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A infiltração e os fenômenos da inundação, erosão e esqueletização do maciço 555<br />

inicial pode abruptamente ser cessada. Quando a fase ar é descontínua, as bolhas de ar existentes<br />

podem atuar obstruindo a drenagem durante o processo de infiltração. No que tange à<br />

erodibilidade, a perda de sucção implica a perda de resistência, tornando o solo mais erodível.<br />

Mas existem também efeitos colaterais favoráveis ao processo erosivo, como a desagregação<br />

do solo quando a pressão positiva na fase ar ultrapassa a coesão real do solo ou do agregado,<br />

incluindo-se a cimentação.<br />

Desta breve e certamente incompleta discussão é possível notar que os fenômenos<br />

erosivos e de infiltração devem ser avaliados caso a caso, até porque, além das questões<br />

da erodibilidade e da infiltrabilidade da água no solo, há que se considerar o potencial de<br />

erosividade da água. A erosão e a infiltração nos maciços devem ainda levar em conta aspectos<br />

como o nível de intemperização do maciço, a geomorfologia, a topografia, a geologia<br />

estrutural e a hidrogeologia, a cobertura do solo e a sua ocupação e uso, a altitude devido<br />

às variações térmicas e de pressão, a umidade relativa do ar no processo de interação solo-<br />

-atmosfera e ainda a influência das características do fluido em relação ao solo, como temperatura,<br />

viscosidade e composição química que acabam intervindo no processo de erosão<br />

e infiltração. Mesmo a carga de sedimentos ou a dissolução de compostos químicos durante<br />

o fluxo são elementos intervenientes no processo de infiltração e erosão. Portanto, a questão<br />

é complexa, mas a engenharia vem apresentando significativos avanços na direção do seu<br />

entendimento.<br />

6 A erosão interna e outros processos que atuam no desencadeamento e na<br />

evolução das erosões<br />

A erosão interna pode também, de algum modo, ser relacionada ao avanço da infiltração.<br />

Assim como no caso da erosão de superfície, a erosão interna depende da porosidade, da<br />

distribuição de poros, da composição químico-mineralógica, da sensibilidade, da textura e de<br />

sua distribuição e do estado de saturação inicial do solo. A erosão interna, geralmente, ocorre<br />

quando a energia de percolação supera a capacidade do solo de resistir a essa energia, razão<br />

pela qual há dependência de todos os fatores citados. A infiltração, por sua vez, é exatamente<br />

a expressão das energias gravitacional e interna que buscam fazer com que o fluxo ocorra. De<br />

modo geral, o problema está ligado ao fato de o gradiente hidráulico atingir um valor crítico<br />

capaz de desestruturar o solo. O fenômeno pode ser progressivo enquanto atuação ao longo<br />

do tempo no maciço como um todo, ou abrupto, atuando no ponto de saída onde o gradiente<br />

torna-se crítico e desloca-se para o interior do maciço, fazendo-se também progressivo<br />

no tempo. O primeiro caso geralmente ocorre quando tem lugar o fenômeno da dissolução<br />

ou quando a matriz grossa não é filtro da fina, a qual não suporta os efeitos do gradiente<br />

hidráulico. Camapum de Carvalho et al. (1999) relatam um caso interessante de ocorrência<br />

desse fenômeno no Distrito Federal. O local que antes servira como jazida para a construção<br />

da rodovia BR 060 encontrava-se próximo ao bordo da chapada. Sua atuação como bacia de<br />

infiltração ao longo dos anos provocou o carreamento da matriz fina, desestabilizando o maciço<br />

e criando uma cavidade interna. Quando da execução de escavações para implantação de<br />

uma lagoa de estabilização, o topo da cavidade rompeu-se e a máquina que operava no local

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