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A infiltração no contexto da Educação Ambiental, da Engenharia e do Direito 9<br />

algumas de suas atividades e mesmo para consumo quando devidamente tratada. Para o volume<br />

de água excedente, quando tecnicamente viável, deve-se, nesses casos, buscar implantar<br />

sistemas de infiltração compensatórios. A questão econômica deve ser analisada levando-<br />

-se em conta o passivo ambiental oriundo da não implantação dos sistemas compensatórios.<br />

Como geralmente o meio urbano é, ou deveria ser, dotado de sistemas de drenagem de águas<br />

pluviais públicos, pois sempre existirá um excedente a ser drenado, a tendência é que a população<br />

dele se sirva sem recorrer aos sistemas compensatórios. Com isso, a regulação da<br />

implantação de sistemas compensatórios de infiltração deve ser de competência da administração<br />

pública, que deve agir informando, educando, estabelecendo normas e dando-lhes<br />

efetividade, de modo a viabilizar o seu uso quando recomendado.<br />

Ainda exemplificando, a implantação de estacionamentos e vias de circulação, como<br />

calçadas, ruas e avenidas, pode ser concebida como autonoma, como ilustrado no capítulo<br />

30, ela própria propiciando a completa infiltração das águas pluviais, sem a necessidade de<br />

sistemas compensatórios adicionais. Quando estes se fizerem necessários, como no caso das<br />

edificações, poderão ser utilizados os sistemas de drenagem compensatórios apresentados<br />

nos capítulos 17, 18 e 19 deste livro, que tratam, respectivamente, de colchões drenantes,<br />

trincheiras e poços.<br />

Cabe destacar que, assim como a impermeabilização da superfície do solo é susceptível<br />

de gerar problemas socioambientais, os sistemas de drenagem compensatórios podem também,<br />

se mal concebidos, gerarem graves problemas ambientais, como subsidências e erosões<br />

internas.<br />

Embora constitua tema que merece ser melhor estudado, a implantação de obras subterrâneas<br />

como túneis e subsolos impactam a condição de infiltração das águas pluviais e podem<br />

afetar as próprias obras de engenharia ao intervirem na trajetória natural e capacidade de<br />

fluxo do maciço. Esse tema merece evidentemente análise mais ampla, levando-se em conta a<br />

geologia estrutural e a hidrogeologia. Contudo, não é difícil perceber que, com a intervenção<br />

da obra subterrânea no fluxo do lençol freático, quando for este o caso, a umidade do maciço<br />

será ampliada e, por conseguinte, a sucção atuante no solo reduzida, alterando, assim, a taxa<br />

de infiltração. Outro aspecto relevante é que a redução da sucção aliada a eventuais alterações<br />

das tensões efetivas poderão afetar a capacidade de suporte do solo, gerando problemas que<br />

fogem ao escopo deste capítulo.<br />

Até aqui, basicamente, mostrou-se, com poucas exceções, a importância de se manter a<br />

infiltração natural ou se promoverem infiltrações compensatórias de modo a manter o equilíbrio<br />

ambiental e propiciar o desenvolvimento sustentável. No entanto, é preciso que a engenharia<br />

mantenha o olhar vigilante quanto aos riscos que oferece a infiltração em certos<br />

solos e em certas situações geomorfológicas. Alguns solos, como os solos tropicais colapsíveis,<br />

são geralmente muito sensíveis a variações de umidade que extrapolem os limites naturais.<br />

Igualmente a infiltração em solos expansivos pode ser muito danosa para a própria obra de<br />

engenharia. Mas talvez o mais relevante aqui seja alertar para o risco da infiltração das águas<br />

pluviais em áreas geomorfologicamente desfavoráveis, como é o caso das encostas. Essas infiltrações,<br />

além de poderem alterar o nível do lençol freático, quando presente, promovem<br />

a redução da sucção atuante no solo e, por consequência, quase sempre, a sua resistência ao<br />

cisalhamento. Em todas essas situações, a infiltração de águas servidas é ainda mais danosa<br />

devido também à sua ação química.

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