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A infiltração e os fenômenos da inundação, erosão e esqueletização do maciço 545<br />

O termo inundação advém do latim inundare, que significa “encher de água, inundar”.<br />

Aqui ele será usado significando o transbordamento das calhas de canais, córregos, rios e<br />

talvegues. Embora as inundações possam ter diferentes origens, serão aqui abordadas apenas<br />

aquelas oriundas do excesso de precipitação pluviométrica em relação às capacidades de infiltração<br />

e armazenamento. Não serão consideradas, por exemplo, aquelas que se originam da<br />

ruptura de diques e barragens, pois estes não deveriam, em princípio, romperem-se.<br />

Os alagamentos serão vistos como uma consequência do acúmulo de água proveniente<br />

de enxurradas, impermeabilização excessiva do solo e obstrução dos sistemas de drenagem<br />

urbana, não tendo origem no fenômeno do transbordamento de calhas. Enquanto os alagamentos<br />

são geralmente fruto do próprio meio urbano, as inundações podem ter origem no<br />

meio urbano, rural ou em ambos.<br />

As cheias e enchentes não serão abordadas neste capítulo, sendo relevante esclarecer a<br />

definição motivadora desta decisão. As cheias e enchentes são consideradas aqui como um fenômeno<br />

natural cíclico, distinguindo-se dos alagamentos e das inundações, que, por sua vez,<br />

são tidos como frutos da intervenção antrópica no meio ambiente, principalmente no que diz<br />

respeito à ocupação e ao uso do solo.<br />

Portanto, com base nesses conceitos gerais apresentados, o capítulo abordará apenas os<br />

temas alagamentos e inundações, focalizando as questões relativas à infiltração e ao excesso<br />

de impermeabilização.<br />

O termo erosão provém do latim (erodere) e significa “corroer”. Nos estudos ligados às<br />

Ciências da Terra, o termo é aplicado aos processos de desgaste da superfície terrestre (solo ou<br />

rocha) pela ação da água (erosão hídrica), a qual está aqui classificada, quanto à origem, em<br />

marinha, fluvial e pluvial, do vento (erosão eólica), do gelo (erosão glacial), da neve (erosão<br />

nival), das plantas (erosão fitogênica), de animais (erosão zoogênica), do homem (erosão antrópica).<br />

Outra categoria que poderia ainda ser inserida nesse grupo é a deflagrada a partir de<br />

movimentos de massa gravitacionais oriundos de instabilizações de taludes que, geralmente,<br />

associam-se ao excessivo aumento de umidade do solo com frequente elevação do nível d’água<br />

freático, ao processo de esqueletização do maciço ou ainda a erosões internas surgidas a partir<br />

do pé da encosta. As erosões deflagradas por movimentos de massa gravitacionais podem permanecer<br />

como simples rupturas de encostas, submetendo-se apenas aos efeitos de erosões superficiais,<br />

ou evoluírem para ravinas e voçorocas. Cabe esclarecer que a erosão hídrica pluvial,<br />

no entanto, geralmente tem relação direta com o escoamento superficial e/ou de subsuperfície.<br />

Segundo Camapum de Carvalho et al. (2006, p. 42),<br />

Os processos erosivos constituem-se numa forma natural de modelagem do relevo e<br />

atuam de modo conjugado aos processos pedogenéticos. De maneira geral, sob condições<br />

naturais, estes dois processos atuam equilibradamente, havendo certa equivalência<br />

entre a quantidade de solo erodida e a quantidade produzida. Denomina-se<br />

comumente este fenômeno de erosão natural ou erosão geológica. Quando se dá o<br />

rompimento deste equilíbrio devido à interferência do homem, e não é permitida<br />

ao solo a recuperação natural, dá-se origem a erosão acelerada ou erosão antrópica.<br />

Destaca-se que a dinâmica dos processos erosivos está intimamente ligada à própria dinâmica<br />

de variáveis causais, como clima e ocupação e uso do solo. O fato de o clima, por exemplo,<br />

estar muitas vezes relacionado a ocupação e uso do solo reflete a complexidade do tema erosão.

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