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Infiltração e estabilidade de encostas em condições não saturadas 477<br />

Nos casos citados, as condições do solo ou do clima ou ambos não geram frentes de<br />

umedecimento capazes de saturar o solo. Analisando esses casos, é possível subdividir esses<br />

escorregamentos naqueles que escorregam em condições não saturadas e aqueles que podem<br />

escorregar com sucção nula. Essas condições dependerão das características hidráulicas do<br />

solo (curva de retenção, permeabilidade saturada e função de condutividade hidráulica) e das<br />

condições ambientais. Nessa etapa, é bom relembrar o que foi apresentado na seção 4, na qual<br />

se mostrou a importância da relação entre a intensidade da chuva e a permeabilidade saturada<br />

para saber se haverá uma frente de saturação do solo ou não.<br />

Neste capítulo, foram reunidos os casos nos quais as pressões de água nos poros não se<br />

tornam positivas, podendo no máximo se anular. No Capítulo 25 serão apresentados outros<br />

casos nos quais só a pressão positiva explicaria o escorregamento.<br />

Conclusões<br />

Neste capítulo, discutiram-se os agentes preparatórios e deflagradores de escorregamentos<br />

em taludes não saturados. Deu-se especial destaque à infiltração e às relações entre intensidade<br />

de chuva e duração. Grande parte das informações foi gerada por estudos numéricos.<br />

Explicou-se a funcionalidade de algumas correlações empíricas, como, por exemplo, porque<br />

chuvas acumuladas em alguns dias são importantes agentes preparatórios para que uma chuva<br />

principal cause o escorregamento.<br />

Foram discutidos alguns casos de escorregamentos que ocorrem sob condição não saturada<br />

ou sucção nula decorrente de infiltração. Em todos os casos, foi demonstrada a importância<br />

de se considerar a condição não saturada do solo na interação com as condições<br />

ambientais.<br />

Em condições específicas, há contribuição da sucção para garantir a estabilidade de taludes.<br />

Para isso, os taludes devem ser homogêneos, com nível freático profundo. As características<br />

hidráulicas do solo comparadas com as intensidades de chuva devem ser tais que a<br />

sução não seja anulada pela infiltração. Quando a permeabilidade do solo é menor ou igual à<br />

intensidade da chuva e a estação de chuva é caracterizada por períodos de chuva prolongados,<br />

o talude pode ter a sucção anulada.<br />

Há, portanto, alguns casos em que seria possível usar a contribuição da sucção na estabilidade<br />

dos taludes, o que deve ocorrer em muitos taludes de corte rodoviários. Mas há casos,<br />

conforme descritos na seção 6, em que o escorregamento se dá por saturação; nesse caso, a<br />

análise seria muito simplificada, bastando usar parâmetros efetivos do solo saturado. Por fim,<br />

há situações em que a encosta oscila entre não saturada e com formação de rede de fluxo.<br />

É importante que se tome muito cuidado ao tentar utilizar parâmetros do solo na umidade<br />

natural e chamar esse resultado de análise de estabilidade em condições não saturada.<br />

Como se mostrou, o FS varia sazonalmente, e é muito provável que haverá uma condição<br />

muito mais crítica que a obtida por meio dessa análise.<br />

É preciso se pensar em formas de se manter uma sucção mínima e confiável nos taludes<br />

para que possam ser usados os benefícios do ganho de resistência do solo decorrentes da<br />

sucção.

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