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546<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

As erosões hídricas pluviais, quanto à forma como ocorrem, podem ser classificadas em<br />

erosão laminar ou superficial, erosão em sulcos, ravinas, voçorocas e erosão interna. Geralmente<br />

as quatro primeiras compreendem um processo evolutivo que se inicia com a erosão<br />

superficial, evolui com a concentração do fluxo para sulcos e, em seguida, formam ravinas<br />

que, ao atingirem o nível d’água, passam a ser intituladas voçorocas. A erosão interna ou<br />

piping ocorre, muitas vezes, associada ao processo de voçorocamento, mas pode ter origem<br />

simplesmente no fluxo concentrado de subsupefície, dando origem a subsidências sem atrelamento<br />

às voçorocas (Camapum de Carvalho et al., 1999).<br />

Dada certa polêmica existente no meio técnico-científico, convém ressaltar que hoje já<br />

se admitem como sinônimas as palavras “voçoroca” e “boçoroca”. Nota-se que o dicionário<br />

Houaiss da língua portuguesa (hOUAISS e Villar, 2009), já de acordo com a nova ortografia,<br />

inclui, ao definir voçoroca, a grafia “bossoroca” e considera indistintamente da grafia o<br />

termo como uma sinonímia de ravina. Frisa-se que, segundo a mesma fonte, a palavra ravina<br />

tem etimologia na língua francesa (ravine), e a palavra voçoroca (boçoroca ou bossoroca) tem<br />

etimologia na língua tupi (mboso’roca, gerúndio de mboso’rog, que significa romper).<br />

É necessário entender, para que se chegue à compreensão de várias rupturas de taludes<br />

de ravinas e voçorocas (Lima, 2003), assim como de encostas, que o fenômeno erosivo não<br />

se limita à remoção de uma camada de solo ou rocha alterada na superfície do terreno. Esse<br />

fenômeno pode compreender ainda o carreamento de compostos químicos solubilizados e<br />

de partículas de solo muita finas (coloides), por meio do fluxo de água no maciço, caracterizando,<br />

assim, um processo de esqueletização (ROOSE, 1977 apud Henensal, 1986). Esse<br />

processo de esqueletização termina por comprometer a estabilidade estrutural do maciço,<br />

conduzindo em muitos casos à sua ruptura. Destaca-se que o termo esqueletização corresponde<br />

ao fenômeno pedogenético da eluviação.<br />

Ao longo do capítulo, no que tange às erosões, serão discutidas apenas a erosão hídrica<br />

de origem pluvial e a sua relação com o processo de infiltração.<br />

3 Características das águas pluviais e sua influência no processo de infiltração e<br />

na estabilidade estrutural do solo<br />

A água é considerada um solvente universal e, devido a essa propriedade, atua na atmosfera<br />

dissolvendo compostos químicos e gases. Isso faz com que suas características variem de<br />

região para região, conforme o período do ano. Mas sendo um excelente solvente, a água não<br />

só leva elementos e compostos químicos para o solo, como dele os remove. Cabe lembrar que<br />

a água é também um solvente de gases e, com isso, pode atuar dependendo das condições<br />

atmosféricas geradas, por exemplo, pelo excesso de veículos a combustão em circulação, gerando<br />

chuvas ácidas, muitas vezes prejudiciais à estabilidade estrutural do solo. Assim, parece<br />

oportuno que a engenharia abandone o seu olhar míope no trato de rupturas de encostas,<br />

focado apenas no volume e na distribuição das precipitações pluviométricas, para analisar<br />

melhor os efeitos provenientes da ação química das águas pluviais, servidas e oriundas de<br />

áreas agrícolas. A água, enquanto solvente e meio de transporte de substâncias químicas, atua<br />

sobre as propriedades e o comportamento do solo influenciando na estabilidade dos maciços<br />

e no processo de evolução das erosões.

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