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Capítulo 30<br />

Produção de carta geotécnica preliminar de<br />

capacidade de infiltração de água no solo<br />

em uma área do entorno do reservatório da<br />

usina hidrelétrica Corumbá IV (GO)<br />

1 Introdução<br />

Wagner Santos de Almeida<br />

Newton Moreira de Souza<br />

José Camapum de Carvalho<br />

Uma das principais preocupações da sociedade contemporânea diz respeito à escassez<br />

de água e à necessidade de otimização do seu uso. A água utilizada é comumente acumulada<br />

em reservatórios que servem ao abastecimento humano e agropecuário e à geração de energia<br />

elétrica. Se por um lado o escoamento superficial excessivo da água da chuva quase sempre dá<br />

origem a processos erosivos, por outro, o solo erodido deposita-se nos reservatórios, gerando<br />

o seu assoreamento e diminuindo a sua capacidade de armazenamento e a sua vida útil. Logo,<br />

a avaliação desses processos permite colocar em evidência a necessidade de se promover a<br />

infiltração das águas pluviais, de modo a otimizar a vida útil e a capacidade de acumulação<br />

dos reservatórios. Para a caracterização e análise do problema, foi selecionado o reservatório<br />

da hidrelétrica (UHE) de Corumbá IV.<br />

O reservatório da usina hidrelétrica (UHE) de Corumbá IV abrange uma área de 173<br />

km 2 e situa-se no curso principal do rio Corumbá, no Município de Luziânia (GO), em uma<br />

área do bioma de cerrado. A construção e o gerenciamento da UHE Corumbá IV atuam como<br />

um permanente modificador dos elementos que conformam a hidrografia local, com efeito<br />

desestabilizador sobre o equilíbrio natural, o que gera condições para a ocorrência de impactos<br />

ambientais, sociais e econômicos.<br />

A construção da barragem, por si só, bem como a formação do seu reservatório, normalmente,<br />

já modifica as condições naturais do curso d’água. O reservatório torna-se um<br />

meio natural de retenção de sedimento afluente que altera, substancialmente, a capacidade<br />

de infiltração dos solos situados no entorno do reservatório, além de reduzir a velocidade da<br />

corrente fluvial, o que acarreta o seu assoreamento gradual.<br />

As barragens de usinas hidrelétricas, em geral, são afetadas não só por processos de desmatamento,<br />

mas também, como no caso da UHE de Corumbá IV, pela expansão do cultivo<br />

mecanizado de certas culturas agrícolas sem os devidos cuidados com a conservação do solo,<br />

o que modifica sua capacidade de infiltração. Os processos de desmatamento potencializam<br />

os processos erosivos laminares, devido ao aumento do impacto das gotas de chuva, que não<br />

serão mais amortecidas pelas folhas, e ao ressecamento do solo, o que facilita a desagregação e<br />

o transporte do material terroso. Essas situações provocam o assoreamento dos mananciais das<br />

bacias hidrográficas contribuintes, além do agravante de os cursos d’água tributários apresentar<br />

contaminações por fertilizantes e agroquímicos, em geral, devido à agricultura mecanizada.

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