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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Cabe lembrar que, nas soluções em que são adotados pavimentos permeáveis, é fundamental<br />

a observação de critérios de compatibilidade técnico-ambiental. Nesse sentido, um<br />

primeiro aspecto a ser considerado diz respeito à origem dos elementos estruturais de revestimento,<br />

pois, como indicado no texto, os pavimentos intertravados construídos com bloquetes<br />

de pedra tendem a apresentar, devido à irregularidade de sua forma, juntas mais espessas que<br />

favorecem à infiltração das águas pluviais que caem sobre o revestimento. Um segundo aspecto<br />

está ligado à forma dos elementos manufaturados. Aqueles vazados, como os mostrados na<br />

Figura 11b, apresentam maior capacidade de drenagem que os maciços (Figura 10a). Existem<br />

ainda, embora pouco usados e requerendo cuidados com a manutenção de sua capacidade<br />

drenante, os elementos estruturais porosos que permitem a infiltração das águas pluviais.<br />

Levando-se em conta tais aspectos, o primeiro cálculo a ser feito diz respeito à capacidade<br />

de drenagem das juntas de travamento, dos furos se o elemento for vazado e dos poros<br />

se o elemento estrutural for drenante. Calculando-se a capacidade drenante e levando-se em<br />

conta a taxa de infiltração (permeabilidade) da camada de assentamento, é possível determinar,<br />

ainda que de modo aproximado, o volume precipitado passível de ser infiltrado, devendo<br />

o restante ser conduzido aos sistemas de drenagem convencionais ou alternativos, como é o<br />

caso das trincheiras e valas de infiltração.<br />

Devido à possibilidade de colmatação do sistema de drenagem superficial (juntas, furos,<br />

elementos estruturais porosos), recomenda-se atenção especial para se evitar o aporte de sedimentos<br />

para a superfície do pavimento.<br />

Embora seja possível realizar operações de prevenção e manutenção, deve-se utilizar<br />

as condições de fluxo mínimas aceitáveis ou admitidas na determinação da capacidade de<br />

infiltração. Por exemplo, se for admitido que as manutenções de limpeza das juntas serão<br />

realizadas a cada seis meses e que nesse espaço de tempo se perdem 30% da capacidade de<br />

drenagem, deve-se efetuar o cálculo da capacidade de drenagem considerando-se apenas 70%<br />

da capacidade nominal do material.<br />

Em breve cálculo estimativo e exemplificativo, é possível constatar que uma estrutura de<br />

pavimento executada em bloquetes retangulares maciços medindo 9,5 cm x 19,5 cm x 5 cm de<br />

altura e possuindo em média 5 mm de junta preenchida com areia cuja permeabilidade média<br />

é de 10 -4 m/s, apresentará uma capacidade de infiltrar através das juntas uma lâmina d’água<br />

de aproximadamente 5 mm quando ocorrer uma precipitação de 10 mm em uma hora. Cabe<br />

ressaltar que, se por um lado a capilaridade da areia tenderá inicialmente a acelerar a infiltração,<br />

em seguida, caso a fase ar torne-se oclusa, ela vai operar como barreira à infiltração, o que<br />

leva a considerar o valor apresentado como mera estimativa.<br />

Ultrapassada a camada estrutural correspondente aos intertravados, chega-se à camada<br />

de assentamento em areia na qual o fluxo tende a se espalhar e percolar para a camada de base.<br />

A camada de base deve, no caso dos pavimentos intertravados permeáveis, ser constituída<br />

preferencialmente por material pétreo estruturalmente insensível à água e com volume de poros<br />

com capacidade para armazenar a água infiltrada no período de acumulação, considerado<br />

em função da duração continuada das chuvas com pequenas intermitências. Para o cálculo<br />

do volume de poros, deve-se operar com o balanço hídrico, tendo-se como entrada o volume<br />

acumulado que se infiltrará na superfície do pavimento e tendo como saída o volume capaz de<br />

se infiltrar na sub-base ou no subleito no mesmo período de acumulação considerado. Cabe<br />

destacar que geralmente os manuais de execução recomendam a remoção e compactação<br />

do subleito em uma espessura de 60 cm, sendo a compactação realizada de modo a que se

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