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Infiltração e estabilidade de encostas em condições não saturadas 473<br />

Os escorregamentos que ocorrem na Serra do Mar no trecho paulista, em Cubatão-SP,<br />

têm características diferentes dos demais casos, como mostra a Tabela 5. O local foi extensivamente<br />

estudado por Wolle (1988) por meio de ensaios em campo, laboratório e medidas<br />

de sucção. O caso é importante pelo pioneirismo na aplicação, de forma tão abrangente,<br />

dos conceitos de mecânica dos solos não saturados no Brasil. Wolle (1988) apresentou sete<br />

escorregamentos com características semelhantes: dois no Vale do rio Moji, três no Vale de<br />

Cubatão, um no Vale do Pereque e um no Vale do Rio das Pedras. As espessuras médias dos<br />

solos coluvionares eram de 1,5 m. Os escorregamentos foram translacionais em encostas<br />

com inclinações entre 40º e 50º, comprimentos de 40 m a 150 m e larguras de 7 m a 20 m.<br />

Uma particularidade do perfil geotécnico desse local é que a permeabilidade cresce com a<br />

profundidade.<br />

A matriz do solo residual tem a mesma ordem de grandeza da permeabilidade saturada<br />

do solo coluvionar, mas apresenta fissuras. A rocha é fraturada e muito drenante, de acordo<br />

com Wolle (1988), que relatou que o nível freático fica na rocha fraturada a 30 m de profundidade.<br />

Assim, não é possível se desenvolver mecanismo de escorregamento associado com<br />

elevação do nível d’água, porque a permeabilidade decresce com a profundidade.<br />

Tabela 5. Casos, na literatura, de escorregamentos que ocorreram sob condição não saturada.<br />

Local Referência Características do solo Talude e Escorregamento<br />

Catingueiro<br />

Barra do<br />

Pirai-RJ<br />

Jequiá,<br />

Ilha do<br />

Governador-<br />

RJ<br />

Rocha Fo<br />

(1973), Campos<br />

(1974),<br />

Fontoura et al.<br />

(1984), Campos<br />

(1984)<br />

Mattos (1974),<br />

Campos (1984)<br />

Solo residual de migmatito.<br />

Composição mineralógica complexa<br />

(predominância de biotita, quartzo,<br />

feldspato e granada e minerais<br />

argilicos: ilita, caulinita e também<br />

montmorilonita)<br />

Umidade natural c = 35,3kPa, φ =<br />

19,9º<br />

Inundado c’ = 24,4kPa, φ'= 20,6º<br />

Resistência residual c = 0, φ = 14,3º<br />

Solo residual arenoso<br />

Umidade natural c = 44,1kPa, φ = 30º<br />

Inundado c’ = 14,7kPa, φ' = 30º<br />

Nível d’água profundo<br />

70.000m3, condicionado pela<br />

camada micácea<br />

Campos (1984) estimou uma<br />

sucção de 70,6kPa, usando<br />

parâmetros de resistência residual<br />

5.000m3, Talude de 50º com 40m<br />

de altura. FS sat<br />

=0,92. Sucção na<br />

ruptura obtida por Campos (1984)<br />

22,8kPa<br />

Túnel 6<br />

Cubatão<br />

Serra do<br />

Mar-SP<br />

Wolle (1980,<br />

1988), Fontoura<br />

et al. (1984),<br />

Campos (1984)<br />

Solo coluvionar com espessura<br />

média de 1m sobreposto ao solo<br />

residual. Permeabilidade cresce com a<br />

profundidade.<br />

Inundado c’ = 1kPa, φ'= 34º<br />

Escorregamento translacional,<br />

inclinação média de 40º. FS sat<br />

=<br />

0,91 (talude infinito) FS sat<br />

=1,0<br />

(3D) (Wolle, 1988). Sucção de<br />

2,4kPa (Campos, 1984).<br />

Vale do Rio<br />

Cubatão-SP<br />

Wolle (1988)<br />

Solo coluvionar com espessura<br />

média de 1m sobreposto ao solo<br />

residual. Permeabilidade cresce com<br />

a profundidade. Inundado c’ = 1kPa,<br />

φ'= 36º<br />

Escorregamento translacional,<br />

inclinação média de 40º<br />

FS sat<br />

= 0,88 (talude infinito)<br />

FS sat<br />

=1,0 (3D)

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