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A infiltração no contexto da Educação Ambiental, da Engenharia e do Direito 7<br />

D’Isep (2010) considera que, enquanto a sanção pecuniária é imediatista e punitiva, a educação<br />

é preventiva e produz a conscientização, racionalização e compreensão, revelando a<br />

perspectiva de seu efeito duradouro. Para essa autora, a educação constitui o mais nobre dos<br />

instrumentos de proteção hidroambiental e deve ser realizada em todas as etapas da gestão<br />

hídrica. Essa percepção pode e deve, no entanto, ser ampliada para as questões ambientais<br />

como um todo. Nesse sentido, a educação ambiental deve não apenas fazer parte do ensino<br />

fundamental e médio, como também integrar a formação dos diferentes ramos da ciência que<br />

lidam diretamente com o meio ambiente, como é o caso da Engenharia Civil, da Agronomia,<br />

da Geologia, dentre outros.<br />

4 A engenharia e a infiltração<br />

A engenharia a ser tratada aqui corresponde a uma visão ampla, não se referindo especificamente<br />

a uma área de formação, embora sejam as Engenharias Civil, Agrícola, Agronômica<br />

e Florestal geralmente as mais afetas. Seria impossível, no entanto, tratar de questões de engenharia<br />

ligadas ao meio ambiente sem que se realce a importância fundamental de áreas do<br />

conhecimento como química, biologia, física, arquitetura, geografia, geologia e antropologia,<br />

não existindo aqui, em qualquer dos casos, elo entre a ordem de citação e o grau de importância,<br />

até porque este depende do contexto físico e socioambiental.<br />

As intervenções de engenharia na superfície do solo, seja em meio urbano, seja em meio<br />

rural, propiciam com frequência alterações que deterioram a capacidade de infiltração natural.<br />

Por outro lado, se bem concebidas, os efeitos impermeabilizantes das alterações geradas<br />

podem ser mitigados e, em alguns casos, eliminados. Citar-se-ão aqui alguns exemplos ilustrativos<br />

de problemas gerados com as intervenções de engenharia e de soluções passíveis de<br />

serem adotadas especialmente em caráter preventivo.<br />

Faz-se oportuno lembrar que a intervenção da engenharia no meio ambiente se dá quase<br />

sempre de modo satisfativo, isto é, existe uma demanda socioeconômica e a engenharia intervém<br />

para satisfazê-la. Isso evidentemente não elimina sua responsabilidade quanto a eventuais<br />

danos ambientais gerados por suas ações.<br />

Será abordada em primeiro lugar, mesmo que en passant, a questão da infiltração em<br />

área rural, pela importância de seus reflexos em áreas urbanas. Em área rural, a capacidade de<br />

infiltração do solo é geralmente máxima em ambiente natural, pois foi moldada ao longo de<br />

todo o processo de formação do solo de modo a atender a certa demanda voltada para o equilíbrio<br />

ambiental. As intervenções antrópicas diretas, ou seja, aquelas que se dão modificando a<br />

fauna e a flora, ocorrem geralmente com a própria ocupação urbana, com a prática da agropecuária,<br />

com a exploração mineral e com a implantação de sistemas viários. Neste último caso,<br />

é muito comum, em razão da intervenção direta, ser possível perceber intervenções indiretas<br />

no ecossistema. Os movimentos de terra, cortes, aterros e sistemas de drenagem, por exemplo,<br />

acabam impactando indiretamente em áreas circunvizinhas, antropizadas ou não, nas quais<br />

não se interviu diretamente. Isso se dá pela alteração nos regimes de fluxo superficial e profundo<br />

e pela própria poluição atmosférica que é gerada a posteriori.<br />

A prática agropecuária, ao intervir na cobertura vegetal e, muitas vezes, no próprio relevo,<br />

já gera de início alteração na capacidade de infiltração. Entretanto, o trabalho do solo

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