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Trincheiras como estruturas de infiltração 357<br />

em sua composição argilominerais expansivos, contrariamente ao que ocorre nos solos profundamente<br />

intemperizados. Por outro lado, encontrando-se em estado não saturado e tendo<br />

presentes argilo minerais expansivos, a água infiltrada só fluirá em sua totalidade pelos vazios<br />

inicialmente presentes no solo se os minerais forem impedidos de expandir. Expandindo-se,<br />

dois fenômenos vão ocorrer: parte da água penetrará na estrutura do mineral no processo de<br />

expansão e, expandindo-se o mineral, aumentará ou diminuirá o volume de vazios presentes<br />

no solo, afetando o fluxo. Campos et al. (2008), ao analisar curvas características de duas<br />

bentonitas, mostram a importância de se considerar separadamente a variação do volume de<br />

vazios do solo da variação da distância interplanar basal quando se analisa o comportamento<br />

dos solos expansivos.<br />

Portanto, entender-se o perfil de solo é fundamental para que se entenda o processo de<br />

infiltração. No presente estudo, o manto de intemperismo é espesso. Os ensaios e as estruturas<br />

de infiltração adotadas são pouco profundos. Assim, é possível entender que os resultados<br />

obtidos dizem respeito tão somente ao comportamento dos solos profundamente intemperizados.<br />

3 Trincheiras como estruturas de infiltração<br />

As trincheiras de infiltração são estruturas que se caracterizam por atuarem pontualmente<br />

e têm por objetivo captar, armazenar e infiltrar águas pluviais oriundas de áreas de extensão<br />

limitada, tais como casas, edifícios, instalações comerciais, industriais, estacionamentos,<br />

e junto a ruas e avenidas. Ao mesmo tempo em que contribuem para reduzir o volume de<br />

águas pluviais escoados pelos sistemas de drenagem convencionais, as trincheiras diminuem<br />

as vazões máximas que provocam enchentes, alagamentos e inundações.<br />

São escavadas no solo de tal forma que caracterize uma estrutura linear na qual o comprimento<br />

prepondera sobre a largura, e esta pode ou não preponderar sobre a profundidade.<br />

Para maiores captações, geralmente a largura prepondera sobre a profundidade, ampliando a<br />

importância da infiltração vertical em detrimento da horizontal.<br />

As trincheiras podem ser ou não preenchidas com materiais drenantes, tais como seixo<br />

rolado, brita, pneus e garrafas PET. Neste capítulo, são apresentados os resultados de um<br />

estudo utilizando-se garrafas PET e Brita 2 como material de enchimento. Para comparação,<br />

utilizou-se também uma trincheira revestida com tijolo em crivo sem material de enchimento.<br />

Quando se utiliza material de enchimento, é recomendável o uso de um geotêxtil entre o<br />

enchimento e as paredes da trincheira, recobrindo-o. O geotêxtil tem a dupla função de atuar<br />

como filtro e como elemento de distribuição do fluxo nas laterais e no fundo da trincheira. No<br />

uso de material de enchimento, deve ser privilegiada a maior porosidade para esse material,<br />

de modo a maximizar a capacidade de armazenamento e minimizar a perda de energia no<br />

fluxo interno. Sobre o geotêxtil que recobre a trincheira é recomendável a colocação de uma<br />

camada de aproximadamente 10 cm de material permeável, de modo a protegê-lo contra os<br />

raios solares e outros danos.<br />

Além de especificações apropriadas para as dimensões e materiais de enchimento das<br />

trincheiras, devem ainda ser observados a infiltrabilidade do maciço, a presença de lençol<br />

freático, o risco de sua contaminação e o risco que oferece a infiltração para as obras existentes

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