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Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

2.3 Escorregamento da Encosta do Cactáreo-RJ<br />

O mecanismo de elevação do nível freático em uma encosta estável e não saturada no<br />

período de estiagem foi confirmada por Andrade et al. (1992) quando estudaram o escorregamento<br />

na Encosta do Cactáreo (Maciço da Tijuca-RJ). A seção geotécnica, indicada na Figura<br />

5, é composta por uma camada superficial coluvionar; a geologia é formada por Gnaisse<br />

Facoidal muito fraturado no contato solo rocha. Andrade et al. (1992) monitoraram a piezometria<br />

da encosta do Cactáreo por quatro anos. O resultado pode ser visto na Figura 6,<br />

juntamente com os dados de pluviometria.<br />

Analisando a Figura 6, pode-se constatar que os piezômetros ficam secos em boa parte<br />

do ano e há uma boa correspondência com os períodos de estiagem.<br />

Figura 5. Perfil longitudinal da encosta do<br />

Cactáreo (Andrade et al., 1992).<br />

Figura 6. Registros pluviométricos e<br />

piezométricos da encosta do Cactáreo<br />

(Andrade et al., 1992).<br />

A encosta permanece em condições não saturadas parte do ano e, nos períodos de precipitação<br />

prolongada, é gerada uma rede de fluxo. Andrade et al. (1992) afirmaram que a condição<br />

de sucção da encosta é importante para estudar o fluxo não saturado. Portanto, mesmo se<br />

tratando de um caso de estabilidade governada por aumento de pressão de água positiva nos<br />

poros, o processo de infiltração superficial se dá em meio não saturado.<br />

As análises de fluxo indicaram que é preciso haver uma fronteira impermeável para elevação<br />

do nível freático. As análises de estabilidade demostraram que a encosta é estável em<br />

condições de sucção nula e é preciso que ocorram valores de pressão positiva para justificar<br />

o escorregamento.<br />

2.4 Escorregamento da Lagoa-RJ<br />

Outro caso de escorregamento que ocorreu devido à pressão de água positiva, que ainda<br />

necessitou de estudos de infiltração em condições não saturada, foi relatado por Gerscovich<br />

et al. (2011). Em fevereiro de 1988, aconteceram vários escorregamentos na cidade do Rio de<br />

Janeiro.<br />

A pluviometria acumulada dos 21 dias antecedentes foi de 515,6 mm com o pico de 85,4<br />

mm num dia. Nove meses depois, ocorreu um deslizamento na encosta da Lagoa-RJ em área

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