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Efeito da infiltração na elevação de nível freático nas encostas 493<br />

especiais de encostas não saturadas sujeitas a longos períodos de chuva, mas podem explicar<br />

vários escorregamentos e mesmos debris flows, tais como os que ocorrem em parte da Serra<br />

do Mar (sul do Brasil e no Rio de Janeiro).<br />

4 Infiltração decorrente de ação antrópica<br />

A ocupação das encostas promove uma série de alterações na geometria do talude (cortes<br />

e aterros), desmatamento, construções irregulares, plantios descontrolados, canalizações<br />

de água, lançamento de águas servidas, etc. Dentre os itens citados, as canalizações de água e<br />

as águas residuárias podem contribuir para infiltração de água nas encostas.<br />

Muitos escorregamentos são atribuídos a rupturas de tubulações de água, podendo ou<br />

não ser especulativos. Alguns casos em que havia suspeita de que poderia haver uma contribuição<br />

além das chuvas, os quais foram investigados com mais profundidade, são os seguintes:<br />

• Alto do Bom Viver, Salvador-Ba (Santos e ASSUNção, 2005; Jesus, 2008);<br />

• Alto do Reservatório, Recife-PE (Gusmão Filho et al., 1997; Ferreira e Lima,<br />

2005);<br />

• Bairro Jardim Califórnia, Nova Friburgo-RJ (De Campos et al., 2005);<br />

• Escorregamento da encosta do Túnel Rebouças-RJ (Feijó et al., 2009).<br />

4.1 Escorregamento no Alto do Bom Viver<br />

O escorregamento no Alto do Bom Viver foi citado no Capítulo 24, porque deve ter ocorrido<br />

sob condição não saturada. Jesus (2008) realizou análises de fluxo com dois cenários: um<br />

com infiltração de chuva associado com infiltração antrópica e outro considerando um fluxo<br />

adicional representando a ruptura de uma tubulação. A análise de fluxo realizada por Jesus<br />

(2008) usou como simplificação um perfil de sucção inicial idealizado como sendo igual a 50<br />

kPa, infiltração constante antes do evento deflagrador de 360h (com intensidade de 8,2x10 -8<br />

m/s) e uma chuva principal diferente para cada cenário: sem vazamento foi usada intensidade<br />

de 3,8x10 -5 m/s com duração de 0,6h e com vazamento foi usada intensidade de 1,31x10 -5 m/s<br />

com duração de 144h. Não fica claro na dissertação como se chegou a esses valores. Conforme<br />

discutido nos itens anteriores, os resultados poderiam variar bastante porque a distribuição<br />

de sucção depende das interações entre o solo e as condições ambientais ao longo do tempo<br />

pretérito. De qualquer forma, Jesus (2008) chegou à conclusão de que só usando um cenário<br />

com vazamento de água se justificaria o escorregamento ocorrido em 1992 no Alto do Bom<br />

Viver. Nessa mesma área ocupada, Santos e Assunção (2005) realizaram um estudo simples,<br />

mas inovador sobre a quantificação da contribuição da infiltração das águas residuárias, cuja<br />

metodologia está apresentada ao final desta seção.<br />

4.2 Escorregamento na Encosta do Alto do Reservatório, Recife-PE<br />

Em Recife, no local chamado de Alto do Reservatório, na encosta voltada para o Córrego<br />

do Boleiro em Nova Descoberta, ocorreu um escorregamento que também foi atribuído ao

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