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Análise numérica de processos de infiltração em mesoescala 289<br />

para o fluxo, reduzindo a velocidade e aumentando o tempo de infiltração. Cabe destacar, no<br />

entanto, que o arranjo estrutural trabalha acoplado ao índice de vazios na definição da capacidade<br />

de infiltração.<br />

Nas análises numéricas de infiltração em mesoescala, é necessário definir inicialmente o<br />

arranjo de partículas que caracteriza a “geometria” do domínio, ou seja, o meio poroso. Essa<br />

geometria pode ser obtida com o processamento digital de microfotografias do solo (Menzel<br />

et al., 1998) ou com o uso de procedimentos numéricos que geram artificialmente geometrias<br />

que representam o meio poroso sem que entre em detalhes sobre a microporosidade interna a<br />

agregados de solos tropicais profundamente intemperizados. A forma mais fácil de geração artificial,<br />

embora simplificada, é dada pela disposição de figuras geométricas, por exemplo, pelo<br />

posicionamento de círculos de maneira sistemática com tamanhos e espaçamentos predefinidos<br />

visando obter uma determinada porosidade e nível de tortuosidade (SUKOP e Or, 2003;<br />

PICO et al., 2005). A geração artificial pode também ser realizada utilizando meios mais sofisticados,<br />

como a teoria dos fractais (Perrier et al., 1999; RAPPOLDT e CRAWFORD, 1999;<br />

Wu et al., 2004), em que um dos objetivos principais é atingir um valor de porosidade ou índice<br />

de vazios preestabelecido. A Figura 1 mostra três tipos de geometria obtidos artificialmente,<br />

sendo os dois primeiros obtidos pela utilização de fractais e o último por meio da disposição<br />

regular de círculos. Observa-se nas três figuras que o nível de detalhe é macroestrutural.<br />

Figura 1. Geometrias de meios porosos gerados artificialmente: a) Rappoldt e Crawford (1999); b) Wu<br />

et al. (2004); c) Sukop e Or (2003).<br />

A quantidade de água infiltrada depende da água disponível para infiltrar, da natureza<br />

do solo, do estado da superfície, da umidade do solo, da forma, do tamanho e da distribuição<br />

dos poros, etc. De acordo com Brandão et al. (2006), enquanto existe aporte de água, o perfil<br />

de umidade do solo tende à saturação, sendo a camada superficial a primeira a saturar. Quando<br />

o aporte de água na superfície cessa e deixa de haver infiltração, a umidade no interior<br />

do solo se redistribui, evoluindo para um perfil de umidade inverso, com menores teores de<br />

umidade nas camadas superficiais e maiores nas camadas mais profundas. Ocorre, nessa redistribuição<br />

de umidade, um balanço entre a energia gravitacional atuante na água e a energia<br />

de sucção ou capilaridade atuante no solo.<br />

À medida que diminui o teor de umidade (ou o grau de saturação), o ar tende a ocupar<br />

os poros previamente ocupados pela água. De acordo com Philip (1969, apud Jucá, 1993),<br />

isso conduz a uma rápida diminuição da secção disponível para o fluxo de água, pois o ar<br />

tende a ocupar os poros de maior tamanho. Esse fato faz com que a água flua pelos poros de<br />

menor tamanho, incrementando a tortuosidade do fluxo. Isso explicaria, parcialmente, a rápida<br />

diminuição da permeabilidade com o aumento da sucção; mas, em análise mais refinada,

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