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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

Em alguns drenos, a vazão após a perfuração chegou a 20 m³/hora por algumas horas e<br />

após a estabilização passava a variar em função da infiltração proveniente da chuva. O sistema<br />

funcionou perfeitamente, conforme pode se ver na Figura 10. A estabilização ocorreu em<br />

função do número de drenos instalados.<br />

Figura 10. Deslocamentos, números de<br />

drenos e chuvas mensais (Teixeira e<br />

Kanji, 1970).<br />

4.3 Morro dos Urubus<br />

Em 8 de abril de 1966, ocorreu um escorregamento no Morro dos Urubus, subúrbio do<br />

Rio de Janeiro. O perfil geotécnico é formado por uma capa coluvionar de 17 m de espessura<br />

sobreposta a um solo residual de biotita-gnaisse arenoso e está apresentado na Figura 11.<br />

Moreira (1974) apresentou dados de ensaios de laboratório e instrumentação em detalhes.<br />

Por meio da análise dados de piezometria, Moreira (1974) concluiu que havia a formação<br />

de um lençol artesiano no solo residual decorrente da cobertura de colúvio. Analisando<br />

os dados de caracterização apresentados por Moreira (1974), foi possível fazer o perfil de distribuição<br />

granulométrica e de limites, conforme pode ser visto na Figura 12. Não há diferença<br />

significativa dos limites de consistência entre os solos coluvionar e residual, porém, há uma<br />

diferença marcante na granulometria. A quantidade de argila e silte no solo coluvionar é bem<br />

superior à do solo residual. Essa composição pode explicar por que a camada superior faz<br />

uma barreira para formar um nível artesiano. O monitoramento da piezometria permitiu que<br />

Moreira (1974) concluísse que havia um tempo de retardo de 1 a 2 dias entre a ocorrência da<br />

precipitação e a variação do nível freático. Também observou que era necessário uma chuva<br />

acumulada em 4 dias para explicar a subida do nível freático em 5 m. Esses dados demostram<br />

que a infiltração e a contribuição da hidrogeologia nas encostas formadas em depósitos coluvionares<br />

são os fatores preponderantes para instabilização.<br />

Os piezômetros foram instalados após a ruptura, em janeiro de 1967, e também suas<br />

leituras não representaram as condições ocorridas na ruptura, em 16 de abril de 1966. Entretanto,<br />

de fevereiro até abril de 1967 a variação do lençol freático no piezômetro P-11, próximo<br />

do contato com o afloramento de rocha e inserido no solo saprolítico, variou de 10 m a 4 m de<br />

profundidade, correlacionando-se razoavelmente bem com as chuvas acumuladas de 15 dias,<br />

que atingiram cerca de 400 mm.

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