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Capítulo 27<br />

Colapso do solo devido à inundação: um<br />

estudo de caso<br />

Silvio Romero de Melo Ferreira<br />

Eduarda Queiroz Motta<br />

Herculano Carlos de Mendonça Neto<br />

1 Introdução<br />

O colapso de um solo pode ser causado pela mudança do estado tensional (tensão vertical,<br />

estrutura e sucção) e pela interação físico-química entre o fluido percolante e o solo.<br />

Na convenção anual da American Society of Civil Engeneers (ASCE), em 1976, na Filadélfia,<br />

definiu-se solo colapsível ou metaestável como o “solo não saturado (por água) que experimenta<br />

um rearranjo radical de partículas e grande redução de volume quando inundado com<br />

ou sem carga adicional” como descrevem Clemente e Finbarr (1981). O fenômeno do colapso<br />

tem acarretado vários danos em obras de engenharia, como trincas, fissuras ou mesmo rupturas<br />

de casas, edifícios, reservatórios e canais, depressões em pavimentos rodoviários e aterros.<br />

Muitos casos de colapso têm sido associados a vazamentos oriundos das redes de esgotos e<br />

de abastecimento de água, ou a vazamentos de sistema de armazenamento de combustíveis e<br />

efluentes químicos.<br />

Em Pernambuco, na cidade de Petrolina, por ocasião da construção do conjunto Habitacional<br />

Massangana, em 1981, constituído de 1200 casas, constatou-se a ocorrência de colapsibilidade<br />

nos solos de fundações das casas, responsáveis pelo aparecimento de fissuras, trincas<br />

e rachaduras em mais de 600 casas (ARAGÃO e MELO 1982). Durante o reassentamento<br />

de Itaparica, nas cidades de Petrolândia-PE e Rodelas-BA (1985-1987), várias edificações,<br />

incluindo casas, igreja, edifícios públicos, etc., apresentaram problemas de fissuras e trincas<br />

(FERREIRA, 1995). Em Rodelas-BA, 15% das 5043 casas construídas apresentaram problemas<br />

de rachadura. No interior de São Paulo, foram detectados vários casos de acidentes em<br />

solos colapsíveis (COLLARES e VILAR, 1998; LOBO et al.,2004). Em Brasília-DF, casos de<br />

ocorrência de solos colapsíveis foram descritos por Camapum de Carvalho et al. (1987), e<br />

ocorrências de solos colapsíveis em vários outros estados brasileiros foram apresentados por<br />

Ferreira (2008).<br />

Vários fatores influenciam a variação de volume dos solos devido à inundação, relacionados<br />

ao estado de tensão, estrutura, sucção, vazão de inundação, velocidade de deformação<br />

de colapso e o tipo de percolante. Este capítulo tem por objetivo analisar a influência de<br />

alguns desses fatores quanto à variação de volume e ao potencial de colapso de solo. Para esta<br />

análise de caso, é considerado um solo colapsível de Petrolândia-PE.

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