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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

A característica mais comum das encostas é ter uma espessura pequena de solo coluvionar ou<br />

solo maduro sobreposto a um solo menos permeável ou rocha pouco fraturada. A infiltração<br />

depende das condições não saturadas, pois pelo menos o solo superficial permanece não saturado.<br />

Assim, os mecanismos de infiltração apresentados no Capítulo 24 neste mesmo livro<br />

são válidos nesses casos. Os mecanismos semelhantes a esses podem ser causas de desastres<br />

naturais.<br />

Pesquisas desenvolvidas na Itália indicam que o estudo dos solos não saturados pode ser<br />

importante para explicar os mecanismos que deflagram alguns tipos de corrida e que também<br />

devem ocorrer nos escorregamentos brasileiros. Há diferença substancial quando o material<br />

escorregado está próximo à saturação ou está em condições não saturadas. As corridas de<br />

lama observadas na Itália estão associadas à liquefação pós-ruptura em condições saturadas.<br />

Infiltrações decorrentes de chuvas prolongadas podem saturar o solo e, inclusive, gerar<br />

pressão de água positiva rapidamente, cujo escorregamento resultante pode ser um tipo de<br />

mecanismo detonador de corridas, conforme relatos na Noruega.<br />

Nas encostas ocupadas irregularmente, nas quais há lançamento sem controle de águas<br />

residuárias, há um risco maior de escorregamento decorrente da infiltração adicional dessas<br />

águas. A ordem de grandeza da contribuição das águas lançadas nas encostas pode dobrar a<br />

média de precipitação anual. A taxa de infiltração das águas residuárias é praticamente constante<br />

e, por isso, é um importante agente preparatório para os escorregamentos. Além das<br />

águas residuárias, outra fonte de infiltração de origem não natural é o vazamento de tubulações.<br />

Há relatos de escorregamentos que só se justificam se for considerada a contribuição da<br />

infiltração adicional de origem antrópica.<br />

Agradecimentos<br />

O autor agradece ao CNPq, à CAPES e ao REAGEO/INCT pelo auxílio financeiro; aos<br />

alunos Flávio Franch, Danielle Melo e Silvia Suzuki, que trabalharam na área de estabilidade<br />

de taludes e têm os resultados citados neste livro; aos professores Cláudio Wolle e Willy Lacerda,<br />

que sempre têm colaborado com nosso grupo de pesquisa.<br />

Referências bibliográficas<br />

Andrade, M. H. N.; De Campos, T. M. P.; VARGAS Jr., E. A. (1992). Retroanálise do<br />

escorregamento da Encosta do Cactáreo. I Conferência Brasileira de Estabilidade de Ecostas,<br />

v. 1, p. 161-172.<br />

ASSUNção, D. M. S. (2005). Padrão quali-quantitativo do descarte de águas residuárias em<br />

áreas carentes: um estudo no Alto do Bom Viver em Salvador. Dissertação (Mestrado em<br />

Engenhaira Ambiental, UFBA, Salvador<br />

Cascini, L.; Sorbino, G. (2003). The contribution of soil measurements to the analysis of<br />

flowslide triggering. In: International Workshop on: Occurrence and Mechanisms of Flows in<br />

Natural Slopes And Earthfills, Napoli.

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