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2<br />

Tópicos sobre infiltração: teoria e prática aplicadas a solos tropicais<br />

uma legislação coercitiva para regulá-la. Mas sua presença física não é, muitas vezes, suficiente<br />

para regular o problema, porque lhe falta efetividade, e retorna-se ao mais importante dos<br />

instrumentos reguladores, a Educação, enquanto traço cultural construído.<br />

Acredita-se que a Educação, a Engenharia e o Direito podem, conjunta e harmonicamente,<br />

dar importante contribuição para que se minimizem as probabilidades de ocorrência<br />

de desastres que se apresentam com eventos naturais extremos, mas cuja origem está, muitas<br />

vezes, nas próprias intervenções da sociedade no meio físico. Essas áreas do conhecimento<br />

podem ainda, em especial a Educação, contribuir para que se consiga orientar ações de redução<br />

das consequências dos desastres.<br />

Faz-se oportuno situar já nesta introdução os principais problemas ambientais ligados à<br />

questão da infiltração, aqui entendida como restrita às aguas de origem pluvial. Em primeiro<br />

lugar, é preciso que se entenda que a infiltração pode ser solução para muitos problemas socioambientais<br />

oriundos de eventos extremos ou não, mas pode também constituir-se em fonte<br />

de problemas. A infiltração das águas pluviais oriundas de áreas impermeabilizadas pode<br />

constituir-se em solução de problemas como erosões e inundações; porém, se mal concebida,<br />

pode tornar-se fonte desses mesmos problemas ao dar origem a fenômenos como os de erosão<br />

interna, subsidências e rupturas de encostas. Isso carrega o tema de maior complexidade e<br />

exige maior reflexão no educar, no praticar a engenharia e no legislar.<br />

Este capítulo buscará indicar elementos importantes de Educação, de Engenharia e de<br />

Direito que possam contribuir para o desenvolvimento sustentável. Não se pretende aqui tratar<br />

de modo exaustivo qualquer destes aspectos, até porque isso seria muita pretensão por<br />

parte dos autores.<br />

2 A infiltração e o equilíbrio ambiental<br />

A infiltração das águas pluviais constitui-se em elemento natural integrante do equilíbrio<br />

ambiental, visto sob a óptica da dinâmica da natureza. Se o escoamento superficial natural<br />

da água da chuva propicia a erosão geológica, a sua infiltração é, em grande parte, responsável<br />

pela alteração das rochas e formação dos solos, impondo certa condição de equilíbrio<br />

entre erosão e formação do solo. Ao mesmo tempo, dentre outros fatores, tanto o escoamento<br />

superficial, como a infiltração, atuam na modelagem natural do relevo, dando contornos geomorfológicos<br />

importantíssimos para o equilíbrio ambiental. O fluxo natural tanto de superfície<br />

como de subsuperfície atuam no processo de formação dos solos, induzindo-lhes maior<br />

ou menor susceptibilidade à erosão.<br />

A impermeabilização antrópica do solo altera ao mesmo tempo a taxa de escoamento<br />

superficial e a de infiltração, podendo graves problemas socioambientais, como os já citados<br />

na introdução, quais sejam: erosão, inundação, rupturas de encosta. Para mitigar ou mesmo<br />

evitar tais problemas, faz-se necessário conceber práticas e instrumentos compensatórios,<br />

como os sistemas de drenagem e de regulação do fluxo superficial. Com isso, torna-se possível<br />

assegurar o desenvolvimento sustentável, fundamentado no uso racional e planejado dos<br />

recursos naturais, na ocupação e no uso cuidadoso do solo. É certo não ser tarefa fácil e simples,<br />

tampouco impossível, garantir a sustentabilidade ambiental no Brasil, um país caracterizado<br />

por imenso território dotado da maior biodiversidade do planeta. Para que se tenha em

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