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Infiltração e estabilidade de encostas em condições não saturadas 461<br />

A relação entre intensidade de chuva e sua duração também foi observada por meio<br />

de simulações numéricas. Cai e Ugai (2004) fizeram várias análises paramétricas de estabilidade<br />

para inferir o efeito da chuva em um talude com solo homogêneo de 10 m de altura<br />

com inclinação 1,5H:1V. Usaram três tipos de solos diferentes, cujos parâmetros para gerar<br />

a função de condutividade hidráulica (por Van Genuchten, 1980) estão mostrados na<br />

Tabela 2.<br />

Tabela 2. Características hidráulicas dos solos (Cai e Ugai, 2004).<br />

solo α (m -1 ) n θ r<br />

θ s<br />

K s<br />

(10 -4 cm/s)<br />

argiloso GCL 1,060 1,395 0,106 0,469 1,516<br />

siltosa (USS) 7,087 1,810 0,049 0,304 18,292<br />

areia (BLS) 2,761 3,022 0,044 0,375 63,832<br />

Cai e Ugai (2004) realizaram análises de infiltração associadas com o cálculo do Fator<br />

de Segurança para definir as relações entre intensidade e duração que causam ou não<br />

escorregamentos. Essas informações podem ser interpretadas por meio da Figura 2. As<br />

análises foram realizadas para os três solos indicados na Tabela 2. Consideraram-se para<br />

os três solos os mesmos parâmetros de resistência (c’ = 8 kPa, φ’ = 25º e φ b proporcional<br />

ao grau de saturação).<br />

Os símbolos vazados na Figura 2 indicam valores de intensidades e as respectivas durações<br />

que não causaram escorregamentos, ao passo que essas mesmas relações com símbolos<br />

cheios forneceram fatores de segurança inferiores à unidade. Dessa forma, traçaram<br />

as curvas que dividem a região da Figura que podem ou não gerar escorregamentos. Comparando-se<br />

as Figuras 1 e 2, pode-se verificar que ambas apresentam a mesma tendência.<br />

Figura 2. Efeitos da intensidade de duração da chuva na estabilidade de taludes (Cai e Ugai, 2004).<br />

A correlação empírica (TATIZANA et al., 1987) indica que, quanto maior a pluviometria<br />

acumulada, a chuva deflagradora do escorregamento é proporcionalmente menor. Os estudos<br />

numéricos conduzidos por Cai e Ugai (2004) mostraram que, quanto maior a duração da chuva,<br />

menor é a intensidade de chuva requerida para causar o escorregamento. As duas análises<br />

dividem as regiões em que ocorrem ou não o escorregamento. Entretanto, os dados numéricos<br />

apresentam uma informação adicional: o resultado depende das características hidráulicas do<br />

solo. Se for possível generalizar os dados, a conclusão seria que taludes compostos por solos<br />

argilosos precisariam de chuvas com maior duração que solos mais permeáveis para se instabilizar.<br />

Porém, existem vários outros fatores que interferem nesse resultado, tais como os<br />

condicionantes geológicos e geotécnicos e o estado do solo na condição inicial de infiltração.

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