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A infiltração e os fenômenos da inundação, erosão e esqueletização do maciço 549<br />

4 A infiltração e sua relação com alagamentos e inundações<br />

Os alagamentos e as inundações estão, na maioria das vezes, associados a grandes precipitações<br />

pluviométricas, embora possam ter origem em outras causas, como rupturas de<br />

tubulações em sistemas de abastecimento e rupturas de diques e barragens. Restringindo-se<br />

ao elo entre essas ocorrências e as chuvas, elas acontecem devido:<br />

– ao excesso de impermeabilização em áreas urbana e periurbana;<br />

– ao excesso de impermeabilização ou à facilidade com que as águas pluviais escoam<br />

superficialmente em áreas rurais localizadas a montante dos pontos de inundação;<br />

– às duas causas precedentes conjuntamente.<br />

Destaca-se, porém, que muitas áreas urbanas, periurbanas e rurais anualmente inundadas<br />

no período de chuva o seriam normalmente, por certo em menor escala, pois naturalmente<br />

elas já se submetiam aos efeitos de enchentes quando não ocupadas. A falha, nesse caso,<br />

encontra-se na ocupação de áreas com elevado risco. A solução é quase sempre desocupá-las,<br />

embora outras medidas, como a construção de diques, barragens de armazenamento regulatório<br />

ou aterros, possam ser adotadas, mas muitas vezes com maior custo e certo risco para<br />

os ocupantes da área.<br />

A impermeabilização excessiva de áreas urbanas e periurbanas, geralmente, tem por<br />

consequência a ampliação do volume de água de chuva não infiltrado, acarretando dois problemas:<br />

o sistema de drenagem de águas pluviais não consegue responder à demanda, e a água<br />

não infiltrada ou não drenada dá lugar a alagamentos, inundações e erosões. Muitas vezes<br />

a ampliação da rede de drenagem de águas pluviais não resolve o problema; aliás, pode dar<br />

origem ao fenômeno da inundação propriamente dita quando a calha receptora não suporta<br />

o volume de água aportado por tais sistemas de drenagem. A solução do problema recorrente,<br />

assim como a ação preventiva em relação a novos espaços a serem ocupados passam por<br />

adoções de medidas estruturais e não estruturais. Como medidas estruturais, a solução ideal<br />

aponta para a necessidade de criar condições para infiltração da água de chuva próxima ao<br />

local onde é gerado o volume excedente. Essas condições podem ser geradas, dentre outras<br />

medidas, por meio da construção de reservatórios de armazenamento, bacias de retenção,<br />

bacias de detenção, poços, trincheiras, valas de infiltração, revegetação. Podem ainda ser adotadas<br />

soluções construtivas que reduzam o volume de água a ser drenado por esses sistemas,<br />

como a captação da água da chuva para uso doméstico e a adoção de pavimentos drenantes.<br />

A preservação de áreas verdes no que concerne aos alagamentos e às inundações é importante<br />

por reduzir o volume de águas pluviais excedente, sem que, no entanto, resolva de modo<br />

isolado o problema gerado pelas impermeabilizações excessivas. Ela tem função mitigadora e<br />

contribui para a recarga do aquífero.<br />

As medidas não estruturais incluem, por exemplo, as normas e os regulamentos que<br />

disciplinam a ocupação e uso do solo e a conscientização da população por meio da educação<br />

formal e não formal. As ações não estruturais são muito menos onerosas, surtem efeito ao<br />

longo do tempo e, geralmente, contribuem para a redução de custos das ações estruturais.<br />

A infiltração concentrada da água da chuva, além de comumente proporcionar a perda<br />

de resistência do solo quando este se encontra inicialmente em estado não saturado, pode<br />

ainda dar origem ao fenômeno da erosão interna, desencadeando ou ampliando processos<br />

erosivos ou gerando subsidências na superfície do terreno. Essas observações não condenam

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