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A infiltração e os fenômenos da inundação, erosão e esqueletização do maciço 553<br />

gotas de água de chuva, ao precipitarem, tocam o solo com uma energia cinética (Equação<br />

2) que é, em parte, absorvida como energia de compactação e, em parte, fraciona-se, sendo<br />

lançada na forma de pequenas gotas. As partículas de solo desprendidas pelo impacto<br />

podem permanecer no local ou serem deslocadas no interior das pequenas gotas ou externamente<br />

a elas.<br />

Ec = 0,5 mv 2 (2)<br />

No movimento de queda das gotas, a velocidade aumenta com o seu tamanho, pois,<br />

enquanto a massa é proporcional ao cubo de seu diâmetro, a resistência do ar, que depende<br />

da área, varia com o quadrado do seu diâmetro. Geralmente a velocidade máxima é atingida<br />

após uma dezena de metros. Motta (2001) apresenta resultados de um estudo de laboratório<br />

em que avalia por simulação o efeito das gotas de chuva atuando de modo isolado sobre a<br />

superfície do solo proveniente de duas erosões. No estudo, o pesquisador encontrou maior<br />

erodibilidade para o solo mais arenoso e menos poroso, refletindo a relevância do caráter não<br />

coesivo no desprendimento das partículas sob o efeito das gotas de chuva.<br />

A Figura 4b mostra que as energias dispendidas na compactação e no cisalhamento do<br />

solo dependerão do raio de incidência da gota em relação à superfície do terreno, ou seja,<br />

uma chuva de mesma intensidade e duração tocando o solo com a mesma energia terá o seu<br />

impacto em termos de compactação e desagregação dependente da direção do vento.<br />

Diante do exposto, a capacidade de infiltração do solo poderá ser reduzida quando da<br />

precipitação, seja devido ao processo de compactação, seja devido à colmatação dos poros<br />

gerada por pequenas partículas de solo deslocadas. É preciso que se some a esses efeitos o fato<br />

de que muitos dos insumos agrícolas incorporados ao solo como nutrientes ou defensivos,<br />

além de afetarem a biota, podem propiciar por si sós a sua desagregação, ampliando o efeito<br />

das gotas de chuva no deslocamento de partículas e na colmatação de poros.<br />

Outro problema que surge em área rural é o da compactação do solo gerada pelos ciclos<br />

de molhagem e secagem. Camapum de Carvalho (1985) mostra, para um solo fino rico em<br />

carbonado de cálcio, que a retração por secagem conduziu o solo a uma porosidade equivalente<br />

à energia de compactação Proctor Intermediário. No Capítulo 11 deste livro, Oliveira et<br />

al. (2012), ao estudarem um Latossolo Vermelho, mostram que insumos agrícolas contendo<br />

cloreto de potássio, ureia, calcário dolomítico e fósforo desagregam e facilitam a compactação<br />

do solo no processo de secagem. Destaca-se que a própria desagregação do solo já é causa<br />

de redução da infiltrabilidade, pois macroporos estarão dando lugar a poros menores. Cabe<br />

ainda esclarecer que, embora a literatura se refira à compactação como a redução de índice<br />

de vazios oriunda da aplicação de uma energia externa ao solo contendo certa umidade, aqui<br />

o efeito é o mesmo, porém a energia que provoca a redução de vazios é a interna, devido a<br />

variações de sucção/capilaridade.<br />

A compactação do solo gerada pelos ciclos de molhagem e secagem oferecerá como<br />

consequência a redução da permeabilidade e, portanto, da infiltrabilidade a partir da superfície<br />

do terreno em consequência da diminuição da porosidade. Ocorrerá ainda um ganho<br />

de resistência que será, em grande parte, aparente devido à atuação da sucção/capilaridade<br />

(OLIVEIRA et al., 2012).<br />

A capacidade de infiltração em meio rural pode ainda ser reduzida por meio do pisoteio<br />

de animais e passagem de máquina e poderá ser ampliada por bioturbações oriundas da ação

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