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516<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

4.6 Escorregamento em Morretes-PR<br />

Uma campanha mais detalhada em termos de instrumentação e ensaios de laboratório<br />

foi apresentada por Suzuki (2004) para a encosta onde há um oleoduto enterrado, o OLAPA<br />

da TRANSPETRO, localizada em Morretes, PR. O perfil geotécnico é constituído por depósito<br />

de solo coluvionar composto por argila siltosa saturada com presença de matacões, com<br />

espessura variando de 11 a 21 m, sobrejacente a uma camada de solo residual composto por<br />

silte arenoso, com espessura de 5 a 7 m sobre a rocha alterada de migmatito. A inclinação<br />

média da encosta é de 13º, como pode ser visto na Figura 22.<br />

A instrumentação para monitoramento dos movimentos da encosta consistiu inicialmente<br />

em: 6 inclinômetros, 12 piezômetros e 1 pluviômetro. A região apresenta alta pluviosidade,<br />

principalmente entre os meses de janeiro e fevereiro, um dos fatores responsáveis pela<br />

instabilidade da encosta.<br />

As obras para estabilização da encosta não estavam completamente implementadas; apenas<br />

a drenagem superficial tinha sido feita, quando, em fevereiro de 2001, após um período de<br />

chuvas intensas, o movimento da encosta foi acelerado, provocando um acréscimo de tensões<br />

no duto, levando-o à ruptura. A tubulação encontra-se parte instalada em uma massa de solo<br />

estável e um trecho paralelo à movimentação da massa coluvionar em rastejo, transmitindo<br />

esforços de tração na estrutura.<br />

O projeto para estabilizar a encosta consistiu em drenagem superficial e instalação de<br />

drenos sub-horizontais profundos. Em função das vazões desses drenos e das leituras dos piezômetros,<br />

o projeto foi aperfeiçoado com a instalação de novos drenos para re<strong>baixar</strong> o lençol<br />

freático. Isso diminuiu a velocidade da movimentação.<br />

Figura 22. Seção geotécnica do escorregamento de Morretes, PR (Suzuki, 2004).<br />

Suzuki (2004) fez várias correlações entre os dados e identificou picos de chuva e aceleração<br />

de deslocamentos nos inclinômetros. A Figura 23 apresenta uma dessas correlações<br />

entre o inclinômetro I-11, o piezômetro PZ-25, vazão média dos drenos e precipitação pluviométrica<br />

acumulada a 25 dias.<br />

Após a instalação do sistema de drenagem, não se verificou aumento significativo nos<br />

deslocamentos. Os picos no gráfico de precipitação acumulada indicados por i e ii, na Figura<br />

23c, mostram que há picos correspondentes tanto no gráfico de vazão média dos drenos,<br />

como no gráfico de elevação piezométrica. O pico indicado por ii é maior que i no gráfico<br />

de precipitação acumulada, porém não obedece à mesma proporção no gráfico de elevação<br />

piezométrica (Figura 23b). Provavelmente, isso se deve ao sistema de drenagem instalado na<br />

encosta. Os drenos horizontais profundos foram bastante eficientes no rebaixamento do nível<br />

freático, constatado pelos piezômetros.

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