17.06.2015 Views

baixar

baixar

baixar

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Infiltração – outros impactos físicos e químicos 567<br />

Na geotecnia, as reações de dissolução são citadas por Souza (1978) como típicas do<br />

processo de intemperismo que forma os solos. A seguir, é ilustrada uma reação de dissolução<br />

que acontece com rochas compostas por carbonato de cálcio:<br />

CaCO 3<br />

+ H 2<br />

CO 3 → Ca(HCO 3<br />

) 2<br />

Após o destacamento dos íons de cálcio, magnésio e outros íons alcalinos das rochas,<br />

acontece o arraste para posições mais baixas no perfil. O destacamento e o arraste dão origem<br />

a vazios e canalículos que são formadores de locais de fluxo preferencial. O fluxo intenso é responsável<br />

pela esqueletização da rocha. A formação de enormes vazios e de estruturas reliquiares<br />

impedem a rocha de desabar. Na base dessas estruturas, costuma ocorrer a deposição dos<br />

materiais transportados sob a forma de coloides, que formam um gel ao se depositarem. Outras<br />

vezes, esses materiais se solidificam e formam as estalagmites e estalactites nas cavernas.<br />

Outra característica interessante dessas cavidades é o acúmulo de água. Em geral, encontra-se<br />

sempre um depósito de água que, por vezes, pode chegar à metade do volume da cavidade.<br />

Prandini (1990) instrumentou um grande número de poços profundos e instalou piezômetros<br />

e tassômetros em muitos locais na cidade de Cajamar. Seus estudos confirmam que,<br />

ao acionar o bombeamento nos poços, forma-se a subpressão nas cavernas e há recalques na<br />

superfície.<br />

Santos (2006) afirmam que, ao extrair a água do subsolo em locais de rochas cársticas,<br />

pode-se acelerar o processo de formação das cavidades e forçar a queda de seu teto. Em outras<br />

palavras, a ação antrópica pode acelerar o processo de subsidência em função dessas erosões<br />

internas.<br />

2.1 Erosões pseudocárstica em solos<br />

Nesta seção, é apresentado um estudo de caso realizado na zona rural do Município de<br />

Jangada, que fica a noroeste de Cuiabá, no Mato Grosso. O local é uma grande várzea com<br />

declividade variando por volta de 0,2 m/km. A vegetação nativa é de campo com larga predominância<br />

de gramíneas. Em alguns locais, aparecem arbustos que são baixos, retorcidos e<br />

espinhosos e há poucas árvores.<br />

A cidade de Jangada faz parte dos municípios que pertencem à Depressão Cuiabana. A<br />

região é uma planície cuja altitude média está por volta 140 m acima do nível médio do mar.<br />

À medida que se caminha para o leste, sul ou norte, encontram-se os limites naturais dessa<br />

planície numa distância que varia em torno de 150 km. Nas regiões limítrofes, a altitude pode<br />

passar dos 200 m. De um modo geral, a região é mal drenada devido à baixa permeabilidade<br />

do solo. Por outro lado, existe uma importante rede de drenagem superficial com córregos<br />

temporários escoando no período chuvoso. Ainda como consequência da baixa permeabilidade<br />

e do relevo plano, na época das chuvas formam-se muitos alagamentos, constituindo-se<br />

as várzeas e as lagoas que são típicas do pantanal mato-grossense.<br />

As rochas do embasamento existentes nessa área são do Grupo Cuiabá e se constituem<br />

de rochas metamórficas, principalmente filitos, sericitos e meta-arenitos. Essas rochas exibem<br />

uma xistosidade forte, com ângulo de mergulho da ordem de 60º a 80º. Os filitos são<br />

rochas metamórficas cujo intemperismo é lento, o que gera materiais residuais jovens, os<br />

neossolos litóticos, que predominam na Baixada Cuiabana. A exposição desses materiais

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!