade.<br />

A Figura 3 mostra imagens feitas em novembro de 2011 dos taludes do corte da via de<br />

acesso à ponte JK, em Brasília, partindo-se da DF 001 em direção ao Plano Piloto. Percebe-<br />

-se, na Figura 1a, que a vegetação no talude voltado para a nascente encontra-se muito mais<br />

exuberante e densa que no talude voltado para poente mostrado na Figura 1b. Destaca-se que<br />

o período e a técnica de plantio foram os mesmos nos dois casos. Aparentemente, estaria a insolação,<br />

nesse caso, interferindo na umidade de equilíbrio solo-atmosfera, definindo a maior<br />

e a menor exuberância e densidade da vegetação. É evidente que outros fatores, como a forma<br />

do relevo e a hidrogeologia, contribuem para esse processo de interação solo-atmosfera. No<br />

tocante ao parâmetro relevo, o exemplo citado ilustra bem a relevância da inclinação das superfícies<br />

do terreno associada à sua exposição aos raios solares, como fatores importantes na<br />

distribuição da energia “calorífica-luminosa”, corroborando o que Geiger (1990) denomina de<br />

“clima de encosta”. Segundo o referido autor, quanto maior a inclinação de uma dada superfície,<br />

maior é a concentração de energia.<br />

(a)<br />

Figura 3. Via de acesso à ponte JK em Brasília, DF.<br />

(b)<br />

Ainda sobre a interação solo-atmosfera, cabe destacar o efeito dos ciclos de molhagem e<br />

secagem na variação volumétrica do solo. Geralmente, o umedecimento conduz ao aumento<br />

da porosidade e a secagem, à sua diminuição. Esse movimento de expansão e contração não

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